22 de maio de 2015

Ter a consciência missionária


Desde o começo, os primeiros discípulos ardiam de desejo de anunciar a Cristo: "pois não podemos, nós, deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos" (At 4,20). Ser pregador e pregadora implica num ardor missionário, num calor tão intenso de anunciar a Boa Nova por aí.
Se você teve um encontro pessoal com Jesus e viveu a experiência da Efusão do Espírito Santo, com certeza já sentiu esse ardor missionário de pregar a palavra de Deus com tanta paixão e afinco. Um dos Frutos de uma vivência profunda de Pentecostes é essa consciência da necessidade de sair em missão, com ardor, assim como saíram os apóstolos depois que aquele vento impetuoso tomou o Cenáculo e aquelas línguas de fogo iluminaram e aqueceram suas cabeças, levando-os a superar inclusive a diversidade  de idiomas no anúncio das maravilhas do Senhor, prometidas e concretizadas naquele dia de Pentecostes (Atos 2, 1-4).
Depois de terem recebido o Espírito Santo, os apóstolos simplesmente não puderam permanecer escondidos, reclusos em oração, mas precisaram ir, partir em Missão! 
A experiência do ardor missionário, na minha vida, se dá por duas vias: pela vivência na comunidade e pela minha busca pessoal em ter um relacionamento com o Senhor na intimidade. Penso que uma vivência equilibra a outra, pelo menos no meu caso específico.
            Na comunidade vejo as necessidades do povo, seu sofrimento, sua sede de Deus, e até muitas vezes, percebo as tentativas das trevas do mundo e do pecado em derrubar os filhos da luz. Tudo isso me motiva muito a anunciar, a falar de Cristo, de salvação, de sua libertação, de sua Volta. Além disso, a companhia dos irmãos de caminhada, que compartilham do mesmo ideal me fortalece e anima! Sozinha sou fraca, com os irmãos, sou mais feliz e mais forte! "Dois homens juntos são mais felizes que um isolado, porque obterão um bom salário de seu trabalho. Se um vem a cair, o outro o levanta. Mas ai do homem solitário: se ele cair não há ninguém para o levantar". (Ecle 4, 9s)
            Também individualmente, na vida que tento ter de oração, de meditação da Palavra, de estudos da doutrina... quanto mais me aproximo do Senhor, mais quero agradá-Lo, servi-Lo, honrá-Lo! E para tal anunciar aos meu irmão a Salvação que Jesus nos trouxe por Sua Paixão, Morte e Ressurreição é um ato absolutamente irrenunciável, é mandamento do Senhor: “Ide pelo mundo e proclamai a Boa Nova a toda criatura!” (Mc 16, 15)
            Não vou mentir, nem sempre é fácil anunciar o Evangelho! Muitas vezes as perseguições, incompreensões e hostilidades me desanimam humanamente. Além disso muitas vezes me vejo em meio a grandes dilemas encarando minhas misérias e o quanto ainda sou indigna da Palavra que muitas vezes me vejo a anunciar, mas simplesmente não posso me calar e nem desistir, pois dentro de mim existe aquele fogo devorador de que “reclamava” Jeremias (Jr 20, 9), vivo, incômodo que não me deixa em paz! Existe no meu coração uma Voz que não se cala e que me provoca quando vejo mentiras, injustiças, leviandades. Existe na minha mente uma Luz que não se conforma em assistir pessoas se destruindo no pecado, se desviando do Caminho que as fará verdadeiramente felizes e indo em direção às trevas.

            As coisas que vivi com o Senhor me motivam a anunciá-Lo. É uma obrigação de amor, de gratidão, de consideração. Como não anunciar depois de tudo o que vivemos juntos, depois de tudo o que Ele já fez em minha vida e na vida de minha família? Como não anunciar a Palavra depois de tudo o que já vi o Senhor realizar no meio do seu povo? Então eu sigo em frente e percebo que esse ardor não é mesmo algo humano, mas dom do Espírito Santo.

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