(Postagem da fanpage do Senado Federal do dia 4 de Maio de 2015 "Sugestão de iniciativa
popular propõe regulamentar o aborto voluntário realizados pelos SUS dentro das
12 primeiras semanas de gestação" gera a conversa transcrita abaixo.)
EU:
Totalmente contra regulamentar crimes. Mil vezes não ao aborto!
Da Costa: Não concorda, não
faça, simples.
EU:
Não concordo, não faço e me manifesto contra o quanto eu quiser.
#FomosTodosFeto
Maria: Essa lógica do “não
concorda não faça” pode ser usada para todos os crimes e ainda sim não estamos
legalizando assassinato.
Eu:
Sou conta o assassinato, a pena de morte e o aborto. Contra, mil vezes contra e
vou falar.
Russi: Mas é a favor da pena
de vida das mães que sobrevivem aos abortos clandestinos e dos(as) filhos(as)
que ficam ai jogados pelo mundo, muito bonito.
Eu:
Não sou não. Não sou a favor de nada disso e SOU CONTRA O ABORTO. Pela lógica
do "não é favor do aborto não faça um" poderíamos dizer "não
quer morrer fazendo um aborto clandestino, não faça um", não aborte. Não
existe um único ser humano que não tenha sido feto, mesmo antes de 12 semanas.
Ninguém no Brasil pode ser condenado à morte, o feto, ser humano em potência
também não. Jamais concordarei com isso e felizmente a maioria dos brasileiros
também não. Toda criança brasileira é da conta de todo nós sim, as
"jogadas nas ruas" e as que as próprias mães querem matar.
Matos: Não faz sentido! Você
sendo contra a legalização do aborto faz com que mulheres sejam obrigadas a
recorrer ao aborto clandestino, isso é um absurdo. Sua "opinião" afeta milhares de
mulheres, pense!
Eu:
E a sua "opinião" a favor da legalização do aborto afeta milhares de
seres humanos condenados a morte sem ao menos terem tido um julgamento. Você
não era um ser humano antes das 12 semanas de gestação? Era sim. E o aborto
afeta para sempre quem recorre a ele, seja ele clandestino ou legal, disso
ninguém fala.
Da Rosa: Claro que afeta
quem recorre. Principalmente quando ela morre, mas quem liga, afinal... Quem mandou abortar, né? E os filhos que ela
deixou, quem cuida? Ninguém cuida, né? Não é problema nosso depois que
nasceram. Só antes, antes eu vou dar “pitaco” no útero de todo mundo!
Eu:
É problema nosso, é problema de todos. Certamente você tem feito sua parte
pelas crianças abandonadas, assim como eu tenho procurado fazer a minha e
precisamos cobrar isso do Estado e das instituições. Se você acha que para
minimizar as consequências que vem para aqueles que comentem crimes a solução é
regulamentar ou legalizar o crime, você tem o direito a sua opinião, mas eu
discordo totalmente de você e vou manifestar minha discordância. Eu dou “pitaco”,
você dá “pitaco”, todo mundo pode dar “pitaco”. Ainda somos livres para dar “pitaco”.
Matos: É ridículo você
querer mandar no útero alheio.
Figueira: "É ridículo
você querer mandar no útero alheio." Mais ridículo é você querendo matar
filho!!
Eu:
Você pode achar o que quiser de mim, da minha opinião, mas felizmente posso
expressá-la. Não existe outra maneira ainda das pessoas passarem a existir, a
não ser no útero de suas mães, se elas não assassinarem seus filhos pelo motivo
que for.
Matos: "Assassinarem"!...
Na boa, sugiro que se informe mais sobre o tema.
Eu:
Um ser vivo em vias de amadurecimento no útero de sua mãe não é um tumor no
corpo dela e nem um órgão do seu corpo, mas outro indivíduo com DNA 100%
distinto do de sua mãe. Qualquer manual de embriologia explicita isso, talvez
VOCÊ devesse se informar mais sobre o tema. Pode achar ridículo o que quiser
achar. Sou contra e sempre que puder, me manifestarei contra. Não existe
solução fácil para problema difícil. Regulamentar ou legalizar um crime por que
do exercício dele as pessoas morrem é que não faz sentido. É triste as pessoas
morrerem por terem cometido um crime? É lastimável. É aceitável as pessoas
morrerem sem terem cometido crime nenhum, apenas existirem no útero de suas
mães? É uma tragédia que não pode ser ignorada.
Garofollo: Eu estou com 13
semanas de gestação e ouvi o coração do embrião logo na 6ª semana... Hoje o bebê
mexe as perninas, abre e fecha a mãozinha e a põe na boca, etc... Fico com dor
no peito em imaginá-lo sendo arrancado vivo de dentro de mim... Eu era a favor do
aborto antes de me tornar mãe, não sou mais. Só minha opinião mesmo...
