Eu nasci católica, foi batizada e fui criada na tradição católica. Mas como é muito comum no Brasil, especialmente no estado de Goiás, simultaneamente era educada na doutrina espírita e frequentava seus rituais. Na adolescência, após ter feito a 1ª Comunhão, me afastei definitivamente da Igreja Católica e optei pelo Kardecismo, me aprofundando em seus ensinamentos e leituras e suas práticas e fui rejeitando mais e mais o catolicismo a ponto de não fazer a Crisma da época correta. Precisava ser coerente: se tinha tantos questionamentos ao catolicismo não fazia sentido "Confirmar" meu Batismo.
Um desses questionamentos era a devoção mariana. Não entendia tanto amor, tanta veneração à Mãe de Jesus, me incomodava com os exageros do povo simples e a maneira como muitas vezes demonstrava suas piedades, pois muitas vezes me passava a impressão de ser supersticiosa e desproporcional essa relação com a Mãe de Jesus. Me deixei influenciar por argumentos protestantes e tomava as dores de Jesus, a quem sempre admirei mesmo no espiritismo. Respeitava Maria, mas achava que não era necessária tanta devoção, que os católicos abusavam. Pensava, na minha ignorância e falta de amor que tudo bem tratar com indiferenaça a Mãe de Jesus!
Aos 16 anos tive a oportunidade de fazer um encontro de Grupo Jovem e lentamente ir retornando para casa, numa conversão realmente mais gradual e consciente. Logo tive contato com a Renovação Carismática Católica e, neste contexto, me via constantemente em situações em que me defrontava com a devoção mariana, palestras e pregações sobre Maria, livros sobre a verdadeira devoção, Cenáculos, momentos marianos de todas as formas, como é costume da RCC.
Fui assim tomando consciência de que o que mais pesava na minha aparente rejeição ao modo como os católicos tratavam Maria era o total desconhecimento ao que a Igreja orientava a esse respeito! Me prendia mais ao que as pessoas realizavam, muitas vezes em sua ignorância, sua simplicidade e baseados em costumes equivocados transmitidos por gerações do que na Voz da Igreja com respeito a doutrina sobre o papel de Maria na economia da salvação! Foi realmente uma redescoberta interessante e uma espécie de mal estar espiritual foi tomando conta de mim. Explico. A menininha que amava a Mãezinha do Céu na infância tinha chegado à adolescência rebelde e implicado com sua Mãe Celeste. Estava então, pelo menos da minha parte, um "climão" entre mim e Maria. Não da parte dela, certamente, que sempre me amou, protegeu, cuidou... Mas sabe quando você trata alguém que ama mal e depois fica todo sem graça para se desculpar e retomar a relação? Tipo isso... Eu estava sem graça com Maria por causa dos questionamentos que surgiam em minha cabeça por influência de pessoas que ignoravam a realidade completa da fé católica, julguei muita gente por amar Maria, falei muitas coisas constrangedoras dela, enfim... Eu estava sem graça com Maria.
Um dia, numa reunião de oração na casa de uns servos especiais do Grupo de Oração, Luciana e Haroldo (posteriormente meus padrinhos de casamento), estávamos clamando a efusão do Espírito Santo com seus carismas como é de praxe na orações da RCC. Eu estava bem no comecinho da caminhada, ainda muito imatura e insegura no uso dos carismas, mas no momento da oração o Espírito Santo me suscitou uma visualização de Maria com os braços estendidos para mim e, das suas mãos abertas surgia uma lindíssima rosa vermelha desabrochando.
Recebi aquela visualização clamando pelo dom do discernimento dos espírito e implorando ao Senhor que me esclarecesse se era coisa humana ou celestial. Tinha muita dificuldade em aceitar que o Espírito se manifestava na minha pobreza e imaturidade. E como era uma visão de Maria... Vixeee!!! Aí é que complicou mais!!
Depois do momento de silêncio as pessoas foram partilhando suas moções e nada de ninguém falar sobre rosa ou sobre Maria. Então decidi me calar. Mas Luciana insistiu perguntando se ninguém mais tinha recebido nenhuma outra inspiração. E eu, caladinha. Até que Luciana se voltou para mim, me olhou nos olhos e perguntou diretamente se eu não tinha recebido nenhuma visualização. Fiquei muda, sem querer partilhar e sem querer mentir! No que ela disparou: "Você não visualizou uma rosa vermelha não? Por que a visualização que eu tive foi de Maria indo na sua direção e te entregando uma rosa vermelha se desabrochando, para que não haja mais no seu coração nenhuma dúvida sobre o amor que ela tem por você!"
Misericórdia! Meu coração quase parou. Só fui capaz de dizer "confirmo!" e ainda levei uma bronca: "Pois quando o Espírito te mostrar algo, partilhe! Pois nem sempre Ele vai querer mostrar para outra pessoa para ela te cobrar a moção não!" Rapaaazzz... Depois dessa, foi como que um abraço de reconciliação entre mim e a Mãezinha do Céu! Diluiu-se imediatamente todo e qualquer mal estar e embaraço da minha parte, senti-me eleita e amada, e mais: PERDOADA por Maria! Realmente senti que devia pedir perdão a ela por tanto imaturidade e ignorância e pedi: "Perdão, Mãe! Eu aceito essa rosa, seu perdão e seu amor! Vamos recomeçar!"
Desde esse dia, nunca mais questionei a devoção mariana de ninguém: quer amar Maria: AME! Quer honrar a Mãe de Jesus: HONRE! Eu aqui do meu lado nunca mais economizei amor, honra, respeito, devoção, admiração, carinho, NADA para a Mãe do meu Senhor! Repito como Isabel: donde me vem a honra de que venha a mim a MÃE DE NOSSO SENHOR E SALVADOR?!
Hoje sou católica convicta, praticante, eucarística, carismática e mariana! Me Crismei na catequese de adultos, me casei na Igreja, sirvo a Deus com meu marido e meus filhos e nossa família é propriedade de Jesus, pelas mãos de Maria! Procuro viver e propagar a verdadeira devoção a Santíssima Mãe de Deus, a começar na minha casa pelos meus filhos mas também nos meus trabalhos como pregadora e formadora da Renovação Carismática Católica! Sou feliz e realizada com minha fé, na companhia sempre doce e amorosa da Mãe Imaculada! Te amo, Maria!! LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO E SUA MÃE, MARIA SANTÍSSIMA!
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