25 de maio de 2015

Oração ao Espírito Santo



Meu amado Espírito Santo,
Obrigado por  se fazer sempre presente em minha vida, minha história!
Perdoe-me se nem sempre sou capaz de perceber essa
Tua Presença a me sustentar a vida, me iluminar, me conduzir, me pacificar, me consolar.
Repousa sobre minha mente,
para que eu possa pensar de acordo com a vontade 
divina expressa na Santa Palavra de Tua autoria.
Repousa sobre meus olhos,
para que eu possa ter a visão espiritual dos fatos e 
acontecimentos sob o carisma do discernimento dos espíritos.
Repousa sobre meus ouvidos,
para que eu possa escutar Tua suave voz na
 brisa mansa a me educar e inspirar.
Repousa sobre minha boca,
para que eu possa falar somente palavras boas, 
úteis a edificação dos que me ouvem.
Repousa sobre meu coração!
Retira o coração de pedra do meu peito e 
coloca um coração verdadeiramente humano, de carne, 
do qual flua rios de águas vivas e que 
transborde mansidão e humildade.
Repousa sobre todo meu corpo,
para que ele se torne verdadeiramente 
um Templo onde Tu possas habitar.

Em nome de Jesus, por intercessão da Virgem Maria, amém. 

24 de maio de 2015

Conversando sobre proposta de regulamentação de Aborto nas 12 primeiras semanas


(Postagem da fanpage do Senado Federal do dia 4 de Maio de 2015 "Sugestão de iniciativa popular propõe regulamentar o aborto voluntário realizados pelos SUS dentro das 12 primeiras semanas de gestação" gera a conversa transcrita abaixo.)

EU: Totalmente contra regulamentar crimes. Mil vezes não ao aborto!

Da Costa: Não concorda, não faça, simples.

EU: Não concordo, não faço e me manifesto contra o quanto eu quiser. #FomosTodosFeto

Maria: Essa lógica do “não concorda não faça” pode ser usada para todos os crimes e ainda sim não estamos legalizando assassinato.

Eu: Sou conta o assassinato, a pena de morte e o aborto. Contra, mil vezes contra e vou falar.

Russi: Mas é a favor da pena de vida das mães que sobrevivem aos abortos clandestinos e dos(as) filhos(as) que ficam ai jogados pelo mundo, muito bonito.

Eu: Não sou não. Não sou a favor de nada disso e SOU CONTRA O ABORTO. Pela lógica do "não é favor do aborto não faça um" poderíamos dizer "não quer morrer fazendo um aborto clandestino, não faça um", não aborte. Não existe um único ser humano que não tenha sido feto, mesmo antes de 12 semanas. Ninguém no Brasil pode ser condenado à morte, o feto, ser humano em potência também não. Jamais concordarei com isso e felizmente a maioria dos brasileiros também não. Toda criança brasileira é da conta de todo nós sim, as "jogadas nas ruas" e as que as próprias mães querem matar.

Matos: Não faz sentido! Você sendo contra a legalização do aborto faz com que mulheres sejam obrigadas a recorrer ao aborto clandestino, isso é um absurdo.  Sua "opinião" afeta milhares de mulheres, pense!

Eu: E a sua "opinião" a favor da legalização do aborto afeta milhares de seres humanos condenados a morte sem ao menos terem tido um julgamento. Você não era um ser humano antes das 12 semanas de gestação? Era sim. E o aborto afeta para sempre quem recorre a ele, seja ele clandestino ou legal, disso ninguém fala.

Da Rosa: Claro que afeta quem recorre. Principalmente quando ela morre, mas quem liga, afinal...  Quem mandou abortar, né? E os filhos que ela deixou, quem cuida? Ninguém cuida, né? Não é problema nosso depois que nasceram. Só antes, antes eu vou dar “pitaco” no útero de todo mundo!

Eu: É problema nosso, é problema de todos. Certamente você tem feito sua parte pelas crianças abandonadas, assim como eu tenho procurado fazer a minha e precisamos cobrar isso do Estado e das instituições. Se você acha que para minimizar as consequências que vem para aqueles que comentem crimes a solução é regulamentar ou legalizar o crime, você tem o direito a sua opinião, mas eu discordo totalmente de você e vou manifestar minha discordância. Eu dou “pitaco”, você dá “pitaco”, todo mundo pode dar “pitaco”. Ainda somos livres para dar “pitaco”.

Matos: É ridículo você querer mandar no útero alheio.

Figueira: "É ridículo você querer mandar no útero alheio." Mais ridículo é você querendo matar filho!!

Eu: Você pode achar o que quiser de mim, da minha opinião, mas felizmente posso expressá-la. Não existe outra maneira ainda das pessoas passarem a existir, a não ser no útero de suas mães, se elas não assassinarem seus filhos pelo motivo que for.

Matos: "Assassinarem"!... Na boa, sugiro que se informe mais sobre o tema.

