30 de dezembro de 2013

Examine qual é o centro da sua oração



1) EU - Oração totalmente centrada no "eu", só o "eu" importa. Não é oração, pois não há lugar para Deus.
Exemplo: a oração do fariseu.
O fariseu, em pé, orava no seu interior desta forma: Graças te dou, ó Deus, que não sou como os demais homens: ladrões, injustos e adúlteros; nem como o publicano que está ali. (Lc 18, 11)

2) EU E DEUS - Oração centrada no "eu" - nas minhas necessidades, na minha vida, nos meus pecados, nos meus sofrimentos, nas minhas vitórias -, embora Deus faça parte da oração. 
Exemplo: a oração do publicano.
O publicano, porém, mantendo-se à distância, não ousava sequer levantar os olhos ao céu, mas batia no peito, dizendo: Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador! (Lc 18, 13)

3) DEUS E EU - Oração centrada em Deus - no Seu louvor, na sua honra, no Seu poder -, embora o "eu" faça parte da oração. 
Exemplo: a oração de Daniel
Ah! Senhor, Deus grande e temível, que sois fiel à aliança e que conservais vossa misericórdia àqueles que vos amam e guardam vossos mandamentos: nós pecamos, prevaricamos, cometemos maldade, fomos recalcitrantes, desviamo-nos de vossos mandamentos e de vossas leis. Não escutamos vossos servos, os profetas, que falaram em vosso nome a nossos reis, a nossos chefes, a nossos antepassados e a todo o povo da terra. (Dn 9, 4b-6)

4) DEUS - O "eu" desaparece, e só Deus importa: o que Ele fala, o que Ele deseja, o que Ele é. Só importa louvá-Lo, adorá-Lo, amá-Lo, exaltá-Lo e estar imerso no Seu amor.
Exemplo: a oração de São Paulo
Ó abismo de riqueza, de sabedoria e de ciência em Deus! Quão impenetráveis são os seus juízos e inexploráveis os seus caminhos! Quem pode compreender o pensamento do Senhor? Quem jamais foi o seu conselheiro? Quem lhe deu primeiro, para que lhe seja retribuído? Dele, por ele e para ele são todas as coisas. A ele a glória por toda a eternidade! Amém. (Rm 11, 33-36)

Extraído do livro "Perseverai no amor de Deus, de Maïsa Castro, Ed. Raboni. 




26 de dezembro de 2013

A experiência de ser salvo


Quando eu tinha 13 anos morava em Recife-Pe com a minha família. Numa ocasião, banhando no mar de Boa Viagem com meus irmãos me senti sendo carregada para trás pelo movimentar das ondas. Normal! Mas quando aguardava a próxima onda me empurrar em direção à areia de novo, aconteceu o inverso: o mar continuava a me sugar para mais longe da terra. Comecei a me assustar e tentei voltar andando para fora. De repente sentir faltar o chão debaixo dos pés, porém não me preocupei muito, comecei a nadar para voltar a conseguir pisar em algo. Nada! Nem saía do lugar, muito pelo contrário, vi meus irmão e outra criança como que "escorrendo" por uma espécie de "ralo" que tinha se formado pela lacuna dos arrecifes justamente no lugar que escolhemos para curtir a água quente daquele final de tarde. Quando vi os meninos passando rapidamente para trás de mim, comecei a ficar aflita. Tentei voltar para pegá-los mas tinha ficado muito fundo para mim e o movimentar das águas não dava trégua! Eram três crianças e eu e comecei a cogitar que estava me afogando, pois não estava mais conseguindo respirar em meio às brumas das ondas! De repente senti um puxão forte no meu maiô e cabelos simultaneamente e sentir voltar o fôlego. Depois de alguns instantes pude ver (embora com os olhos ardendo pela água salgada) uma espécie de gigante com um menino literalmente embaixo da axila (como quem leva uma pasta ou jornal), outros dois pequenos bracinhos presos fortemente por uma única e enorme mão (isso mesmo, dois meninos numa mão só) enquanto ele me levava pelas madeixas para a praia como aquela icônica figura do homem das cavernas que leva sua companheira para a sua gruta: era o salva-vidas! 
Chegando na praia ele jogou os quatro de uma vez na areia fofa e quente. Pegou rapidamente o rosto de cada um, verificou as bocas e narinas, deu um tapinha nas costas do menorzinho que tossia (que nem era meu irmão, mas um coleguinha recém conhecido no passeio) e depois, com toda autoridade, começou a dar uma enorme bronca, furioso conosco, esbravejando que a gente quase morreu, perguntando onde estavam nossos pais, se a gente era doido de entrar sozinhos na água aquela hora de descida de maré e blá blá, blá blá blá, blá blá... 
Eu estava tão agradecida e atônita que só sabia olhar para ele e dizer: "desculpa, obrigada! Desculpa, obrigada! Desculpa, obrigada!" 
Só quem passou pela experiência de ser salvo, especialmente de ser salvo por uma imprudência/burrice/erro seu, sabe a contrição e a gratidão que isso provoca! Só quem passou por essa experiência vai saber do que estou falando... 
Mesmo sendo uma comparação rude, transferi o sentimento dessa memória para a espiritualidade do que fez Jesus por mim, por toda humanidade, por cada um de nós!
O povo que andava nas trevas estava destinado a se perder definitivamente, por sua própria culpa, por sua própria imprudência/burrice/erro, *pecado*. O ser humano estava destinado à perdição, morte, fim. Mas Deus jamais permitiria que isso acontecesse! Chegou ao cúmulo da humilhação por amor (porque o amor tem isso: quando verdadeiro, não se importa em se humilhar) e veio à terra vestindo nossa carne. "E o Verbo se fez carne e habitou entre nós!" (Jo 1, 14) Ele não se apegou à sua condição divina (OBS.: DI-VI-NA!!), mas se esvaziou dela, diz a Palavra: "A-NI-QUI-LOU-SE", assumiu condição de escravo e se assemelhou a nós, por amor. (Fil 2, 7-8) Aceitou ser embrião, feto, bebê, totalmente dependente, vulnerável, pequeno... porque amou tanto o ser humano que quis vir a nós (porque o amor tem isso: quando verdadeiro, vai ao encontro do ser amado) para nos salvar! Para que todo que Nele cresse não perecesse, mas alcancesse a vida eterna! (Jo 3, 16) 
Muitos de nós temos brincado nos mares dessa vida alheios aos perigos que nos cercam. Como eu nos meus 13 anos na Praia de Boa Viagem naquele Domingo, vamos curtindo os prazeres da vida sem imaginar que estamos prestes a ser tragados pelo Mal, pelos pecados, pelas nossas imprudências/burrices/erros, orgulhos, mágoas, arrogâncias, omissões, falta de perdão, implicâncias, individualismos, esfriamento da fé, indiferença e até mesmo hostilidade à Deus... Mas Jesus nasceu em meio a nós não para nos condenar, mas para nos SALVAR! Para ser em nossa vida como aquele brigadista gigante e nos suspender pelos cabelos se for preciso e não deixar que nós pereçamos! E nós? Como ficamos diante dessa verdade? 
Minha experiência na Missa de Natal desse ano, ao me deparar com essas reflexões, foi a de deixar mesmo o rímel escorrer pela face no meio das lágrimas e repetir diante dos pezinhos do Santo Menino no momento da Comunhão: "desculpe e obrigada! Desculpe por tudo, e obrigada! Perdão! E obrigada, Senhor!" 

