13 de abril de 2016

Salmo 130


(Este cântico de confiança reflete o estado de ânimo de alguém que, certamente não tem conflitos internos, se entrega com humildade e sem reserva à providência divina.)*






1.Cântico das peregrinações. De Davi. Senhor, meu coração não se enche de orgulho, meu olhar não se levanta arrogante. Não procuro grandezas, nem coisas superiores a mim.
2.Ao contrário, mantenho em calma e sossego a minha alma, tal como uma criança no seio materno, assim está minha alma em mim mesmo.
3.Israel, põe tua esperança no Senhor, agora e para sempre.

*Comentários da Bíblia Sagrada, Ed. Vozes

10 de abril de 2016

PARA TUDO! Você precisa ler a Amoris Laetitia!


Preciso compartilhar com vocês o meu encantamento com a nova Exortação Apóstólica de Francisco, a Amoris Laetitia, “a Alegria do amor”, que título mais fofo, diga-se de passagem! Como de costume, recebi a notícia da sua apresentação pelo Facebook e fui logo compartilhando e acessando. Após os dois Sínodos sobre a Família convocados pelo Papa em 2014 e 2015, ele então organiza e apresenta seus resultados e análises ao Clero, aos esposos cristãos e a todos os fiéis esta pérola de sua produção pontifícia.

Estava eu, no Hospital Brasília, após procedimento cirúrgico de retirada de vesícula, bem tranquilamente perfurada no abdômen e feliz com todos os analgésicos administrados pela competente equipe hospitalar, quando, após a “dieta branda” gentilmente liberada pelo meu eficiente e especialmente bem humorado na ocasião cirurgião Dr. Orlando Farias, vendo meu celular me recordei da recente apresentação do documento. Em meio a várias postagens de Whatsapp dizendo que tudo tinha corrido bem na cirurgia para família e amigos, resolvi trocar o Globo Repórter, um programa que sou fã, pela leitura de um artigo da Rádio Vaticano que exibia de maneira geral o conteúdo do documento papal.

O artigo em questão informava que a Exortação tinha nove capítulos e trazia um pequeno resumo do conteúdo de cada um. Logo fiquei mais interessada ainda, posto que, antes de mais nada, família é um assunto que sempre me seduziu. Em segundo lugar, apreciei muito a maneira como foi organizado o texto, os pontos elegidos para cada capítulo e a abordagem do Papa sobre cada um. E por último, uma foto do Papa Francisco rindo até se virar um pouco para trás diante de um casal de noivos já me enterneceu e me atraiu para o pensamento: como eu amo esse Papa! Tenho que ler logo essa carta para não correr o risco de me atrapalhar na imensidão das outras leituras que preciso fazer!


Enfim, caí no sono. Mas por volta das 23hs, um pouco mais um pouco menos, veio me despertar a técnica de enfermagem com a medição dos sinais vitais e administração de mais abençoados medicamentos. Resultado: perdi o sono. Pedi então ao meu amado acompanhante, meu marido Juliano, que pegasse para mim meu computador para que eu pudesse, sei lá, dar uma olhadinha sem compromisso na Amoris Laetitia, até que o sono voltasse. Para resumir: a leitura foi tão maravilhosa que não consegui parar de ler até que o dia amanhecesse e eu tivesse concluído! Não obstante o Papa tenha recomendado logo no início da carta que, por causa da sua extensão, que fosse lida aos poucos, foi mal, Francisco: não deu!

A cada parágrafo o Espírito ia me recordando situações muito íntimas, do meu próprio casamento e da criação dos meus filhos. Também ia pensando nos inúmeros casais que me procuram com dificuldades e crises familiares e matrimoniais e sonhando: “preciso dar essa encíclica para fulano; preciso ler isso com beltrano, isso tem tudo a ver com o que ela está passando”, etc... Fiquei almejando um clube do livro com essa exortação com meus amigos casados, planejando e já me frustrando com a provável falta de adesão da parte deles (nunca temos tempo para nada na correria que vivemos!)... Mas, de fato, fiquei tão animada com o conteúdo que já me pus a planejar alguma maneira de divulgar esse tesouro que é a Amoris Laetitia!

E a primeira maneira, mais simples, é exatamente essa: uma postagem no Blog para passar a todos que, por acaso ou por Providência leem essas linhas, toda a minha empolgação com essa Exortação Apostólica Pós-Sinodal ! Gente, LEIAM! Impressionante o quanto é prática, concreta, pastoral, quase uma receita para refletir e agir da parte de Deus, por meio do Papa, para a Igreja de hoje e penso que não só para a Igreja, mas para toda e qualquer família, de qualquer lugar e qualquer tempo, em especial na parte em que se dirige aos cônjuges e aos filhos. Se você for solteiro(a): LEIA. Se for casado: LEIA. Se tiver filhos: LEIA. Se for filho: LEIA. Se for católico(a): LEIA. Se for só cristão: LEIA. Se for ateu, espírita, budista, esotérico ou tudo junto e misturado: VALE A PENA LER.