Eu: Um ser vivo em vias de amadurecimento no útero de sua mãe não é um tumor no corpo dela e nem um órgão do seu corpo, mas outro indivíduo com DNA 100% distinto do de sua mãe. Qualquer manual de embriologia explicita isso, talvez VOCÊ devesse se informar mais sobre o tema. Pode achar ridículo o que quiser achar. Sou contra e sempre que puder, me manifestarei contra. Não existe solução fácil para problema difícil. Regulamentar ou legalizar um crime por que do exercício dele as pessoas morrem é que não faz sentido. É triste as pessoas morrerem por terem cometido um crime? É lastimável. É aceitável as pessoas morrerem sem terem cometido crime nenhum, apenas existirem no útero de suas mães? É uma tragédia que não pode ser ignorada.

Garofollo: Eu estou com 13 semanas de gestação e ouvi o coração do embrião logo na 6ª semana... Hoje o bebê mexe as perninas, abre e fecha a mãozinha e a põe na boca, etc... Fico com dor no peito em imaginá-lo sendo arrancado vivo de dentro de mim... Eu era a favor do aborto antes de me tornar mãe, não sou mais. Só minha opinião mesmo...

Eu: Aborto não faz com que a mulher deixe de ser mãe, só a faz mãe de um filho morto, e morto com o aval dela. CONTRA O ABORTO. O que se defende é o direito inalienável a vida de todo e qualquer brasileiro, mesmo se sua mãe for contra esse direito, por qualquer motivo.

Takeshi: Você considera "assassinato" o ato de desligar os aparelhos de uma pessoa que teve morte cerebral? Se você respondeu não, então não pode considerar o aborto de um feto de até 12 semanas um assassinato. Com 12 semanas o feto não possui o sistema nervoso central formado, logo não possui cérebro. OBS.: Até mesmo a Itália, com quase 90% da sua população sendo católica, permite o aborto até 12 semanas de gestação.

Eu: Uma coisa é desligar os aparelhos de alguém que de forma irreversível não poderá mais se manter vivo sem ajuda destes. Outra muitíssimo diferente é impedir que alguém venha a desenvolver seu sistema nervoso naturalmente destruindo sua integridade física. Não concordo e nunca concordarei que alguém no momento mais vulnerável de sua existência seja eliminado por vontade de terceiros, seja pelo critério que for. E o fato de outros países aceitarem essa desumanidade não é parâmetro para que eu concorde e aceite destinar dinheiro dos impostos dos brasileiros para que isso se realize pelo SUS, que não tem condições nem de atender os casos de diagnósticos de câncer com a urgência necessária, que dirá de promover o aborto até a 12ª semana.

Matos: Gente, esqueçam! Quem pensa assim só pode ainda achar que a proibição faz com que mulheres não abortem, e pior, compactua com as centenas de mortes das mulheres que ocorrem no ano.

Eu: Obviamente a proibição de crime nenhum faz com que as pessoas deixem de cometê-lo, e igualmente deixem de sofrer as consequências de suas condutas, mas não é por isso que eu vou me posicionar a favor do ato criminoso e legalizar ou regulamentar o que infringe a lei e os direitos humanos com o aval do Estado, especialmente o direito inalienável de qualquer brasileiro de continuar existindo e poder nascer, mesmo que sua mãe queira negar e eliminar sua existência, sua vida.

Vianna: E as crianças que passam fome, maus-tratos, estupradas, você é a favor?

Eu: Não sou a favor de maus-tratos, exploração, violência contra crianças de maneira nenhuma. Sou contra qualquer tipo de violação de seus direitos, especialmente o direito à vida desde o momento em que nem mesmo sua própria mãe quer protegê-la e que ela mesma não pode fazer nada para se defender.

Takeshi: Então você concorda que, com 12 semanas, um feto não é vivo, mas uma possibilidade de ser vivo. Por mais que nossa medicina esteja avançada, ainda não sabemos bem como funciona o nosso cérebro, por exemplo. Existem casos de diagnóstico de morte cerebral em que o paciente "ressuscitou". Assim como existem inúmeros casos de aborto espontâneo mesmo depois de 12 semanas, ou mesmo o feto não desenvolver o tubo neural. Por fim, ninguém aqui está incentivando o aborto. Mas que, quem queria, por motivos inúmeros, tenha acesso a psicólogos, médicos e procedimentos onde, em vez perdemos duas vidas, possamos perder uma ou nenhuma. A legalização do aborto em praticamente todos os países diminuíram o número de abortos. Vide o casos do Uruguai, Alemanha, Itália, Áustria, entre outros.

Eu: Não concordo que com 12 semanas um feto não é vivo! Até mesmo os vírus são considerados seres vivos pela Biologia! Que é um ser vivo penso que não haja dúvida, obviamente é vivo, mas em potência de desenvolvimento. Muito se questiona se já seria um "ser humano", ou um cidadão que tivesse já direitos a serem assegurados. Eu acredito que sim, mesmo os seres humanos que não são "plenos" biologicamente (as pessoas com deficiência, por exemplo, ou idosos, doentes ou mesmo as crianças que, quando saem dos úteros de suas mães passam meses, anos em dependência, em desenvolvimento) precisam ter seus direitos respeitados a começar pelo direito inalienável a vida, sem o qual nenhum outro direito é necessário. Quando se defende a regulamentação/legalização do aborto sem dúvidas há incentivo, talvez não proselitismo, mas há sim incentivo tácito. Creio que muitos que defendem a possibilidade do aborto não sejam favorável a ele em teoria, mas existem grupos e pessoas que lucrariam muito com essa indústria como tem lucrado nos países citados, explorando economicamente mulheres num momento provavelmente de maior desespero em sua vida (pelo que tenho visto em minha experiência com essas mulheres). Não pretendo dissuadir ninguém a mudar sua opinião sobre o tema e nem eu vejo nenhum argumento que me faça mudar meu pensamento, muito pelo contrário, continuo a repetir: SOU CONTRA A REGULAMENTAÇÃO/ LEGALIZAÇÃO DO ABORTO, para mim é crime e deve continuar sendo crime e a maioria do povo brasileiro concorda comigo, segundo recentes pesquisas.