1 de dezembro de 2013

COROA DE ADVENTO

Significado e uso da Coroa de Advento


Descrição
Consiste numa coroa feita com ramos verdes e flores, na qual se inserem 4 velas, que significam as 4 semanas de preparação para o Natal, ou seja, o Advento.
Trata-se de um suporte, normalmente redondo, com um aro de arame ou madeira, revestido de ramos vegetais ou de musgo: ou seja, uma coroa entrançada com uma verdura que se conserva, como os fetos. Sem flores. Sobre ela colocam-se quatro velas novas, de cor uniforme ou variada, como se prefira. A coroa coloca-se sobre uma mesa, ou sobre um tronco de árvore, ou pendura-se elegantemente do tecto.
As 4 velas são acesas à medida que  os 4 domingos de Advento se vão cumprindo. No início da primeira semana de Advento acende-se uma vela. No segundo Domingo, duas. E assim sucessivamente até que, nas vésperas do Natal e no quarto Domingo, já estão acesas em todas as celebrações (dominicais e diárias) as quatro velas. Umas, naturalmente, gastaram-se mais que outras. [Também pode colocar-se uma quinta vela, branca no centro, na Noite de Natal: para expressar que o Advento foi tempo de preparação e é mais importante o Natal, com as suas duas grandes semanas. Pode-se juntar também uma imagem do Menino, dentro da própria coroa de Advento.]

História
É de origem germânica.  No Inverno, acendiam-se algumas velas que representavam o “fogo do deus sol”, com a esperança de que a sua luz e o seu calor voltasse. Os primeiros missionários aproveitaram esta tradição para evangelizar, relacionando-a com Jesus Cristo.
No séc. XVI torna-se símbolo do Advento nas casas dos cristãos. Este uso difunde-se rapidamente e implanta-se também na América.
No séc. XIX começou a colocar-se a coroa de Advento nas igrejas.
Existe uma tradição que sugere o nome das quatro velas: vela da Profecia, vela de Belém, vela dos Pastores, vela dos Anjos.

Uso da Coroa do Avento
O seu uso tem-se difundido cada vez mais entre nós. Ajuda a aprofundar a espera e a intensificar, em cada semana, a preparação para a vinda do Senhor. A coroa está formada por uma grande quantidade de símbolos.
Com este símbolo da coroa, simples e dinâmico, trata-se de ir criando uma atitude de espera, com o seu jogo numérico, com o simbolismo da luz do verde, e com uma aproximação gradual que convida à preparação da vinda de Cristo Jesus, Luz e Vida para todos. No meio de um mundo secularizado, que tende a celebrar o Natal com slogans meramente comerciais, a coroa pode ser um pequeno símbolo dos valores que nós, os cristãos, vivemos nestes dias.
Natal é a festa da luz: “O povo que andava nas trevas, viu uma grande luz”. Cristo é a Luz do mundo. É Ele quem, com a Sua vinda, nos ilumina e nos conduziu à esperança.
A coroa de Advento aponta para o crescendo da Luz de Cristo, que dissipa as trevas deste mundo. Ao acender semana após semana os quatro círios da coroa, significamos os nossos passos de aproximação à luz que vem sobre nós e é Cristo Jesus.

29 de novembro de 2013

Feliz Ano Novo Litúrgico!


O fim do ano litúrgico se aproxima. Tempo de refletir sobre como foi nossa participação na Igreja neste ano que passou! Será que em meio a tantas realizações em minha vida, houve tempo para me dedicar à evangelização, ao serviço do altar, às obras de caridade, formação dos fiéis, à manutenção do Templo... alguma coisa?!?

Sempre gosto de fazer um balanço no fim do ano, meditar sobre os acontecimentos bons, as vitórias, as conquistas; mas também sobre as perdas, as falhas, as promessas não cumpridas. Em meio a memórias e louvores, pus em cheque minha contribuição para a Igreja esse ano: fui o melhor que pude no meu serviço? Servi da melhor maneira que podia? Superei o ano passado? Pelo menos mantive minha fidelidade o máximo que poderia? Participei de alguma pastoral? Contribui com o Dízimo? Ajudei alguma pessoa além de mim mesmo e da minha família? Fui em direção do próximo levando uma palavra de fé, de consolo, de alegria?

Vamos refletir. Deus é bom, nos providencia tudo, nos protege constantemente de tantas coisas, nos oferece seu amor cada dia do ano! E Ele conta conosco para alcançar muitos de seus filhos, irmãos nossos, que vivem em grande miséria seja material, seja, como sempre diz o Papa Francisco, existencial. Deus conta comigo! Deus conta contigo! A Igreja está sempre de portas abertas para quem quer colaborar com humildade, compromisso, com fé! A Igreja precisa de você, batizado! A Igreja é sua Mãe, e precisa e conta com você, com seu talento: não o enterre!

Jesus está voltando, irmão, irmã! Colabore com o anúncio de seu Reino não por medo, mas em retribuição a tudo o que Ele te dá, à sua saúde, à sua vida! Trabalhe em alguma coisa na Igreja POR AMOR! Por amor a Ele, por amor aos filhos Dele, nossos irmãos que necessitam tanto de alguém para levar amor onde só há ódio; que saibam perdoar nesse mundo onde impera o rancor; que seja instrumento de paz onde as pessoas tem se especializado na arte da briga; que sejam acolhedores e solidários nesse cotidiano de rejeições... Deus conta comigo e com você para semear esperança onde “tudo seja triste simplesmente por não saber de Cristo”...

Reflita sobre tudo o que você poderia ter feito mas não fez por preguiça, por soberba, por não priorizar a Deus... por tantos outros motivos, tantas outras justificativas, tantas outras desculpas... Deus tudo vê e a Ele não podemos “enrolar” com explicações: Ele nos conhece por dentro e por fora, o que fazemos conscientes e inconscientemente e está sempre pronto a nos perdoar, a nos acolher de novo, a nos aceitar, compreender. Ele perdoa nossa ausência mas nos quer! Quer cada um de nós junto Dele, na família Dele que é a Igreja! Trabalhando, servindo, sendo curado, liberto, restaurado por Sua graça e O ajudando a curar os outros, libertá-los e restaurá-los sempre nos submentendo à sua unção! Volta! Volta para Deus e para a Igreja, sem medo! Ele nos espera e conta conosco! Ele quer precisar de nós!

Deus nos dá quantas e quantas chances precisarmos, nos dá 365 dias de “novas oportunidades”, mas não percamos mais tempo: vamos fazer mais por Ele, pela Mãe Igreja, pelos outros e, consequentemente, por nós mesmos...
Volte para Igreja! Volte para Deus!

Como nos faz bem voltar para Ele, quando nos perdemos! Insisto uma vez mais: Deus nunca Se cansa de perdoar, somos nós que nos cansamos de pedir a sua misericórdia. Aquele que nos convidou a perdoar «setenta vezes sete» (Mt 18, 22) dá-nos o exemplo: Ele perdoa setenta vezes sete. Volta uma vez e outra a carregar-nos aos seus ombros. Ninguém nos pode tirar a dignidade que este amor infinito e inabalável nos confere. Ele permite-nos levantar a cabeça e recomeçar, com uma ternura que nunca nos defrauda e sempre nos pode restituir a alegria. Não fujamos da ressurreição de Jesus; nunca nos demos por mortos, suceda o que suceder. Que nada possa mais do que a sua vida que nos impele para diante! (Papa Francisco, in Evangelii Gaudium)


Desejo a você boas e sinceras reflexões em espírito de oração! Que o Espírito Santo possa revelar a você onde é preciso melhorar, o que é preciso modificar neste ano que se inicia no próximo 1º Domingo do Advento para ser mais de Deus, mais da Igreja. Que nas meditações do ano que vem possamos estar mais engajados, mais comprometidos, sendo mais fiéis a Ele em Sua Igreja amada! Feliz Ano Novo Litúrgico! 

20 de novembro de 2013

Treinamento de Perdão



Então Pedro se aproximou dele e disse: Senhor, quantas vezes devo perdoar a meu irmão, quando ele pecar contra mim? Até sete vezes? (Mateus 18, 21)

Na mesma quantidade de vezes que Deus nos perdoa nossas imperfeições, deslizes e fraquezas, devemos perdoar as pessoas que Ele colocou na nossa vida. Simples assim. É fácil? Obviamente não. Como é difícil passar o dia inteiro perdoando um filho que só apronta, a semana inteira perdoando a agressividade das pessoas no trânsito, o mês inteiro perdoando o patrão exigente, o ano inteiro perdoando os alunos bagunceiros, a vida toda perdoando uma esposa “reclamona”!...