Eu:
Aborto não faz com que a mulher deixe de ser mãe, só a faz mãe de um filho
morto, e morto com o aval dela. CONTRA O ABORTO. O que se defende é o direito
inalienável a vida de todo e qualquer brasileiro, mesmo se sua mãe for contra
esse direito, por qualquer motivo.
Takeshi: Você considera
"assassinato" o ato de desligar os aparelhos de uma pessoa que teve
morte cerebral? Se você respondeu não, então não pode considerar o aborto de um
feto de até 12 semanas um assassinato. Com 12 semanas o feto não possui o
sistema nervoso central formado, logo não possui cérebro. OBS.: Até mesmo a
Itália, com quase 90% da sua população sendo católica, permite o aborto até 12
semanas de gestação.
Eu:
Uma coisa é desligar os aparelhos de alguém que de forma irreversível não
poderá mais se manter vivo sem ajuda destes. Outra muitíssimo diferente é
impedir que alguém venha a desenvolver seu sistema nervoso naturalmente destruindo
sua integridade física. Não concordo e nunca concordarei que alguém no momento
mais vulnerável de sua existência seja eliminado por vontade de terceiros, seja
pelo critério que for. E o fato de outros países aceitarem essa desumanidade
não é parâmetro para que eu concorde e aceite destinar dinheiro dos impostos
dos brasileiros para que isso se realize pelo SUS, que não tem condições nem de
atender os casos de diagnósticos de câncer com a urgência necessária, que dirá
de promover o aborto até a 12ª semana.
Matos: Gente, esqueçam! Quem
pensa assim só pode ainda achar que a proibição faz com que mulheres não
abortem, e pior, compactua com as centenas de mortes das mulheres que ocorrem
no ano.
Eu:
Obviamente a proibição de crime nenhum faz com que as pessoas deixem de cometê-lo,
e igualmente deixem de sofrer as consequências de suas condutas, mas não é por
isso que eu vou me posicionar a favor do ato criminoso e legalizar ou
regulamentar o que infringe a lei e os direitos humanos com o aval do Estado,
especialmente o direito inalienável de qualquer brasileiro de continuar
existindo e poder nascer, mesmo que sua mãe queira negar e eliminar sua
existência, sua vida.
Vianna: E as crianças que
passam fome, maus-tratos, estupradas, você é a favor?
Eu:
Não sou a favor de maus-tratos, exploração, violência contra crianças de
maneira nenhuma. Sou contra qualquer tipo de violação de seus direitos,
especialmente o direito à vida desde o momento em que nem mesmo sua própria mãe
quer protegê-la e que ela mesma não pode fazer nada para se defender.
Takeshi: Então você concorda
que, com 12 semanas, um feto não é vivo, mas uma possibilidade de ser vivo. Por
mais que nossa medicina esteja avançada, ainda não sabemos bem como funciona o
nosso cérebro, por exemplo. Existem casos de diagnóstico de morte cerebral em
que o paciente "ressuscitou". Assim como existem inúmeros casos de
aborto espontâneo mesmo depois de 12 semanas, ou mesmo o feto não desenvolver o
tubo neural. Por fim, ninguém aqui está incentivando o aborto. Mas que, quem
queria, por motivos inúmeros, tenha acesso a psicólogos, médicos e procedimentos
onde, em vez perdemos duas vidas, possamos perder uma ou nenhuma. A legalização
do aborto em praticamente todos os países diminuíram o número de abortos. Vide
o casos do Uruguai, Alemanha, Itália, Áustria, entre outros.
Eu:
Não concordo que com 12 semanas um feto não é vivo! Até mesmo os vírus são
considerados seres vivos pela Biologia! Que é um ser vivo penso que não haja
dúvida, obviamente é vivo, mas em potência de desenvolvimento. Muito se
questiona se já seria um "ser humano", ou um cidadão que tivesse já
direitos a serem assegurados. Eu acredito que sim, mesmo os seres humanos que
não são "plenos" biologicamente (as pessoas com deficiência, por
exemplo, ou idosos, doentes ou mesmo as crianças que, quando saem dos úteros de
suas mães passam meses, anos em dependência, em desenvolvimento) precisam ter
seus direitos respeitados a começar pelo direito inalienável a vida, sem o qual
nenhum outro direito é necessário. Quando se defende a
regulamentação/legalização do aborto sem dúvidas há incentivo, talvez não
proselitismo, mas há sim incentivo tácito. Creio que muitos que defendem a
possibilidade do aborto não sejam favorável a ele em teoria, mas existem grupos
e pessoas que lucrariam muito com essa indústria como tem lucrado nos países
citados, explorando economicamente mulheres num momento provavelmente de maior
desespero em sua vida (pelo que tenho visto em minha experiência com essas
mulheres). Não pretendo dissuadir ninguém a mudar sua opinião sobre o tema e
nem eu vejo nenhum argumento que me faça mudar meu pensamento, muito pelo
contrário, continuo a repetir: SOU CONTRA A REGULAMENTAÇÃO/ LEGALIZAÇÃO DO
ABORTO, para mim é crime e deve continuar sendo crime e a maioria do povo
brasileiro concorda comigo, segundo recentes pesquisas.