Takeshi: Nenhum direito é absoluto. Tanto que se aborta legalmente no Brasil em dois casos. A regulamentação é necessária, tanto para conscientizar quanto para evitar riscos desnecessários à mãe. É contraditório permitir o aborto em caso de gravidez resultante de violência sexual, por danos psicológicos à mãe, e ser contra o aborto, contra a vontade da mãe!

Eu: Primeiro, há uma diferença entre legalização e não punição. O Código Penal Brasileiro não legaliza o aborto nessas situações, não diz que não é crime, apenas não estipula pena. Continua sendo crime e deve continuar sendo crime, na minha opinião. Eu não posso concordar com uma sociedade que apóia a vontade de uma mãe de impedir que seu filho deixe de existir com apoio das leis. Nenhum direito é absoluto, mas o direito a vida é INALIENÁVEL segundo a Constituição Federal, ou seja, não deve estar à disposição de terceiros, nem mesmo do próprio sujeito de direito. Apesar da personalidade jurídica se iniciar com o nascimento com vida, o Código Civil deixa claro que os direitos de todo cidadão brasileiro são protegidos desde a concepção. E como garantir ao feto o direito de herança (por exemplo) se não garantirmos o direito de existir, de viver, de vir a nascer, mesmo contra a vontade de sua mãe? Apesar dos pais serem os representantes legais dos filhos menores, inclusive dos não nascidos, uma das causas de perda desse poder é quando os pais agem contra os interesses dos filhos. Se as leis protegem o feto de ser prejudicado pelos próprios pais, MAIS CONTRADITÓRIO AINDA, na verdade, é confiar o direito fundamental à vida desse feto ao arbítrio de quem age obviamente em desfavor dos interesses dele... E olha que eu nem entrei no ponto da eugenia aqui...

Prado: Sou TOTALMENTE CONTRA! Quem não quiser filho que evite, simples assim.

Constante: PERCEBO QUE OS HUMANOS ESTÃO REGREDINDO! ABORTAR É UM ATO DESUMANO! É CRIME!

Eu: É crime e deve continuar sendo crime.

Takeshi: A Constituição prevê até a pena de morte. Ou seja, existe exceção para tudo. Não estamos discutindo a legalidade... Tanto que essa consulta é para mudar a legislação. Agora, se você pretende fechar os olhos à realidade de mulheres que irão fazer o aborto independentemente da legislação, fica complicado. Tenha isso em mente, existem e existirão mulheres que vão abortar. Isso não depende da sua convicção a cerca do tema. Agora, você é a favor ou contra uma flexibilização legal para permitir que essas mulheres tenham acompanhamento médico e psicológico para evitar mais mortes, sim ou não?


Eu: Existem e existirão homens que vão estuprar. Isso não depende da sua convicção acerca do tema. Agora, você é contra ou a favor de uma flexibilização legal para permitir que essas pessoas tenham acompanhamento médico e psicológico para evitar mais estupros, sim ou não? Existem assaltantes que vão assaltar e muitos deles vão morrer em consequência disso. Igualmente assassinos vão morrer. O que se discute com legalização/regulamentação ou descriminalização do aborto, e aliás, contra qualquer outra conduta considerada crime, são as violações de direitos de terceiros, no caso específico, o direito à vida do feto. Assim como nos outros casos: a lei diz que não se deve assaltar para proteger o direito ao patrimônio; a lei diz que não se deve estuprar para proteger o direito a dignidade sexual da mulher e eu acredito que a lei deva continuar a dizer que não se deve abortar, para proteger o direito a vida do nascituro. Sou contra, contra, mil vezes contra a flexibilização legal independente do fato das pessoas optarem por continuarem a cometer crimes. A exceção constitucional para a pena de morte se trata de um caso excepcional e não está disponível ao arbítrio sequer do Congresso Nacional por constituir-se clausula pétrea e sempre haverá casos excepcionais, como já existe inclusive na atual legislação sobre aborto. Para mim, no aborto, sempre alguém acaba morto, um ser humano, um cidadão brasileiro, mas os favoráveis a flexibilização das leis ignoram esse fato. Sou contra e continuo contra, discordamos irremediavelmente. Acho absolutamente positivo que haja acompanhamento médico e psicológico para se evitar que a mulher chegue ao ponto do aborto, mas isso não depende da mudança da legislação. 