Precisamos aproveitar pequenos desentendimentos e irritações cotidianas como um treinamento de perdão pois virão ocasiões que teremos que liberar grandes perdões e aí, como faremos? Se não conseguimos perdoar o pouco, como perdoaremos o muito? E Deus espera isso de nós, já que Ele vive nos perdoando nossos "poucos" diariamente, e aqueles "muitos" com os quais já o ofendemos e entristecemos tanto em certas ocasiões em nossas vidas.

Não devemos superestimar os desgostos que temos na convivência com os outros, mas sim perceber que, quando somos contrariados em nossas opiniões e vontades, quando nos sentimos desrespeitados ou mesmo feridos, é uma ocasião que Deus nos dá para nos superarmos em paciência e caridade, uma ocasião para sermos “superiores”! Não superiores no sentido de “estar por cima da carne seca”, muito pelo contrário. No Reino de Jesus estar por cima, muitas vezes significa estar por baixo: “Os humilhados serão exaltados” (Lucas 18, 14).

Esforcemo-nos para perdoar diariamente, de coração, sem guardar rancor, sem achar que que somos bons demais para sermos ofendidos, que é algum crime hediondo discordar da nossa sublime opinião, que é inadmissível que as coisas não aconteçam estritamente segundo nossos planos e vontades! Esforcemo-nos para nos auto-conhecer com humildade e verdade e assim, nos conscientizarmos que nós não somos “essa coca-cola toda”, nem somos assim “uma Brastemp”, que definitivamente não somos “o último biscoito do pacote”! Somos todos feitos da mesma farofa! Somos tão imperfeitos quantos os outros! Também precisamos da paciência dos outros, também magoamos, também falhamos... Também estamos na dependência do perdão do próximo e de Deus!

Se dizemos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e a verdade não está em nós. Se reconhecemos os nossos pecados, Deus aí está fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos purificar de toda iniqüidade. (João 1, 8-9)

Amemos e perdoemos, simplesmente por que precisamos ser amados e perdoados. Encaremos o perdão como um treinamento intensivo de amor! Permitamos que o Senhor seja esse personal "perdoador" para nós: ouçamos suas súplicas em nossos corações nos incentivando a compreender, a relevar, a esquecer, a "deixar quieto"... Que o sopro do Seu Espírito nos fortaleça a aguentar firme o tranco dos irmãos quando eles não estiverem no seu melhor... Que o exemplo de Maria nos inspire seu sábio silêncio, a viver as injustiças na paz da presença de Deus, a guardar os acontecimentos no coração meditando-os, sem raiva, mas com amor... 

Exercitemos o perdão como quem vai para a academia: várias vezes, várias séries, sempre aumentando a velocidade, a intensidade, a carga, para então com o tempo, podermos ver os resultados dos nossos esforços em nosso caráter, em nossa personalidade! Todo treinamento visa a melhora, a superação, o ir além. O Catecismo da Igreja Católica (§2843) considera que o perdão é o amor que ama até o extremo do amor! Não se trata de simplesmente aceitar tudo sem diálogo, sem correção fraterna, mas em encarar tudo com mais amor e menos razão! Não se trata também de engolir sapo mas ficar remoendo por dentro, mas em mudar a ferida em compaixão e purificar a memória, transformando a ofensa em intercessão" (CIC, §2843). Isso só vira realidade se 'treinarmos', se exercitarmos, se fizermos na prática, 70 vezes 7 vezes...

E quando ficar difícil, quando os pequenos perdões se tornarem grandes perdões que a vida nos exigir, nunca nos esqueçamos que esta não é uma atitude que precisamos realizar sozinhos! Clamemos a graça e a ajuda de Deus SEMPRE, na oração!

“Ajuda-me a amar e perdoar, Senhor, na mesma medida da minha própria necessidade de ser amada e perdoada! Ajuda-me a me conhecer para que eu não me ache a dona da razão, para que eu perceba o quanto as pessoas também precisam ser pacientes comigo! Que pela sua graça, tudo aquilo que as pessoas me fazem de mal não tenha tanto impacto sobre mim, mas que seja maior o impacto da Sua graça no meu coração me ajudando a compreender mais, aceitar mais, aguentar mais, por amor! Que a pretensão de estar sempre certa não supere o carinho que tenho pelas pessoas; que a mania de controlar tudo nunca supere a ternura nas minhas relações; que a cegueira da irritação momentânea não comprometa o amor que me liga aos que o Senhor colocou no meu caminho... Por Jesus, em Maria, amém!”

7 de outubro de 2013

Como ser um bom cristão em três passos



O que devo fazer para ser um bom cristão?

Em nossa caminhada na vida percebemos que precisamos muitas vezes que nos indiquem o melhor caminho a trilhar para chegarmos com segurança e sem perda de tempo a nossa meta. Em nossa vida com Cristo, quanto mais vamos nos aprofundando em nossa vivência de fé, mas almejamos saber claramente o que não fazer e, mas mais ainda, precisamos saber o que devemos fazer! Em especial quando somos mais jovens precisamos dessa orientação até que tenhamos mais maturidade para desfrutar a liberdade com que Deus nos agraciou. Dessa forma, queremos hoje sugerir três passos para sermos bons cristãos católicos.

O primeiro passo - Seguimento dos 10 mandamentos da Lei de Deus e dos 5 mandamentos da Igreja:

Neste trecho do Evangelho de Marcos o Senhor Jesus nos dá a receita:

"Tendo ele saído para se pôr a caminho, veio alguém correndo e, dobrando os joelhos diante dele, suplicou-lhe: "Bom Mestre, que farei para alcançara vida eterna?" Jesus disse-lhe: "Por que me chamas bom? Só Deus é bom. Conheces os mandamentos: não mates; não cometas adultério; não furtes; não digas falso testemunho; não cometas fraudes; honra pai e mãe." Ele respondeu-lhe: "Mestre, tudo isto tenho observado desde a minha mocidade." Jesus fixou nele o olhar, amou-o e disse-lhe: "Uma só coisa te falta; vai, vende tudo o que tens e dá-o aos pobres e terás um tesouro no céu. Depois, vem e segue-me." (Mc 10, 17-21)

E a Igreja também nos convoca a um compromisso com ela nos Mandamentos da Igreja, muito bem explicitados nesse texto do Professor Felipe Aquino:

Para vivermos os mandamentos de Deus e da Igreja, um bom cristão deve conhecer a própria religião. Estude bastante. Isto é indispensável... Não sabe que livros recorrer? Recomendamos começar pelo YouCat, o Catecismo Jovem da Igreja Católica ou o Catecismo da Igreja Católica. Você já tem os seus? É uma fonte excelente sobre doutrina católica! São bastante didáticos sem ser superficiais. Estamos ainda no ano da Fé e o papa emérito Bento XVI tinha recomendado o estudo do Catecismo por esta ocasião... Tanto o Catecismo quanto o YouCat tem ótimas explicações sobre os 10 mandamentos de Deus e os 5 da Igreja.

O segundo passo – A Oração:

“Quem não reza - salvo as crianças sem estarem na idade da razão - não se salva." É preciso rezar sempre e nunca descuidar" (Lc 18,1). Segundo a doutrina, a oração é o único meio de se conseguir os auxílios necessários à salvação.  Como diz Santo Afonso de Ligório, "quem não se serve dela - a oração - está perdido".

Mas o que é a Oração? A oração é uma elevação da alma a Deus, para adora-Lo, para Lhe dar graças e para Lhe pedir aquilo de que precisamos. A oração pode dividir-se em mental e vocal. Oração mental é a que se faz só com a alma; oração vocal a que se faz com as palavras acompanhadas da atenção do espírito e da devoção do coração.

O Que a Oração faz?
- Alimenta nossa alma;
- É o caminho ordinário para receber os dons de Deus;
- É um mandamento de Deus;
- É uma arma poderosa contra os inimigos;
- Faz-nos progredir na virtude;
- Torna as ações fecundas.

E quando devo rezar? Diz o Terceiro Catecismo da Doutrina Cristã que, nós cristãos, devemos rezar especialmente nos perigos, nas tentações e no momento da morte; além disso, devemos rezar frequentemente, e é bom que o façamos pela manhã e à noite, e no princípio das ações importantes do dia.

