Você reza com seus filhos?
Com que frequência? Por que motivo? Rezar deve ser uma atividade cotidiana, que
englobe toda a família. Assim como se alimentar bem, dormir bem e respirar ar
puro são essenciais para o desenvolvimento físico das crianças, a oração é fundamental
para seu crescimento espiritual. Penso que não criaremos adultos completos se
negligenciarmos a formação espiritual daqueles pelos quais somos responsáveis.
Eu acredito que tudo se aprende nessa vida e que muitas coisas, se não forem
ensinadas e praticadas com supervisão de alguém competente, não serão
assimiladas. Nisso eu incluo não só as práticas ligadas às tarefas cotidianas
(como organização, pontualidade, etc) mas também traços de caráter (como ser
agradecido, ser solidário, etc) e o aprimoramento das virtudes (cardeais e
morais). Não podemos supor que nossas crianças desenvolverão essas
características espontaneamente: elas precisam ser ensinadas! Também a piedade,
que eu entendo como esse amor às coisas espirituais, essa amizade com Deus, no
Espírito, que nos desperta a vontade
para estarmos em oração, precisa ser ensina desde cedo! Temos vários
testemunhos de quão indispensável foi na vida de muitos santos e tantos homens
e mulheres de Deus a pedagogia de seus pais no ensino da oração. Existem muitas
maneiras de incentivar as crianças a rezar! Então disponibilizo essas 8 dicas
abaixo (uma adaptação de uma matéria da Revista Ave Maria) para que nós pais,
tios, professores e catequistas, possamos colocar as mãos na massa! E que isso
possa nos motivar a desenvolver a vida de oração e o dom da piedade em nós
mesmos, amém!
1. Leve seus filhos para a
Igreja. Mesmo que seja difícil, mesmo que te atrapalhe ou atrapalhe
os outros, mesmo que termine tarde, mesmo que eles não gostem: leve-os! Nós não
nos eximimos de levá-los a restaurantes, cinemas, reuniões familiares, enfim, a
todo tipo de lugares e situações por esses mesmo motivos (ou outros): por que
nos esquivarmos de levá-los à Igreja? Eles precisam se acostumar com a Casa de
Deus! Arranje ferramentas que possa ajudá-los a se sentirem “em casa” e seja
paciente. Ensine-os a maneira adequada de se comportar no Templo de Deus da
mesma forma que você os ensina como devem se comportar nos diversos locais que
a família frequenta mas tenha calma. Persevere sabendo que haverá dias em que
tudo será ótimo e outros dias que serão mais difíceis.
2. Fale de Deus de modo positivo.
Não apresente Deus às crianças como Aquele que “vai castigar se fizer algo
errado”, mas exalte a misericórdia e bondade divina! Comente sobre Jesus
durante conversas do dia a dia. Por exemplo, pergunte: “Você sabia que Jesus
tinha papai e mamãe, como você?”. É mais fácil para a criança entender sobre
Jesus do que sobre Deus, que é muito abstrato. Traga a figura de Maria e de
José para as conversas do dia-a-dia: as crianças tem uma ligação forte e
especial com a relação filial. “Apresente-os” aos anjinhos da guarda como a
amiguinhos espirituais.
3. Comece de forma simples.
Não force seus filhos a rezar um rosário inteiro ou a participar de uma
Adoração do Santíssimo de uma hora. Dependendo da idade, reze com simplicidade.
Comece com uma ave-maria. Toda noite e vá aumentando, gradualmente, até um
mistério do Rosário (uma dezena). Simplifique a Via Sacra, adapte as
leituras bíblicas à linguagem deles, procure Missas mais simples (às vezes a "Missa das Crianças" mais longa e cheia de “apêndices litúrgicos” é mais difícil
para os pequenos do que uma outra mais sóbria e breve), colabore com a graça de
Deus!
4. Use os cinco sentidos.
Os católicos costumam rezar, usando elementos como velas, água-benta, imagens,
música. É importante trabalhar esses símbolos concretos. Prepare um altarzinho
em sua casa com a Bíblia, o Terço, um crucifixo, uma imagem da Sagrada Família
ou santo de devoção, flores perfumadas, talvez incenso e acostume-os a terem
reverência. Adquira Cds e Dvds católicos e permita que eles tenham acesso
músicas com mensagens espirituais. Caprichem no abraço da paz (dentro ou fora
da Missa) e utilize-o sempre nos momentos de reconciliação. Organizem diversas
atividades de acordo com a época do ano. Durante o Advento, prepare a Coroa ou
ao menos acenda uma vela à noite (na Páscoa pode ser o Círio). Na Quinta-Feira
Santa, que tal lavar os pés uns dos outros para lembrar o lava-pés? Deixe o
Espírito Santo te inspirar.
5. Torne a oração parte da
rotina. A hora de comer e de dormir parecem ser as melhores para a
família rezar junto. Cante músicas curtas de bênção antes das refeições ou de
colocar os filhos na cama. Isso pode fazer com que a hora das refeições e de dormir
se torne naturalmente um momento de oração quando as crianças cresceram. O
pedir a “bênção” aos pais, avós, tios, padrinhos deve ser “automático” e
podemos crer na eficácia do “Deus te abençoe” daqueles que amam.
6. Seja flexível.
Ainda que você queira ensinar a seus filhos uma postura adequada à oração,
lembre-se de que eles ainda estão aprendendo. É melhor que eles rezem sentados
no sofá, deitados no chão ou brincando na porta da Igreja do que tentar
mantê-los ajoelhados à força, criando resistência à oração, principalmente na
adolescência. Essa flexibilidade pode inclusive estimular a criatividade de
seus filhos. Estimule-os a rezar de várias maneiras: dançando, escrevendo,
desenhando...
7. Aproveite momentos especiais
para rezar. Os pais devem incentivar orações espontâneas, sempre
que houver oportunidade. Uma pequena oração quando se ouve uma ambulância
passando ou quando se percebe que um dos filhos está com medo faz com que as
crianças adquiram a consciência de que Jesus está próximo, mesmo quando a mãe
ou o pai não estiverem por perto. Os pais podem comentar coisas como “Que lindo
dia! Obrigado, Senhor!”, quando estiverem passeando com as crianças; podem
igualmente rezar em momentos tristes, como ao visitar o túmulo de algum ente querido
ou ao ver alguém ferido na televisão. Não exclua o Senhor dos aniversários,
formaturas, churrascos, momentos de doenças, acidentes ou até mesmo das
discussões, inclua-O em tudo, mesmo que seja com a simplicidade de um Pai Nosso
rezado de mãos dadas. Isso ajuda as crianças a perceberem que Deus está sempre
presente, na alegria e na dor.
8. Procure usar orações simples
que já existam (ou criar as suas próprias orações familiares) para
serem feitas frequentemente. Isto pode facilitar para se criar o hábito da oração em nosso lar, criando tradições familiares.
A oração dos 5 dedos da imagem acima fica como uma sugestão, mas podemos contar com a riqueza devocional de nossa Igreja e encontrar opções que mais se ajustem à nossa realidade e às preferências das crianças.
*Texto adaptado da matéria
da Revista Ave-Maria, Ano 113, Março 2012, pág. 18 e 19, de autoria de Julie
McCarty (fonte: catolicos.vialumina.com.br).
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