23 de maio de 2015

Pregar com amor


Deus sempre fala por Amor, Jesus pregou por amor. E seus discípulos, como devem pregar? Estas palavras nos levam a questionar: o que deve motivar o evangelizador a pregar e o que significa, em que consiste, pessoalmente, anunciar a Boa Nova com amor. Afinal, é preciso, antes de tudo, fazer a reflexão: por que eu me disponho a anunciar a Boa Nova? Por que é que eu estou nessa?
O que deve motivar o pregador a pregar, na minha opinião, é a experiência de amor que fez em sua vida, primeiro com Deus e depois com os irmãos. Deus me amou tanto, me perdoou, me curou, libertou... isso é maravilhoso! Uma vida nova, plena de amor, repleta de sentido... Todos deveriam poder experimentar isso!
            Sentimos então o chamado a anunciar essas verdades que são as únicas que podem fazer as pessoas verdadeiramente felizes. Anunciar essas verdades com amor significa me colocar no lugar das pessoas que estão recebendo esse meu anúncio, me lembrar que um dia já estive na situação de ouvinte, de ovelha perdida, com minhas dúvidas, medos, pecados e que um dia, por meio de alguém que pregava, me encontrei com esse Senhor que veio para nos dar vida em abundância, um sentido novo para viver.
            Por isso devemos anunciar a Boa Nova, este é o motivo: Deus nos amou primeiro, fomos capacitados a retribuir esse amor, essa experiência mudou nossas perspectivas para sempre, e todos deveriam poder vivenciar isso. Que o Espírito Santo possa nos usar sempre para tal, afinal, o Espírito é amor que une o Pai e o Filho e que se derrama sobre nós. Que nunca nos coloquemos a anunciar, pregar a Palavra levados por outro sentimento diferente do amor.
            Isso não quer dizer que, por conta de um sentimento de afeto, devamos cultivar o respeito humano e mitigar a força da verdade da Palavra de Deus, ou seja: por medo de ferir os sentimentos das pessoas ou desagradar certos grupos, lançar mão de “um discurso politicamente correto feito pra adocicar o Evangelho e ao contrário do que se pretende, prestar um desfavor a fé”, nas palavras de um sacerdote amigo meu, Pe. Luciano Carvalho. O Papa Bento XVI em sua Encíclica Caritas in Veritate afirma que “a verdade há-de ser procurada, encontrada e expressa na ‘economia’ da caridade, mas esta por sua vez há de ser compreendida, avaliada e praticada sob a luz da verdade. (...) Sem verdade, a caridade cai no sentimentalismo.” Não é no sentimentalismo que Deus age com profundidade, mas no poder da Verdade iluminada pelo Amor.
Grande desafio equilibrar esses dois pratos da balança, a verdade e o amor no exercício da evangelização, no momento do anúncio da Palavra! Só conduzidos pelo Espírito conseguiremos, assim como Jesus conseguiu conciliar perfeitamente em sua missão. Nesta balança, o amor tem prioridade, pois é o caminho mais excelente de todos; o maior dos dons é a caridade (1Cor 12, 31. 13, 13), mas a verdade não pode ser mitigada! 
Aprendi com o ministério de intercessão da RCC que a oração mais eficaz pelo outro é aquela que é feita de uma pessoa que ama para outra que é amada, em Espírito e em verdade. Da mesma forma, a pregação eficaz é aquela movida pelo amor, justificada no amor (a Deus e aos ouvintes) e executada com amor, igualmente em Espírito e em verdade. Como está escrito em 1 Cor 13 que mesmo que nós falássemos as línguas dos homens e dos anjos, sem amor, nossas palavras seriam como o bronze que soa, ou como o címbalo que retine, que nossa pregação não valeria nada, seria inútil... Mas quando pregamos a verdade com amor, nossa pregação se torna útil não só para quem ouve, mas antes e muito mais para nós mesmos que pregamos, pois o ouvido mais próximo da nossa boca é o nosso. Eu tenho feito a experiência de pregar me vendo na multidão, pregar primeiro pra mim mesma e tenho colhido muitos frutos dessa prática.

            Ainda assim muitos obstáculos aparecem nessa caminhada do apostolado, nessa missão de anunciar, com amor, a Verdade que emana da Palavra de Deus para a salvação dos irmãos. Muitas vezes nos falta esse amor no ministério da pregação, em nossa missão em geral! Anunciamos a Palavra para tantas pessoas sofridas, oprimidas de todos os lados, pressionadas pelas exigências cotidianas! Nossa pregação deve ser totalmente imbuída da Verdade da Revelação, mas principalmente, deve ser expressada com respeito, com benignidade, compaixão, com ardor vinda do próprio Espírito de Amor! Como evangelizadores, precisamos transbordar amor e não ser mais um peso no coração de nossos irmãos e não ser um martelo na cabeça deles de acusação, julgamento e condenação. Verdade dita com Amor toca, converte, transforma, liberta! 
Novamente o Papa Emérito Bento XVI vem nos dizer que o amor pode nos ser exigido pois antes nos é dado. São João esclarece: o amor vem de Deus! (1 Jo 4, 7) É tarefa de toda a vida para os cristãos, especialmente para os que são chamados a pregação, ao anúncio, ao apostolado, amar não apenas com palavras e com a língua, mas antes de mais nada por atos e em verdade (1 Jo 3,18). Que Deus nos faça evangelizadores, pregadores, apóstolos do amor, por amor e com amor. Não de sentimentalismos e do respeito humano, mas com o amor verdadeiro que deseja o bem do outro ainda que isso contrarie suas vontades e questione seu proceder. Em nome de Jesus, amém!