Cada realidade é diferente uma da outra. Cada alma precisa especificamente de uma coisa ou outra, não podemos recomendar coisas muito específicas para cada necessidade particular... Mas uma coisa é certa que recomendamos: ESTUDO direcionado e ORAÇÃO. Delas, a mais excelente é a oração. É através do constante contato com Deus que a alma vai sendo guiada como uma criança pela mão da mãe. Tenhamos sempre em mente, seja mental ou vocal, para louvar ou pedir, ORAR É, mais do que fazer algo, ESTAR COM ALGUÉM, estar em contato, na presença de Nosso Deus.

As quartas partes tanto do YouCat quanto do Catecismo são sobre a ORAÇÃO. Neles podemos aprender sobre o tema, suas expressões, seus combates, a oração do Senhor (o Pai Nosso), etc. Mas para colocar em prática, poderíamos sugerir as “5 pedrinhas” recomendadas por Nossa Senhor em Medjugorje (http://queridosfilhos.org.br/mensagem-detalhe.php?id=11&As+cinco+pedrinhas)  ou o “Projeto Amigos de Deus” da RCC (que pode ser baixado nesse link: http://www.rccbrasil.org.br/download_listar.php?id_download=43).

3º passo - A ação: vida (testemunho) e evangelização

O Catecismo da Igreja Católica nos parágrafos 901 e 905 afirma que os leigos exercem sua missão profética (colocada em nós pelo Batismo) dessas duas formas: vivendo sua vida conforme o Cristo e sua mensagem e evangelizando pela participação na paróquia. Tentar realizar esses dois separadamente é simplesmente ilógico. Não se tem testemunho se não se anuncia. Não faz sentido anunciar se não se busca o testemunho.

Então, no dia-a-dia: CIC §901: “...Todas as suas atividades, orações, iniciativas apostólicas, a sua vida conjugal e familiar, o seu trabalho de cada dia, os seus lazeres do espírito e do corpo, se forem vividos no Espírito de Deus, e até as provações da vida se pacientemente suportadas, tudo se transforma em "sacrifício espiritual, agradável a Deus por Jesus Cristo" (1 Pe 2, 5). Na celebração eucarística, todas estas oblações se unem à do Corpo de Senhor, para serem piedosamente oferecidas ao Pai. É assim que os leigos, como adoradores que em toda a parte se comportam santamente, consagram a Deus o próprio mundo.

No apostolado: CIC §905: “Os leigos realizam a sua missão profética também pela evangelização, isto é, pelo anúncio de Cristo, concretizado no testemunho da vida e na palavra. Para os leigos, esta ação evangelizadora adquire um caráter específico e uma particular eficácia, por se realizar nas condições ordinárias da vida secular. Este apostolado não consiste só no testemunho da vida: o verdadeiro apóstolo procura todas as ocasiões de anunciar Cristo pela palavra, tanto aos não-crentes como aos fiéis." O §900 afirma que leigos tem tanto a obrigação quanto o direito de viver o Evangelho e anunciá-lo!

Assim, busquemos ser bons cristãos seguindo as orientações bíblicas e da Igreja, sempre na presença do Senhor em oração, procurando ao máximo anunciar a Palavra como Deus nos permitir em nossa comunidade dando testemunho do que pregamos!

(Autoria: Manuela Cabral Eirado, Danielle Duda, Ricardo Guerra)







29 de setembro de 2013

Quando Deus nos diz NÃO



Recentemente eu me deparei com uma situação pela qual orei muito, muito, sem desaminar nem desistir. Mobilizei muitas pessoas em intercessão por essa causa e clamei, clamei a Deus como a viúva fez com o juiz da parábola de Lucas 18, 1-8. Implorei a Deus que me atendesse, orei, jejuei, mas sua resposta foi “não”. Simples assim. Chorei, sofri, meus amigos que oravam comigo também. Muitos repetiam com sinceridade: “Somos humanos demais para entender”. Muito difícil de aceitar; entender então, impossível. Conversava com uma grande amiga que combateu comigo em oração por essa causa e ela partilhava sobre sua dor e incompreensão, sobre a revolta que foi brotando em seu coração... Eu comecei a fazer uma análise e uma metáfora que o Espírito ia me inspirando. 

Afinal, quem somos nós diante de Deus? Fé é isso: confiar quando não entendemos... O que é a nossa vontade diante da onisciência de Deus? Nós, que nem mesmo somos capazes de usar 100% do nosso cérebro, que hoje estamos vivos e amanhã, quem sabe? Que nem mesmo sabemos pedir como convém (Tg 4, 2-3)?

Veja bem, às vezes eu tenho o dia todo programado, como serão as atividades, os compromissos, os horários, etc. Vem o Zé, meu 2º filho que tem muita vontade, muita opinião, mas não sabe de nada dessa vida (5 anos!) e me pede algo que esteja fora de tudo o que planejei, organizei. Muitas vezes minha resposta tem que ser “não”, pois já tenho tudo planejado. Ele se revolta comigo, mas o que ele sabe da vida? Eu olho pra ele e digo (às vezes com dor no coração, pois ele queria tanto!): NÃO! Ele, chora, briga, faz birra... mas o que ele sabe da vida? O que ele sabe de tudo o que teremos que fazer? Nada...

E eu, como mãe, me imponho sobre ele, para o bem dele, segundo os planejamentos que eu tracei. Até entendo que ele se irrite, que fique emburrado, continuo amando pois ele é meu filho, meu filhinho... Sei que na hora certa ele entenderá! Muitas vezes eu olho para ele, penso em explicar o porquê do meu “não” mas penso: ele não entenderia, é só uma criança e está cego pela sua própria vontade. Então apenas digo: "Zé, confia na mamãe, eu sei o que estou fazendo!” Tenho até um bordão aqui em casa: "Vai na minha, que não tem errada! "Vai na minha, que tu se dá bem!" rs

Às vezes, em ocasiões simples como uma prova em nossos estudos e que pedimos a ajuda de Deus ou, situaçãoes mais importantes, como quando suplicamos pela saúde ou vida de um ente querido, recebemos de Deus uma resposta dura: um NÃO. E então, como crianças, nos revoltamos, pedimos explicações a Deus, brigamos, fazemos birra, esperneamos, ficamos magoados... Nós confiamos tanto! Pedimos tanto! Por que o “não”? Muitas vezes o que pedimos era justo, era necessário, era bom... aparentemente estava dentro de Sua Vontade! Como Ele pôde dizer “não” para nós? Ora, quando oramos a Deus suplicando por algo, não podemos perder de vista que pode haver pelo menos duas respostas possíveis: sim ou não.  Por que Ele me disse “não”? Ora, porque Ele é Deus! Pode responder como quiser! Ele sabe tudo, vê tudo, tem tudo em Suas mãos! Se confiamos Nele no “sim”, como não confiar Nele no “não”?

Gosto de pensar que Ele entende nossas reações, tem compaixão de nós, pois diante Dele, somos apenas crianças, não sabemos de nada, não conhecemos seus planos. Mas definitivamente, não podemos abusar da ternura e misericórdia divina. Não podemos dar vazão às nossas revoltas contra Ele! Jacó, de fato, lutou contra Deus (Gn 32, 22-30) mas existe um limite para o que é intimidade na oração e o que passa a ser blasfêmia. Deus é nosso Pai e Jesus afirma em Jo 15, 15 que passamos de servos a amigos, mas precisamos ter clara a nossa posição diante de Deus! Canta o Diácono Nelsinho Corrêa: “Deus é Deus e eu devo ser um adorador! Ele é o Rei e eu sou o servo...” O resultado de nossas lutas com Deus deve ser Sua bênção (assim como no caso de Jacó) e não a apostasia e a blasfêmia.

Quando meu amado filho, o José, extrapola em sua revolta pelo meu “não”, eu falo assim: "Zé, meu filho, confia na mamãe, eu sei o que estou fazendo! Não vamos brigar não, Zé! Pode chorar, pode achar ruim, só não grita! Não me falte com o respeito! Eu sou sua mãe, EU TE AMO, confia em mim...” E, se por acaso ele gritar, me desrespeitar, eu o obrigo a me olhar nos olhos, me pedir desculpas, me abraçar, me beijar e me fazer carinho (nunca menos do que tudo isso!)... Então, a gente se abraça e simplesmente muda de assunto, segue a vida.

