Sendo o aspecto religioso tão inerente à natureza humana, a reflexão sobre o tema da oração justifica-se por se tratar de uma maneira tão característica de manifestação do fenômeno religioso.
Já dizia o salmista: “A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivo” (Sl 41, 3), e é precisamente disso que se trata quando nos remetemos à questão da oração: da necessidade que tem o homem da presença de Deus. Quando alguém, no decorrer de sua vida, tem realmente um encontro pessoal com Ele, nunca mais poderá ficar indiferente à Sua presença constante nos acontecimentos de sua vida sem que isso lhe cause um incômodo inevitável. Saber que alguém nos ama e quer nossa amizade, e permanecer frio e impassível diante disso é, no mínimo, uma situação embaraçosa. Ou seja, quando se encontra Deus, a vida não será jamais a mesma de antes.
Assim, participar de uma relação com Deus e, nesse contexto, estabelecer diálogo com Ele por meio da oração, significa para cada fiel o fim do abandono e da solidão. Nas palavras do papa Bento XVI (2007, § 32), em sua Spe Salvi: “Quando já ninguém me escuta, Deus ainda me ouve. Quando já não posso falar com ninguém, nem invocar mais ninguém, a Deus sempre posso falar. Se não há mais ninguém que me possa ajudar – por tratar-se de uma necessidade ou de uma expectativa que supera a capacidade humana de esperar – Ele pode ajudar-me.”
Que Deus nos dê a graça da perseverança na vivência e no combate da oração, amém!
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