22 de maio de 2015

Ter a consciência missionária


Desde o começo, os primeiros discípulos ardiam de desejo de anunciar a Cristo: "pois não podemos, nós, deixar de falar das coisas que vimos e ouvimos" (At 4,20). Ser pregador e pregadora implica num ardor missionário, num calor tão intenso de anunciar a Boa Nova por aí.
Se você teve um encontro pessoal com Jesus e viveu a experiência da Efusão do Espírito Santo, com certeza já sentiu esse ardor missionário de pregar a palavra de Deus com tanta paixão e afinco. Um dos Frutos de uma vivência profunda de Pentecostes é essa consciência da necessidade de sair em missão, com ardor, assim como saíram os apóstolos depois que aquele vento impetuoso tomou o Cenáculo e aquelas línguas de fogo iluminaram e aqueceram suas cabeças, levando-os a superar inclusive a diversidade  de idiomas no anúncio das maravilhas do Senhor, prometidas e concretizadas naquele dia de Pentecostes (Atos 2, 1-4).
Depois de terem recebido o Espírito Santo, os apóstolos simplesmente não puderam permanecer escondidos, reclusos em oração, mas precisaram ir, partir em Missão! 
A experiência do ardor missionário, na minha vida, se dá por duas vias: pela vivência na comunidade e pela minha busca pessoal em ter um relacionamento com o Senhor na intimidade. Penso que uma vivência equilibra a outra, pelo menos no meu caso específico.
            Na comunidade vejo as necessidades do povo, seu sofrimento, sua sede de Deus, e até muitas vezes, percebo as tentativas das trevas do mundo e do pecado em derrubar os filhos da luz. Tudo isso me motiva muito a anunciar, a falar de Cristo, de salvação, de sua libertação, de sua Volta. Além disso, a companhia dos irmãos de caminhada, que compartilham do mesmo ideal me fortalece e anima! Sozinha sou fraca, com os irmãos, sou mais feliz e mais forte! "Dois homens juntos são mais felizes que um isolado, porque obterão um bom salário de seu trabalho. Se um vem a cair, o outro o levanta. Mas ai do homem solitário: se ele cair não há ninguém para o levantar". (Ecle 4, 9s)
            Também individualmente, na vida que tento ter de oração, de meditação da Palavra, de estudos da doutrina... quanto mais me aproximo do Senhor, mais quero agradá-Lo, servi-Lo, honrá-Lo! E para tal anunciar aos meu irmão a Salvação que Jesus nos trouxe por Sua Paixão, Morte e Ressurreição é um ato absolutamente irrenunciável, é mandamento do Senhor: “Ide pelo mundo e proclamai a Boa Nova a toda criatura!” (Mc 16, 15)
            Não vou mentir, nem sempre é fácil anunciar o Evangelho! Muitas vezes as perseguições, incompreensões e hostilidades me desanimam humanamente. Além disso muitas vezes me vejo em meio a grandes dilemas encarando minhas misérias e o quanto ainda sou indigna da Palavra que muitas vezes me vejo a anunciar, mas simplesmente não posso me calar e nem desistir, pois dentro de mim existe aquele fogo devorador de que “reclamava” Jeremias (Jr 20, 9), vivo, incômodo que não me deixa em paz! Existe no meu coração uma Voz que não se cala e que me provoca quando vejo mentiras, injustiças, leviandades. Existe na minha mente uma Luz que não se conforma em assistir pessoas se destruindo no pecado, se desviando do Caminho que as fará verdadeiramente felizes e indo em direção às trevas.

            As coisas que vivi com o Senhor me motivam a anunciá-Lo. É uma obrigação de amor, de gratidão, de consideração. Como não anunciar depois de tudo o que vivemos juntos, depois de tudo o que Ele já fez em minha vida e na vida de minha família? Como não anunciar a Palavra depois de tudo o que já vi o Senhor realizar no meio do seu povo? Então eu sigo em frente e percebo que esse ardor não é mesmo algo humano, mas dom do Espírito Santo.

Jesus, o Centro da nossa Família


(Texto de Rafael Vitola Brodbeck compartilhado pelo Facebook)

Aqui em casa, as crianças NÃO estão no centro. Tampouco, nós, os pais, estamos. Quem está no centro de nosso lar é Cristo, Nosso Senhor. Tudo gira em torno d'Ele. Tudo é feito tendo em conta Suas vontades. Tudo é pensado a partir de Seus critérios.

Na prática, isso significa que não são as crianças quem vão definir os programas de TV ou a música que escutaremos no carro, nem mesmo o tipo de passeio que vamos realizar. Por outro lado, não significa que, por sermos os adultos, iremos assistir a tudo o que quisermos, sem levarmos em conta as necessidades dos pequenos, e nem que não faremos razoáveis e justas abdicações de nossas vontades em prol do bem estar ou até mesmo do prazer delas, quando entendemos possível e correto. Enfim, não implica não cedermos aos filhos, quando percebemos que não é capricho.