Se você recebeu um grande e doloroso “NÃO” de Deus e, por causa disso, se revoltou, xingou, blasfemou, faltou com o respeito a Deus, tente isso! Procure-o na Confissão, peça desculpas! Mantenha seus olhos nos olhos Dele na Adoração ao Santíssimo Sacramento, abrace-O, beije-O na Santa Comunhão e, se quiser, chore, chore, chore no colo Dele com a confiança de que Ele sabe o que está fazendo, que Ele sabe o que está permitindo que aconteça em sua vida. Ele tem nossa história como um rolo desenrolado em Sua frente: passado presente e futuro... Já nós.... Bem, nós estamos no rolo!!! Como é que a gente vai saber? Mas Ele sabe! Nós podemos confiar Nele! Deitar no colo Dele, chorar, chorar, chorar... mas no colo Dele.

Sempre me toca muito o Mistério (veja bem, é um MISTÉRIO!) da agonia de Jesus no horto da Oliveira. Como Ele clamou, como Ele pediu, até o ponto de suar sangue: “Pai, afasta de mim este cálice! Mas faça-se a Sua Vontade!” E diz a Palavra que um anjo veio confortá-Lo (Lc 22, 43-44)! Que gigantesco “Não” Jesus recebeu... Na cruz gritou o Salmo: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” (Mt 27, 46). Se Jesus assim sofreu por ter recebido um "não", quanto mais nós!

Precisamos ter Fé que Ele tem tudo em Suas mãos, que Ele está no comando, mesmo quando coisas ruins acontecem, mesmo quando Ele nos diz “não”. Ora, o Catecismo da Igreja Católica em seu parágrafo 312 afirma que “do maior mal moral jamais praticado, como foi o repúdio e a morte do Filho de Deus, causado pelos pecados de todos os homens, Deus, pela superabundância da sua graça, tirou o maior dos bens: a glorificação de Cristo e a nossa redenção.” Santo Agostinho tem uma frase a qual em sempre me apeguei muito: “Deus todo-poderoso, sendo soberanamente bom, nunca permitiria que qualquer mal existisse nas suas obras se não fosse suficientemente poderoso e bom para do próprio mal, fazer surgir o bem”.

Devemos confiar tanto em Deus, mas tanto, até o ponto de ficarmos em paz quando Ele realizar a vontade Dele ao invés da nossa! Ops!? Mas não é isso mesmo que rezamos na oração do Pai Nosso? “Seja feita a Vossa vontade, assim na terra como no Céu”? É fácil na teoria, quando não estamos no horto das Oliveiras de nossas vidas... Mas que outra opção temos nós a não ser confiar Nele? Que outro caminho há para nós a não ser o caminho da Fé Nele, que é nosso Pai?

O Catecismo afirma no § 314: “Nós cremos firmemente que Deus é o Senhor do mundo e da história. Muitas vezes, porém, os caminhos da sua Providência são-nos desconhecidos. Só no fim, quando acabar o nosso conhecimento parcial e virmos Deus “face a face” (1 Cor 13, 12), é que nos serão plenamente conhecidos os caminhos pelos quais, mesmo através do mal e do pecado, Deus terá conduzido a criação ao repouso desse Sábado definitivo, em vista do qual criou o céu e a terra.”


Não é fácil! Todos nós somos um pouco o meu amado "Zé" quando ouvimos um “não” de Deus, nosso Pai, nosso Senhor, nosso Amigo... Mas Ele nos ama e um dia estaremos com Ele (essa é a nossa luta, essa é a nossa esperança!) numa circunstância onde não haverá nem morte, nem luto, nem grito, nem dor (Apo 21, 4) e aí sim, entenderemos tudo isso, todas as esperas, os aparentes fracassos, todos os "nãos" que Ele nos  deu. Confiemos Nele! Aceitemos os seus “nãos” da mesma forma que aceitamos os seus “sins”! Sigamos nossa vida com a firme esperança de que Ele prossegue com Seus planos em nossas vidas! Permaneçamos Nele, e Ele permanecerá em nós, até por que, sem Ele nada poderemos fazer! (Jo 15, 4-5)

17 de setembro de 2013

Servos



Aonde mandar eu irei / Seu amor eu não posso ocultar / Quero anunciar para o mundo ouvir / Que Jesus é o nosso Salvador! 

É o Senhor que ordena nossa utilidade em Sua obra, não os homens, muito menos nossas vontades fracas e voláteis. Onde nos derem a oportunidade de servir, é aí que a Vontade de Deus está nos encaminhando. Tenhamos visão espiritual: onde as portas estiverem abertas para nosso serviço, é aí que Deus está nos querendo, é aí que Deus está precisando de nós.

Desapeguemos do nosso querer, das nossas opiniões, sirvamos ao Evangelho, anunciemos, pois só temos o hoje, só temos o agora para servir a Deus, chegou a hora de assumirmos com toda coragem nossa condição de “servos inúteis” (Lc 17, 10), que não fazem nada além de sua obrigação de amor e gratidão por tanta bondade de Deus em nossas vidas.

Soframos, soframos pela obra de Deus, pois como afirma Silvinho Zabisky (fundador da Comunidade Beatitudes), se não sangrar é só ensaio. A Carta aos Hebreus 12, 4 afirma que “ainda não temos resistido até o sangue, na luta contra o pecado”; e eu emendo, parafraseando: “Ainda não temos resistido até o sangue, na luta para servir a Deus em sua obra”.

Não coloquemos mais “banca” para servir a Deus, não fiquemos escolhendo trabalho, almejando funções, nem mesmo fazendo expectativas que os irmãos de caminhada reconheçam nossos esforços e sacrifícios. Sirvamos, sirvamos a Jesus Cristo e seu Evangelho por causa de Jesus Cristo e seu Evangelho, nada mais, nada menos! Não sejamos voluntários, mas servos de verdade! Entreguemos nossas vidas tanto quanto for possível pela evangelização sem perder o foco: JESUS, JESUS, JESUS. O resto é resto. 



16 de setembro de 2013

Salmo 6



Este Salmo penitencial é um canto de lamentação individual de um enfermo: prostado no leito da dor é insultado pelos ímpios, que o consideram abandonado por Deus. A presença do pecado na vida humana é causa de angústia e inquietação, o pecado envolve a existência em atmosfera de inferno, que é privação de Deus, de Sua luz e de Seu amor. A única cura eficaz dessa enfermidade espiritual é a conversão que nos liberta dessa morte e suscita em nosso coração a aversão ao pecado.* 


1. Ao mestre de canto. Com instrumentos de corda. Em oitava. Salmo de Davi.

2. Senhor, em vossa cólera não me repreendais, em vosso furor não me castigueis.

3. Tende piedade de mim, Senhor, porque desfaleço; sarai-me, pois sinto abalados os meus ossos.

4. Minha alma está muito perturbada; vós, porém, Senhor, até quando?...

5. Voltai, Senhor, livrai minha alma; salvai-me, pela vossa bondade.

6. Porque no seio da morte não há quem de vós se lembre; quem vos glorificará na habitação dos mortos?

7. Eu me esgoto gemendo; todas as noites banho de pranto minha cama, com lágrimas inundo o meu leito.

8. De amargura meus olhos se turvam, esmorecem por causa dos que me oprimem.

9. Apartai-vos de mim, vós todos que praticais o mal, porque o Senhor atendeu às minhas lágrimas.

10. O Senhor escutou a minha oração, o Senhor acolheu a minha súplica.


11. Que todos os meus inimigos sejam envergonhados e aterrados; recuem imediatamente, cobertos de confusão!

*Comentário da Bíblia Sagrada, Ed. Vozes

14 de setembro de 2013

O diálogo no casamento


Escrevo hoje aos casais e a minha motivação é a grande quantidade de pessoas que tem me pedido oração por seus casamentos. E o interessante é que, pelo menos nesses casos em que as pessoas me procuram e relatam um pouco das suas dificuldades, 100% das crises tem uma causa comum: a falta de diálogo. Meu marido e eu, em 14 anos de relacionamento (um ano de namoro, um ano de noivado e 12 anos de casados), aprendemos (não sem muita labuta) que se relacionar sem dialogar é contra-producente, para dizer o mínimo. Graças a Deus, na caminhada de Igreja, o Senhor providencia sempre encontros para casais nos quais sempre é possível aprender a ser verdadeiros “ministros do sacramento do Matrimônio” através da oração, do carinho, da solicitude, mas especialmente, através do DIÁLOGO.

