3 de maio de 2016

No mês de Maria, um testemunho por dia: nº 03


Não obstante as piadinhas machistas, devo admitir que, por seu mulher ou não, não sou a melhor motorista do mundo. Desde que tirei a carteira não escondo de ninguém que não curto muito dirigir e nem tenho essa habilidade toda no volante. Talvez exatamente por isso nunca-jamais-demodoalgum-never saio de carro sem me recomendar a Nossa Senhora, sem pedir sua bênção, sua proteção. Especialmente nos últimos anos em que sou a "mãetorista" dos meus filhos. 
Não é raro eu fazer alguma "barberagem" por aí pelo trânsito e já até ter me confessado por isso, mas fui orientada pelo sacerdote que ser ruim de roda não é um pecado, mas uma cruz, um espinho na carne. Realmente não é por maldade ou má fé, é uma mistura de incapacidade motora com distração em nível severo, medo, afobação, total falta de noção espaço-temporal e talvez um bocadinho de sangue goiano correndo pelas veias...
Foi no trânsito que, com a maior certeza, passei as maiores humilhações da minha vida e sei que se Nossa Senhora permitiu e permite, é para o meu bem, para a minha santificação, para que eu seja humilde, dependente da graça divina, calma e em constante treino de atenção e prudência.
A maior parte das vezes, acho que sigo as lições do alto, já que nunca me acidentei gravemente e Nossa Senhora sempre tem me livrado e protegido. Jamais dirigi embriagada (raramente eu bebo!), evito ao máximo mexer no celular no trânsito (paro sempre se for realmente necessário, mas normalmente desligo ou deixo a Clarinha, minha filha, como "co-pilota do celular"), sou a "chata do cinto de segurança" da minha família, mas se há uma ocasião onde eu tenho que pedir perdão, me retratar, abaixar a cabeça por meus erros... essa ocasião é no trânsito, atrás de um volante! Humilde e silenciosa, como Maria, pois quem erra tem que baixar a crista e simplesmente pedir perdão, pagar o prejuízo e tentar não cometer o mesmo erro de novo.
Todos nossos carros são sempre consagradíssimos a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, benzidos constantemente com água benta, carregam o terço no retrovisor não por superstição, mas por serem constantemente locais de oração da família. Toda manhã, indo para a escola com as crianças, a oração da manhã já é agradável rotina com as vozinhas deles rezando e cantando: "Mãezinha do Céu", "Bom dia Maria de Deus", "Vem, vem, vem, Espírito Santo", "Eu sou a ovelhinha e Jesus é o pastor", que são as "mais pedidas"! A cada saída em outros horários fazemos o sinal da Cruz, "Chagas abertas", "Maria, passa na frente", etc. E muitas são as vezes em que vamos todos rezando o terço com as rádios católicas ou só a gente mesmo.
Com o trânsito cada vez mais inchado e louco de Brasília, clamo sempre carinhosamente por ela sob os íntimos títulos de Mãe, Rainha e Vencedora do Engarrafamento; Nossa Senhora das Vagas; Maria Mãe dos motoristas cansados, etc. 
Entendo que a devoção mariana não deve ser apenas na Igreja, mas sim na vida, no cotidiano, especialmente nas áreas onde mais somos frágeis e vulneráveis. A Mãe do Céu já me provou que sua presença em minha vida é constante, realmente como Mãe, e não só nas grandes necessidades da minha história. Ela está constantemente cuidando de mim, me protegendo, me livrando, me ensinando, a mim e à minha família. Obrigada, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, por estar constantemente sendo meu socorro, meu auxílio, minha Mãezinha! 

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