Equilíbrio e ponderação auxiliam na tomada de decisões, respeitando, claro, a dinâmica de cada família e suas circunstâncias e características próprias.

O que importa é que a criança não reine absoluta, não seja o centro da família e o fiel da balança na tomada de decisões, e que se evite, igualmente, que os pais, que precisam, sim, ser as autoridades do lar, transmutem o justo governo da casa em uma tirania.

Colocar o Senhor em Seu devido lugar - o centro não só da Igreja, como da família, verdadeira Igreja Doméstica - ajuda nesse processo (além de ser indispensável para que o lar seja realmente cristão).

É d'Ele, é n'Ele e é com Ele que pensamos, sentimos, decidimos e agimos. Sabemos que os filhos não são eternas crianças - a infância não é um fim em si mesmo, mas uma preparação para a vida adulta, e isso implica em treino, em disciplina, em estímulo, em motivação e em rigor aplicado com amor, o que não significa que devam ser miniadultos desde já. 

Sabemos que eles não são nossos. Mas também não são do mundo. São de Deus. Somos pais apenas por participarmos, por um decreto do Senhor, de Sua própria Paternidade divina. E só imitando a Deus, ao Deus Encarnado, que é Homem como nós, e entronizando-O como Rei e Senhor de nossa residência e das almas e corpos que lá vivem, teremos não apenas a vida eterna no céu, mas uma sua antecipação em felicidade cá na terra, com pais firmes e carinhosos, e filhos alegres, responsáveis, decididos e livres.

11 de maio de 2015

O "Ajuste Preciso do Universo" e suas três possíveis explicações

estrutura do universo é determinada por números muito precisos: a velocidade da luz, a constante gravitacional, a taxa de expansão do universo conduzida pela constante cosmológica, a distribuição de massa e energia, a constante de Planck, a razão entre as massas de elétrons e prótons, a constante de Hubble...

Trata-se das constantes e quantidades fundamentais do universo.

A ciência chegou à conclusão de que cada um desses números é cuidadosamente ajustado a uma estreitíssima franja de valores precisos, fora da qual não haveria possibilidades de que a vida existisse. Essa restrita franja de valores dentro da qual a vida é possível é tão minúscula que, se qualquer um desses números fosse minimamente alterado, nenhum tipo de vida física interativa poderia existir em lugar algum.  

"O fato notável é que os valores desses números parecem ter sido muito precisamente ajustados para tornar possível o desenvolvimento da vida" Stephen Hawking, físico teórico, Diretor de Pesquisa no Centro de Cosmologia Teórica da Universidade de Cambridge).

Para este ajuste tão preciso do universo, existem três possíveis explicações:
- A necessidade física;
- O acaso;
- O desígnio inteligente.

Com este vídeo de 6 minutos da Reasonable Faith, legendado em português por Jonathan Silveira, da Tu Porémvocê pode tirar as suas próprias conclusões sobre qual possibilidade faz mais sentido:
- Atribuir a existência finamente ajustada do universo a uma eventual necessidade física
- Atribuir a existência finamente ajustada do universo a uma incrível combinação de acasos acionada por coisa alguma a partir do nada;
- Ou atribuir a existência finamente ajustada do universo à ação de uma Inteligência criadora.

Fique à vontade para usar a sua razão

Fonte: Aleteia


5 de maio de 2015

Curados para servir


Precisamos ser curados? Sim, em todas as áreas de nossas vidas! O pecado original deformou em nós a imagem de Deus, fazendo com que adoecêssemos, nos corrompêssemos, nos deteriorássemos biológica, psicológica e espiritualmente. Mas nossa Deus é Deus de vivos e não de mortos, Jesus veio para nos trazer vida e vida em abundância, o Espírito Santo Criador renova a face da terra e nos faz ser homens e mulheres novos e novas.

Em Marcos 1, 40 vemos aquele episódio em que o leproso se aproxima de Jesus e afirma, de joelhos, suplicando com toda fé: “Se queres, podes me curar!” A Palavra diz que Jesus se compadeceu dele! Teve pena, teve piedade, se comoveu com sua fé e respondeu: “EU QUERO!”

Jesus nos quer curados. CURADOS PARA SERVIR. É sua vontade que tenhamos vida e vida plena! Excepcionalmente o Senhor permite e usa de alguma enfermidade ou situação para algum propósito misterioso, mas via de regra, as doenças, os transtornos psicológicos, os sofrimentos emocionais, as opressões espirituais não são a vontade de Deus para nossa vida! ELE PODE E QUER NOS CURAR!

Então no versículo 41 o Senhor Jesus estende a mão, toca aquele homem e ordenou que ele fosse curado. A doença da lepra abandonou aquele corpo por ordem de Jesus; o corpo daquele homem obedeceu a ordem da palavra de Jesus e imediatamente se transformou, suas células reagiram, o funcionamento dos seus órgãos se modificaram, pelo poder da Voz do Senhor! Aleluia!

A Palavra diz que o homem ficou limpo e foi purificado. Quando Jesus cura, ele não apenas cura o corpo, ele alcança a alma, o espirito das pessoas, ele as SALVA, os livra e perdoa os pecados, ele as enche de vida, não só vida biológica, mas também e principalmente a vida espiritual, VIDA ETERNA. Aquela que nem mesmo a morte pode atingir!