Nós já tivemos a oportunidade de viver por diversas vezes esses encontros um com o outro e os dois com Deus e podemos testemunhar como fez toda a diferença na nossa história. Como sempre, Deus em sua misericórdia, nos fazia lembrar os motivos que nos levaram a nos unirmos em uma só carne e nos conduzia a recordarmos tudo aquilo que nos levou a nos interessarmos um pelo outro. E mais, o Senhor nos ajudou a constatar que tudo isso ainda estava em nós! Melhor ainda, perceber que Ele já havia trabalhado muita coisa e que poderia acrescentar muito mais!

Hoje em dia, um pouco mais experimentados, nós aprendemos que a vida de casado não é apenas flores e arco-íris em nuvens cor-de-rosa, mas traz consigo os seus desafios, afinal, trata-se de unir duas histórias de vida distintas para forjar uma nova história, que não é nem a de um, nem a do outro as quais estávamos tão acostumados. Esse processo pode, às vezes, destacar mais os espinhos das flores e os ocasionais raios e trovoadas das nuvens cinzas... Isso aconteceu conosco e pudemos perceber que a principal causa dos desgastes, desentendimentos e mágoas residiam nos desvios do plano original, ou seja, ao invés de uma nova história, tentávamos juntos, cada um, escrever a sua. E sem contar pro outro! Aliás, o grande trunfo do exercício do DIÁLOGO para nós está centralizado justamente nessa expressão: “contar pro outro”. E contar com o outro!

É claro que isso tudo só é possível pela graça de Deus, pela consciência de que somos filhos de Deus e que Ele nos fez por amor e para o amor, mesmo nas dificuldades, principalmente quando vivemos em um tempo marcado pelo individualismo e egoísmo, no qual tudo, até as pessoas, são descartáveis. Sabemos que, como afirma a Palavra de Deus, a origem do amor é Deus (1 Jo 4, 7). E, se estamos casados, ainda mais essa vocação para o amor se evidencia em nosso dia-a-dia, pois o matrimônio é mais que uma mera escola de amor, está mais para um curso intensivo de como amar 24hs por dia, de segunda a domingo, sem pausas para folgas!

8 de setembro de 2013

Ei! Deus quer contar com você!



Ei! Você! Sim, você mesmo(a) que lê essas linhas agora! Deus te ama e confia em você! Deus te ama e quer contar com você! Ele quer te usar como instrumento para colocar em prática vários planos Dele, Ele quer te confiar missões nas quais você terá o sentimento pleno de realização pessoal, mesmo talvez em meio a sacrifícios e grandes desafios. Ele não precisa de nada nem de ninguém para agir, mas QUER CONTAR COM VOCÊ!

Você tem que ser uma referência de Deus nos lugares por onde transita, seja sua casa, sua família, local de estudo ou trabalho, no trânsito, no mercado, na vizinhança, academia, até na balada! Talvez principalmente na balada... Pense aí nos locais que você frequenta, nas pessoas com as quais você convive. Deus quer que você seja sal e luz para esses filhos que Ele providencialmente colocou em seu caminho (Mt 5, 13-14) e que talvez jamais entrarão em uma Igreja para ouvir Sua Palavra. Você precisa se conscientizar que sua vida pode ser o único contato que algumas pessoas terão com o Evangelho! 

Ele quer que você seja aquela pessoa gentil que ajuda a velhinha a atravessar a rua; aquele jovem honesto que devolve o troco errado; a mulher digna que aconselha alguém a não pecar; aquele homem com H maiúsculo, que jamais trairia a confiança de ninguém. Deus te chama a ser mais que alguém que se conforme em simplesmente em dizer “Pagar com Visa é muito melhor” ao invés de sugerir amigavelmente outra opção realmente melhor para o próximo, mesmo que desconhecido. Ele conta com você para ajudar aqueles que são injustiçados bem na sua frente nas esquinas do cotidiano, sem ninguém para os defender.

Deus te chama hoje para ser aquela pessoa que quando chega, constrange os desonestos, os indecentes, os imorais, os pecadores sim (mesmo ciente da sua condição de pecador) mas pela sua simples presença, pelo simples fato da sua adesão comprometida a Deus! Não estou aqui te conclamando a ser como aqueles cavaleiros da época das cruzadas que sai com a Bíblia em punho como se fosse uma lança pronta para cometer alguma “violência proselitista” nos outros, NÃO! De jeito nenhum, pelo contrário! Você deve constranger como Jesus constrangia quando chegava, com seu testemunho de VERDADE, JUSTIÇA e especialmente, AMOR! Deve cativar com sua postura, seu sorriso, talvez até seus abraços, assim como o Papa Francisco. 

Você tem que ser aquela pessoa que todos saibam que podem contar com a sua ajuda, que podem contar com as suas orações, seus ouvidos para ouvir, seus ombros para chorar, sua opinião sincera e desinteressada, sua companhia, seus braços para ralar e até mesmo seu dinheiro se preciso for! Tem que ser aquela pessoa que vive tanto a sua fé que se torna mesmo um ícone de religiosidade, de civilidade, de sabedoria, de caridade!

Deus te chama hoje a ter tanta familiaridade com a Palavra e a Doutrina, que se torne aquela pessoa de quem os outros possam dizer: “Fulano deve saber responder isso”! Você tem que ser aquela pessoa de quem fala São Pedro em sua 1ª Carta, capítulo 3, versículo 15, que sabe dar sempre as razões de sua fé com suavidade e respeito, mas com plena convicção! Você tem que ser aquela pessoa que saiba trazer um trecho da Bíblia para a edificação, exortação ou consolo, oportuna ou inoportunamente, sempre em clima de diálogo amigável.

Deus te ama, Deus te chama, Deus quer precisar de você, Ele quer contar com você para ser fermento na massa onde quer que você esteja (Mt 13, 33)! Diga SIM a Deus! Diga como Maria: “Sou uma serva do Senhor, faça-se em mim, segundo a Sua Vontade”! “Sou um servo do Senhor, ajuda-me Pai, a ser Sua presença dentro dos círculos que eu frequento! Usa-me como instrumento de Sua Paz, de Seu amor! Opera em mim com Teu Espírito, para que onde quer que eu vá, as pessoas possam se recordar que existe um Deus de fato que é real, está vivo, que ama a cada um de nós, que tem cuidado de cada um de nós! Que ao olharem para mim, possam se recordar de Ti, dai-me essa dignidade, Pai, em nome de Jesus, no poder do Espírito Santo, amém!”

30 de agosto de 2013

Confiança no homem, confiança em Deus




 Estudei recentemente um trecho do Catecismo (§ 150) que diz:

"É justo e bom entregar-se totalmente a Deus e crer absolutamente no que Ele diz. Será vão e falso PÔR TAL FÉ EM ALGUMA CRIATURA." 

Jeremias 5, 7 diz: Maldito o homem que confia em outro homem, que da carne faz o seu apoio e cujo coração vive distante do Senhor!

O Salmo 145, 3 diz: Não coloqueis nos poderosos a vossa confiança, são apenas homens nos quais não há salvação.

Refletindo sobre isso, analisei que é impossível ter todas as expectativas alcançadas por pessoas que, como nós, são só "farofa", seres humanos pecadores, passíveis de errar e cair. 

Esperar que eles nunca nos decepcionem seria até injusto. A Bíblia e o Catecismo não querem que não confiemos em ninguém, mas apenas explicitar que o único digno de confiança total e irrestrita é Deus, que nunca falha em seus desígnios. 