Com certeza não vou desistir de propor o clube do livro, ainda que não saia nada. Pelo menos meu marido vai ler, ahhh se vai! rs rs rs... Já tenho algumas pessoas a quem vou comprar e dar de presente e, se mesmo assim eles não fizerem a leitura, aí já é problema deles: eu fiz minha parte! Sinto, do fundo do coração, que as palavras dessa Exortação não podem passar despercebidas: elas precisam chegar aos seus destinatários! Nenhuma palavra daquela pode cair por terra! Essas reflexões e orientações precisam chegar em seu destino: nossos corações, nossos casamentos, nossas casas, nossa comunidades! Façamos algo nesse sentido: empenhemo-nos em ler, estudar, divulgar, compartilhar essa riqueza espiritual da Amoris Laetitia!

"Pai de Misericórdia, neste ano jubilar, que Teu Espírito de sabedoria conduza seus filhos, os casais, as famílias, o clero, as comunidades para a leitura e vivência da Amoris Laetitia! Que Tua Vontade para as família nos dias de hoje seja conhecida, seja compartilhada, seja anunciada, seja divulgada e chegue aos corações das pessoas! Isto eu te peço pelo nome santo e poderoso de Seu Filho e Nosso Senhor Jesus Cristo, por meio da intercessão da Santa família de Nazaré, Nossa Senhora e São José, amém!" 

Link para acessar a Exortação Amoris Laetitia: http://w2.vatican.va/content/dam/francesco/pdf/apost_exhortations/documents/papa-francesco_esortazione-ap_20160319_amoris-laetitia_po.pdf 

8 de abril de 2016

Repouso no Espírito e Renovação Carismática


Na Renovação Carismática, encontram-se várias manifestações do poder do Espírito Santo, que de início espantaram grandemente, mas que são agora mais facilmente admitidas como autênticas; é assim com o dom das línguas, das curas, a Efusão do Espírito, a imposição das mãos.
Mas há um fenômeno sobrenatural menos conhecido, que se torna cada vez mais frequente na Renovação Carismática: é o repouso no Espírito. Depois de um estudo atento sobressai, sem equívoco possível, que esta experiência encontra o seu fundamento na teologia.
Com efeito, o repouso no Espírito reveste-se das características do arrebatamento (que é uma espécie de êxtase) salvo na sua causa imediata, que é o pedido feito a Deus, numa oração apropriada.
Convém lembrar que se encontra uma situação semelhante no Batismo do Espírito. Com efeito, este favor espiritual era normalmente concedido àqueles que faziam progressos notáveis na vida espiritual, enquanto que agora é recebido até pelos pecadores, por vezes de um modo instantâneo, na sequência de uma oração feita por outros para esse fim. É assim, também, para o repouso no Espírito. Outrora, apenas se encontrava (pelo menos na maior parte das vezes) nas pessoas avançadas na vida espiritual; pelo contrário, nos nossos dias, a oração ao Espírito Santo obtém-no até para os pecadores.
Como é um arrebatamento, o repouso no Espírito é da mesma família da ordem extática, mas não arrasta consigo a santificação da pessoa nalguns instantes. Esta experiência mística é destinada a favorecer uma vida cristã mais fervorosa ou uma conversão do coração.
Habitualmente, o arrebatamento verifica-se em pessoas avançadas na vida espiritual, ou, como dizia Santa Teresa d'Ávila, que atingiram as sextas moradas do castelo interior. Não se chega, portanto, de um pulo, ao período do êxtase ou do arrebatamento; em geral este é precedido de uma série de etapas de contemplação infusa, das quais a menos elevada é chamada por Santa Teresa d'Ávila "oração de contemplação".
Lembremo-nos de que há três graus no êxtase:
1) O êxtase simples, quando este se produz lentamente, ou se não é muito forte;
2) O deslumbramento, quando o êxtase é súbito e violento;
3) O voo do espírito, quando, como diz Santa Teresa d'Ávila, "age de tal maneira que o espírito parece verdadeiramente sair do corpo".
Ora, as características do deslumbramento encontram-se no repouso no Espírito, salvo, evidentemente, o grau avançado de vida espiritual. Com efeito, acontece que Deus concede uma tal experiência espiritual a pessoas de virtude vulgar, ou a principiantes na vida espiritual, a fim de os atrair a Si.
O repouso no Espírito resulta, mais frequentemente, da imposição das mãos, ou pelo menos de um toque da mão na cabeça, embora esse gesto não seja sempre necessário. A pessoa começa a vacilar, para finalmente cair devagarinho para trás. Esta queda é causada por uma graça tão poderosa do Espírito Santo que o corpo já não pode suportá-la e, então, as suas forças abandonam-no. Contudo, é preciso esclarecer que a queda não é obrigatória e não condiciona, necessariamente, a recepção da graça. Por outro lado, aqueles que não "caem" são afetados por uma vertigem não desagradável, tremuras ou pernas debilitadas, mas estas manifestações físicas são impregnadas de doçura e de paz. A sensação interior de repouso no Espírito parece existir também nas pessoas que não caem.