E nessa noite o Senhor vem aqui pelo poder do Seu Espírito para dizer: EU QUERO QUE CADA UM DE VOCÊS SEJAM CURADOS E LIMPOS PELO MEU AMOR. CURADOS PARA SERVIR, POIS HÁ MUITOS QUE PRECISAM DE VOCÊS! EU QUERO QUE CADA UM AQUI SEJA TRANSFORMADO, LIBERTO, E SALVO! QUE ME ACEITE COMO SALVADOR, CREIA EM MIM, E QUE SEJA PLENIFICADO EM TODAS AS ÁREAS DE SUA VIDA.

O que aconteceu com o homem depois de se encontrado com Jesus? Ele foi curado! E para quê? Para continuar na mesma vida que vinha levando? Não! A Palavra diz no versículo 45 que aquele homem começou a divulgar e a propagar o que Jesus havia feito com Ele e a reação das pessoas foi tão grande e positiva que Jesus nem podia mais entrar nas cidades publicamente, que ele se conservava fora das cidades e as pessoas iam atrás Dele! Ô, glória!!! Que maravilhoso!


Esse homem se tornou um evangelizador com um testemunho pessoal de encontro com Jesus! E assim com a gente também! Seremos curados hoje pela misericórdia de Jesus para que possamos servi-Lo, anuncia-Lo aos outros e eles também possam passar pelo que passamos! LOUVADO SEJA O SENHOR JESUS, O MESMO ONTEM, HOJE E SEMPRE, QUE PODE E QUER NOS CURAR PARA QUE POSSAMOS SERVI-LO LIVREMENTE SARADOS, RESTAURADOS E SALVOS POR SUA MISERICÓRDIA! ALELUIA! LOUVADO SEJA! 

3 de maio de 2015

Ser dócil ao Espírito Santo


Ser dócil é, humanamente, ser uma pessoa fácil de guiar, obediente, submissa. Na esfera da espiritualidade cristão, católica e carismática é, em primeiro lugar, ter uma relação verdadeira com o Espírito de Deus que habita no peito de cada batizado, ter uma amizade com Ele. Nessa intimidade, percebo Sua presença, ouço a Sua voz e identifico suas inspirações, moções e conduções para mim, seja no ministeriado seja na minha vida particular e como resposta de amor, de consideração pelo que Ele está me mostrando, me dizendo, eu “vou na Dele”: falo, faço, ajo conforme Ele está me revelando.

A docilidade deve ser vivida na perspectiva da adesão pela fé, pelo amor. Por que eu creio, eu atendo aos apelos do Espírito; por que eu amo, eu retribuo o amor que recebo Dele lhe obedecendo. Não obedecemos por medo, por obrigação, pois como diz São João “no amor não há temor” (1 Jo 4, 18), mas por que cremos e amamos, é uma resposta de fé e amor, consciente, exercida na liberdade.

Jesus era muito dócil ao Espírito Santo. Sua concepção foi obra do Espírito Santo que desceu sobre Maria e a cobriu com Sua sombra (Lc 1, 35). No seu Batismo pelo primo João, o Espírito pousa sobre Ele e o conduz ao deserto, para prepara-lo para a missão e Ele, dócil, vai. Era conduzido pelo Espírito em obras, palavras, no seu louvor, em suas formações, por onde andava, como fazias as coisas.

É preciso compreender que Jesus fazia tudo não por sua onipotência divina, posto que Filipenses 2, 6 deixa claro que Ele, embora fosse de condição divina, não tinha prevalecido de sua igualdade com Deus, mas pelo poder do Espírito Santo, sendo dócil a Ele e sendo usado por Ele. Era pela prática dos carismas em Seu ministério que realizava todas aquelas maravilhas. Ele usava dos carismas em sua condição humana (curas, milagres, exorcismos, multiplicações de pães e peixes, revelações, profecias), TUDO como ser humano revestido do Espírito Santo, sem deixar de ser Deus (sendo 100% homem e 100% Deus). Tudo isso para nos ensinar a sermos verdadeiros filhos de Deus, humanos, mas revestidos de poder e graça espirituais, sendo dóceis ao Espírito Santo. É promessa Dele: “Aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas”, por que é pelo mesmo Espírito Santo que revestia Jesus que isso acontece. Basta que sejamos dóceis e acreditemos, invoquemos o nome de Jesus e esperemos Nele.

Maria também foi dócil ao Espírito Santo! Na anunciação acreditou e se abriu a ação do Espírito em sua própria carne; por ser dócil foi até a prima Isabel sendo “transmissora” do Espírito Santo que abundava sem seu seio; sendo dócil e atenta às moções do Espírito para si mesma, para o Filho Jesus, seus próximos a quem sempre servia, agiu na unção nas Bodas de Caná; sendo dócil ao Espírito, guardava o que não entendia meditando em seu coração; aos pés da Cruz não se revoltou, mas sendo dócil ao Espírito Santo, se fez presente no martírio do Seu Filho dignamente; por fim, em Pentecostes, presidia o Cenáculo com os apóstolos.