Tenho percebido que quando estamos prestes a sermos "traídos" na confiança em que depositamos nas pessoas, A GENTE SENTE. Tem aí uma espécie de sexto sentido (na falta de uma expressão melhor) que acende uma luz de alerta dentro de nós... 

Devemos analisar bem, seguir nosso coração, orar, pedir a Deus que nos mostre... Devemos ficar atentos a esses sinais. E além disso, sempre uma boa conversa (de novo, o diálogo) pode evitar muita decepção... A Verdade liberta! A Verdade com Caridade, salva!

8 de agosto de 2013

Busque a Deus!


Busque a Deus! Ele pode te dar a paz que você necessita seja qual for o momento que você esteja vivendo. Sempre gosto de pensar na possibilidade real da morte para minimizar meus problemas, encarando-a como São Francisco fazia: "Irmã Morte".
E se quem você ama, por algum motivo, morresse hoje? E se você mesmo (a), morresse hoje?! Agora estamos vivos, daqui a pouco não podemos garantir. Quanto tempo a gente tem para amar a Deus e aderir verdadeiramente a Ele? Quanto tempo teremos com aqueles que amamos? E depois que morrermos, o que nos restará de tudo o que estamos passando hoje? Diante dessa possibilidade sempre real, precisamos ter a mente ligada na busca de Deus, independente das coisas passageiras da nossa vida. Tenho certeza que isso que você vive agora VAI PASSAR, por que TUDO PASSA, para o bem ou para o mal, só Deus permanece... Então, busque a Deus! Com Cristo todas essas dores tem sentido! Sem Cristo só nos afundamos em nós mesmos e em nossas dores...
A Bíblia ensina que devemos buscar a Deus antes e com mais força do que qualquer outra coisa, com a promessa de recebermos todo o resto por acréscimo (Mc 6, 33); que devemos buscar a Deus enquanto ainda temos o tempo e a possibilidade de o encontrar (Is 55, 6).
A Bíblia explica que nossa vida é um sopro (Jó 7, 7), não perca mais tanto tempo e tanto esforço, tantas lágrimas e tantos pensamentos com a aquilo que passa: Busque a Deus! Ao fim de tudo, só Ele restará!

6 de agosto de 2013

Escolhe, pois, a vida! Para os que crêem o aborto não é opção!


Por este  me dirijo a você que crê em Deus. Em outras ocasiões pretendo dialogar com aqueles que não crêem, mas este texto é para quem, em sua liberdade, tem fé na existência de Deus. 

Pela razão podemos saber que Deus existe. Quando meditamos na origem do universo, na perfeição da natureza, na complexidade do corpo humano... tudo isso nos faz meditar na existência de Deus, pois como poderia toda essa engrenagem de vida ter surgido do acaso? O intelecto não aceita a explicação superficial do acaso na origem de tudo pois nossa alma necessita de sentido metafísico! Somos seres transcendentes, e o acaso é pouco demais para nossa alma! Até mesmo o meio científico, após anos e anos sem conseguir explicar apenas pela ciência as questões das origens da vida e da aparente inteligência e intenção das coisas naturais recoloca a “hipótese de Deus” em pauta.

Também pela fé, apesar de não vermos, muitas vezes podemos sentir a ação de Deus em nossas vidas em tantos momentos de nossa história pessoal. Normalmente, se cremos em Deus hoje, é por que fomos desde cedo educados na fé, na mensagem que Ele nos deixou em sua Palavra, crescemos experimentando a proteção divina, sua providência e com certeza, se pensarmos bem, temos em nossa vida muitas coisas para agradecer a Deus.

Deus existe, mesmo para os que não crêem. Este texto, entretanto, como dito já no início, é para você que crê em Deus, que crê que Ele é o criador de tudo o que existe, das coisas visíveis e invisíveis. É uma proposta de meditação para você que acredita, guiado pela sua reflexão racional e também pelo exercício da sua fé que existe Alguém maior, origem e fim de tudo, que governa o universo e que ao mesmo tempo quer se relacionar de maneira pessoal com cada ser humano que sua onipotência faz surgir nesta terra e para o qual não podemos viras as costas.

Sim, cremos que Deus é potência e amor! Deus cria tudo por amor e, transbordando esse amor, quer se comunicar, se relacionar com sua criação, em especial o ser humano. A leitura atenta do relato da criação no livro do Gênesis (deixando claro que se trata de um hino litúrgico, uma poesia sobre a criação do mundo e não um tratado de geologia de como foi o surgimento de tudo o que existe) quer evidenciar esse amor transbordante de Deus que gera vida. Deus cria de maneira especial o ser humano e lhe infunde um tipo diferente de vida: uma vida não só biológica e natural, mas transmite-lhe seu próprio Espírito o fazendo assim Sua imagem e semelhança. Dotado de liberdade, este homem trazido à existência por Deus optou por não estar 100% aberto a todo esse amor divino. Na verdade nisto se resume o pecado: em virar as costas para o amor do Criador com sentimentos e atitudes que não incompatíveis com sua santidade!

Essa vontade infinita de Deus em se comunicar e relacionar com o ser humano chega ao ápice em sua Encarnação: cremos que Deus se fez homem por amor aos homens e viveu no meio de nós na pessoa de Jesus Cristo. Ele é que pega o ser humano desta posição (de costas para Deus) e é capaz de coloca-lo novamente de frente para Deus, para estar apto a receber toda plenitude de vida e de amor do Criador apresentado como nosso Pai. Jesus, Deus feito homem por amor, devolve ao ser humano a semelhança com o Criador, abre-lhe a porta de uma vida para além desta terra, uma vida eterna.

É Deus que nos dá essa vida natural que é apenas a menor parte da nossa existência! Fomos criados para a vida eterna ao lado de Deus e Jesus, com sua morte e ressurreição, abriu as portas da eternidade para o gênero humano. Essa vida na terra é para nós como uma gestação, este mundo é nosso útero, nossa morte na carne será o nosso verdadeiro parto para a vida verdadeira para a qual fomos criados. Precisamos passar por essa “gestação” buscando nos conformar (no sentido de “tomar a forma de”) a Jesus, modelo de homem apto a estar na eternidade com Deus por meio de uma adesão consciente à Salvação que nos trouxe.

Deus é nosso Criador! Deus é nosso Pai! Deus criou tudo o que existe e depois quis uma relação de amor com sua criação, em especial com o homem. E Deus atualiza sua obra criadora a cada dia que amanhece, a cada planta que surge nos campos, no movimento das águas que evaporam dos rios e mares para tornar a cair na terra com as chuvas. Seu Espírito renova constantemente a face da terra... Em especial, Deus atualiza seu poder criador e seu amor paternal cada vez que um óvulo é fecundado por um espermatozoide no ventre de uma mulher.

Esse texto, mais uma vez reitero, é para aqueles que creem nesse Deus, o único Deus criador de tudo, Pai de Nosso Senhor Jesus e por meio Dele, nosso Pai também. Esse Deus que continua a ‘criar’ o ser humano gerando-o nos ventres das mulheres e promovendo-as de fêmeas a “MÃES”. A partir da união de apenas duas células  e nunca sem a permissão de Deus, surge um novo ser humano. Deus transborda amor, Deus transborda vida! Pelo pecado a morte entrou no mundo, mas Deus, o nosso Deus é Deus de Vida e não de morte! Deus quer a vida e não a morte! Jesus venceu a morte com sua Cruz e nos possibilitou a vida eterna! O Espírito do Senhor é quem dá a vida a tudo que é vivo!

No feto,no embrião, que muitos chamam de mero amontoado de células, mero pedaço de DNA na tentativa de desumanizar a obra do amor de Deus no silêncio escuro do ventre feminino, há vida! Não uma vida apenas biológica e material, mas assim como na ilustração poética trazida pelo Gênesis, há vida soprada por Deus, uma vida diferente, racional, emocional, sobrenatural, espiritual, uma vida que já ali começa a ser imortal na alma! Uma vida para qual Deus tem sonhos, planos e missões! Mesmo que tenha sido gerada fora dos planos amorosos de Deus, Ele tem promessas para essa vida que se desenvolve de maneira misteriosa no interior de sua mãe.

Diz a música cujo link disponibiliei ao final deste texto que a vida é dom e ninguém a detém. De fato, aquelas células vão se multiplicando de maneira tão engenhosa, formando órgãos e aparelhos de uma maneira tão complexa que nos remete imediatamente a imensa sabedoria divina em engendrar sua criação. Perfeita é essa obra! Nenhuma máquina criada pela inteligência humana, por mais desenvolvida que seja, se aproxima da genialidade do corpo humano criado por Deus. Ele quer essa pequena vida que evolui aos poucos no útero e faz com que se desenvolva sem que a mãe que o contém tenha que fazer nada diretamente para que ele continue a se desenvolver! Se a mãe apenas continuar vivendo normalmente, se alimentando e respirando, essa vida progredirá! E essa vida terá o poder de trazer mais vida a tudo o que estiver em sua volta, pois vida gera vida!

Vida não é um conceito apenas biológico. O biológico é apenas parte da criação divina. Mesmo quem não crê em Deus sabe que o biológico tem começo e fatalmente terá um fim. Aqueles que creem em Deus sabem que a vida não termina com a morte física como dissemos acima: nossa alma teve um início, mas não terá fim já que foi infundida em nós imortal. Quando este corpo morrer, partiremos para a eternidade: a vida eterna com Deus, ou, se optarmos livremente por virarmos as costas para o seu infinito amor, a morte eterna sem Ele. Para a vida ou para a morte, a eternidade nos espera. Será nossa escolha passá-la de frente para Deus num abraço amoroso ou de costas para ele, num vazio e desespero sem fim...

Não existem estatísticas nessa área, mas creio que inúmeras pessoas que tiram as vidas de seus filhos pelo aborto creem em Deus. Acreditam que Ele é o criador, rezam o Pai Nosso, possivelmente frequentam alguma Igreja, procurarm ser pessoas boas, mas passam por momentos de medo e insegurança com a presença dessa vidinha que se desenvolve sem o controle deles. Sejam os pais, as mães ou avós, sejam quem for, muitas pessoas que fazem, ou sugerem, ou ajudam, ou permitem que um aborto seja feito são pessoas que acreditam que Deus existe. 

É a essas pessoas a quem eu quero-me dirigir por essa meditação: CREIA EM DEUS, ESCOLHA A VIDA! Você que crê em Deus, somente aquele que crê em Deus: UM ABORTO JAMAIS PODERÁ SER UM OPÇÃO para você ou para os que você ama! Honre a sua fé nesse Deus, confie Nele, respeite Sua atuação na história das pessoas e escolha a vida: SEMPRE! O Salmo 126 afirma que o filho é um dom, um presente de Deus, uma recompensa! Não vire as costas para o Seu amor! Um óvulo fecundado é uma prova de amor de Deus ao mundo! Aceitar e realizar um aborto é colocar vitória de Cristo sobre o pecado e a morte como algo desprezível. Aceitar e realizar um aborto é destruir os alicerces de um Templo a ser erguido em honra ao Espírito Santo. 

Médico e profissional de saúde que crê em Deus: escolham sempre a saúde, o bem estar, a vida dos seus pacientes! Não permita que a ambição financeira ou qualquer outro motivo que seja maior do que a fé que você tem no fato de que Deus existe, que Ele gera vida por amor! Viva de acordo com sua fé, atue profissionalmente de acordo com a sua fé! Não cale sua consciência, não cale seu coração, não cale sua alma! Não vire as costas para Deus que te vocacionou à medicina para fazer o bem e ajudar o próximo!

Avós, tios, irmãos, primos, amigos: vocês que crêem em Deus, não aconselhem e nem permitam nunca um aborto de uma criança que Deus destinou a fazer parte da sua vida! Faça a diferença na vida de quem está cogitando essa possibilidade: relembre-a que existe um Deus, o único Deus Criador e Pai, que está entregando essa vida desse filho nas mãos dela! Seja o apoio que ela precisa, seja a voz da Verdade e da Caridade na vida dessa pessoa! Não se omita, não seja promotor da morte na história dessas pessoas, não seja cúmplice desse crime! Não seja aquela pessoa que sugeriu a morte de um filho, talvez o único que essa pessoa vá gerar em sua vida inteira! Não seja aquela pessoa que vai acompanha-la a alguma clínica em que ao invés de promover a saúde e a vida do ser humano fatura economicamente em cima do desespero daqueles que se esqueceram que poderão sempre contar com Deus em suas vidas e que existem pessoas (como você!) que estarão sempre presentes para ajudar em tudo o que elas precisarem, QUE ELAS ÃO ESTÃO SOZINHAS! Não vire as costas para Deus que conta com a sua intervenção a favor da vida, a favor do amor!

Pai, uma única célula sua deu início a um milagre que ultrapassa o plano natural! Com esse filho Deus quer te ensinar tantas coisas sobre amar e ser amado! Com esse filho Deus te coloca numa posição semelhante à Dele com relação a você: Ele é seu Pai, confie Nele e aceite o seu amor! Não lhe vire as costas! Não permita que seu filho seja impedido de se desenvolver, de nascer, de viver! Você, que crê em Deus, seja homem à altura de Cristo e defenda seu filho, assuma-o, ame-o! Honre o Deus que te ama, que também te deu a vida e que está confiando aos seus cuidados esse pequeno e indefeso filho Dele! Deus te fez responsável sobre ele! Não queira ser assombrado pela memória de uma filha privada da vida, para a qual você deveria ter sido um herói! Não queira ser o carrasco de um filho para o qual você deveria ter sido o melhor amigo, modelo de hombridade! Não aceite essa injustiça, não viva com essa culpa! Escolha e lute pela vida do seu pequeno, da sua princesa: Deus conta com você! Não vire as costas para Deus!

Mãe, esta vida que passou a habitar no seu ventre trará sobre seu corpo e sua alma uma luz que jamais se apagará! Você permitindo ou não que esse filho ou filha se desenvolva dentro de você, essa luz de ter se tornado mãe ficará para sempre em você! Muitas mães que abortam seus filhos nunca mais encontram a paz por terem de conviver com essa luz eternamente em suas memórias, pois é uma luz que testemunha para todo o sempre que Deus esteve na sua carne gerando vida. Não lhe vire as costas, não se negue a receber esse dom, esse presente! Confie no amor de Deus! Permita que essa luz se acenda em seu ser para gerar mais vida para a sua vida! Não aborte seu filho ou filha! Permita que o coraçãozinho dele ou dela continue a bater! É a sua própria vida gerada em outro corpo, um pequeno corpinho que quer se desenvolver devagar e extraordinariamente no seu ventre pela ação das mãos de Deus no qual você crê! Se permita viver  talvez o único amor verdadeiramente incondicional de sua vida! Deixe ele ou ela entrar em sua vida, em sua história! Deus sabe que você é capaz de ser a mãe, a mamãezinha dessa criança, por isso te recompensou com a bênção que é ter um filho. Permita-se amar sem medidas, ter essa criança em seus braços, poder cheirá-la, pegar sua mãozinha, amamentar, perceber nela as semelhanças físicas da sua família... Deus te designou para viver a maternidade quando permitiu que a fecundação acontecesse dentro de você, independente das condições em que isso tenha ocorrido! Honre a fé que você tem em Deus! Honre a fé que Deus teve em você! Da mesma forma que essa fé que você tem em Deus jamais se apagará do mais profundo do seu coração, a presença de um filho em seu ventre será uma luz acesa eternamente na sua história! Que seja um luz de vida e não uma sinalização de uma morte autorizada por você! 

ESCOLHE, POIS, A VIDA! ELA TRAZ VIDA A VOCÊ TAMBÉM!
ENTENDE QUE A VIDA É DOM E NINGUÉM A DETÉM!
VEIO DE DEUS E PARA ELE VOLTARÁ!
ARRISCA-TE E ACOLHE A VIDA QUE O MUNDO PRECISA!