Lendo os Atos dos Apóstolos percebemos o quanto os apóstolos e discípulos eram também dóceis e obedientes ao Espírito Santo e as obras maravilhosas advindas dessa postura deles! Pedro em seu discurso pós Pentecostes (Atos 2, 14-35) e em casa do pagão Cornélio (Atos 10); o 1º concílio de Jerusalém, no qual, embora discordando e debatendo, primaram pela unidade e ao que “parecia bem ao Espírito Santo (Atos 15, 28); Filipe de deixando conduzir na ocasião do Eunuco (Atos 8, 26ss) e muitas outras ocasiões.

De todas, destaco a docilidade heroica de Paulo que passou do extremo de perseguidor dos cristãos a perseguido por causa de Cristo. Desde a queda no caminho de Damasco, Paulo soube ser dócil ao Espírito Santo, defendia as moções colocadas em seu coração até diante de Pedro, só ia onde o Espírito indicava, muitas vezes com prejuízo das hostilidades, pedradas, açoites, prisões. Pregava, agia, curava, ressuscitava, escrevia, tudo sob a submissão completa da condução do Espírito Santo.

E na história da Igreja, quantos santos podemos ver também sendo dóceis ao Espírito Santo! Os primeiros mártires, os Padres, os grandes teólogos... São João Bosco e seus sonhos proféticos, os trabalhos com jovens infratores e a congregação; São Pio e o grande hospital Casa de Alívio do Sofrimento; São Francisco e a sua Ordem que, de fato, reconstruiu a Igreja; Santo Inácio de Loyola que com os jesuítas evangelizaram o Oriente e as Américas... São tantos exemplos que com certeza não poderia esgotá-los nesse texto... Recentemente pudemos ver nosso amado São João Paulo II sendo dócil ao Espírito em palavras, escritos, obras, gestos em seu pontificado até a morte e igualmente pudemos vislumbrar a docilidade ao Espírito na renúncia de Bento XVI.

E nós? Bom, de maneira muito concreta, ser dócil para alguém que se disponha a ser discípulo e missionário, ser ministro, evangelizador, ser dócil é antes de mais nada parar para estar com Ele, silenciar para ouvi-Lo, orar para discernir suas mensagens e por fim, renunciar às nossas opiniões e vontades para privilegiar o que colhemos da presença santa do Senhor a exemplo do próprio Jesus, Maria, os apóstolos e santos, mesmo em prejuízo próprio. Para ser dócil, na prática, é preciso se submeter ao Espírito e ser fiel até o fim.

Obviamente é preciso estar em estado de graça (sem pecados graves) e consequentemente em dia com a Confissão, com os sacramentos, a vida de oração, afinado com a prática dos carismas, estar habituado a renunciar a si mesmo e exercer a humildade. Entender que vale muito mais o que o Senhor acha do que nós achamos, que melhor é a vontade do Senhor que a nossa, que podemos confiar nas inspirações Dele (mesmo que não estejamos entendo no momento)... É um grande desafio, mas o Espírito vem em auxílio às nossas fraquezas (Rm 8, 26).

Experimentei já algumas vezes o ser dócil ao Espírito Santo e afirmo que antes de tudo é um exercício de confiança. Ninguém se submete livremente se não confiar. Ninguém confia se não amar. Algumas vezes já troquei o tema da pregação por sentir uma condução diferente, já pedi música diferente da que estava programada para a condução da oração, já calei, já falei, já defendi uma moção que me ardia no peito, fui orar por quem nem tinha pedido minha intercessão, já abracei, já telefonei, mandei mensagem, larguei meu emprego, terminei um namoro (quase noivado), mudei de país, preguei no Mc Donald’s, defendi mendigo em porta de Igreja, cantei música católica no consultório médico, levei um irmão embriagado da rua para sua casa, preguei pra professor que me dava carona, levei amigo gay para conversar com um bispo, deu livros católicos para irmãos separados... tudo na tentativa de ser dócil ao que o Espírito Santo estava me inspirando. Mesmo insegura, precisei ser dócil, precisei confiar e agir conforme os impulsos do Espírito.
Também já aconteceu de não ser dócil e amargar as consequências. Conto apenas uma: uma vez em oração o Senhor me pedia para ligar para um amigo querido e avisar-lhe que Satanás estava armando uma emboscada para ele, que ficasse atento e resistisse. Não tive coragem, tive aquele respeito humano que aprisiona e cristaliza a obra de Deus. Resultado: depois de um tempo sumido, ele veio me contar que naquela mesma noite em que o Senhor mandou que eu falasse e eu me calei, ele tinha tido uma queda feia, cometido um pecado gravíssimo, e que de fato, tinha caído numa cilada diabólica. Ficou deprimido e entrou numa grande noite escura em sua vida de fé. Lamentei muito minha covardia e insubmissão e pedi perdão a Deus e ao meu amigo.

Inegavelmente é indispensável o carisma do discernimento dos espíritos para ser dócil ao Verdadeiro Espírito, o Espírito de Deus. Mas recebendo esse carisma, é preciso ter coragem de ser fiel. O Espírito nos dá força! Ele nos conduz! Confiemos Nele! Sejamos dóceis...