Takeshi: Nenhum direito é
absoluto. Tanto que se aborta legalmente no Brasil em dois casos. A
regulamentação é necessária, tanto para conscientizar quanto para evitar riscos
desnecessários à mãe. É contraditório permitir o aborto em caso de gravidez
resultante de violência sexual, por danos psicológicos à mãe, e ser contra o
aborto, contra a vontade da mãe!
Eu:
Primeiro, há uma diferença entre legalização e não punição. O Código Penal
Brasileiro não legaliza o aborto nessas situações, não diz que não é crime,
apenas não estipula pena. Continua sendo crime e deve continuar sendo crime, na
minha opinião. Eu não posso concordar com uma sociedade que apóia a vontade de
uma mãe de impedir que seu filho deixe de existir com apoio das leis. Nenhum
direito é absoluto, mas o direito a vida é INALIENÁVEL segundo a Constituição
Federal, ou seja, não deve estar à disposição de terceiros, nem mesmo do
próprio sujeito de direito. Apesar da personalidade jurídica se iniciar com o
nascimento com vida, o Código Civil deixa claro que os direitos de todo cidadão
brasileiro são protegidos desde a concepção. E como garantir ao feto o direito
de herança (por exemplo) se não garantirmos o direito de existir, de viver, de
vir a nascer, mesmo contra a vontade de sua mãe? Apesar dos pais serem os
representantes legais dos filhos menores, inclusive dos não nascidos, uma das
causas de perda desse poder é quando os pais agem contra os interesses dos
filhos. Se as leis protegem o feto de ser prejudicado pelos próprios pais, MAIS
CONTRADITÓRIO AINDA, na verdade, é confiar o direito fundamental à vida desse
feto ao arbítrio de quem age obviamente em desfavor dos interesses dele... E
olha que eu nem entrei no ponto da eugenia aqui...
Prado: Sou TOTALMENTE
CONTRA! Quem não quiser filho que evite, simples assim.
Constante: PERCEBO QUE OS
HUMANOS ESTÃO REGREDINDO! ABORTAR É UM ATO DESUMANO! É CRIME!
Eu:
É crime e deve continuar sendo crime.
Takeshi: A Constituição
prevê até a pena de morte. Ou seja, existe exceção para tudo. Não estamos
discutindo a legalidade... Tanto que essa consulta é para mudar a legislação.
Agora, se você pretende fechar os olhos à realidade de mulheres que irão fazer
o aborto independentemente da legislação, fica complicado. Tenha isso em mente,
existem e existirão mulheres que vão abortar. Isso não depende da sua convicção
a cerca do tema. Agora, você é a favor ou contra uma flexibilização legal para
permitir que essas mulheres tenham acompanhamento médico e psicológico para
evitar mais mortes, sim ou não?
Eu:
Existem e existirão homens que vão estuprar. Isso não depende da sua convicção
acerca do tema. Agora, você é contra ou a favor de uma flexibilização legal
para permitir que essas pessoas tenham acompanhamento médico e psicológico para
evitar mais estupros, sim ou não? Existem assaltantes que vão assaltar e muitos
deles vão morrer em consequência disso. Igualmente assassinos vão morrer. O que
se discute com legalização/regulamentação ou descriminalização do aborto, e
aliás, contra qualquer outra conduta considerada crime, são as violações de
direitos de terceiros, no caso específico, o direito à vida do feto. Assim como
nos outros casos: a lei diz que não se deve assaltar para proteger o direito ao
patrimônio; a lei diz que não se deve estuprar para proteger o direito a
dignidade sexual da mulher e eu acredito que a lei deva continuar a dizer que
não se deve abortar, para proteger o direito a vida do nascituro. Sou contra,
contra, mil vezes contra a flexibilização legal independente do fato das
pessoas optarem por continuarem a cometer crimes. A exceção constitucional para
a pena de morte se trata de um caso excepcional e não está disponível ao
arbítrio sequer do Congresso Nacional por constituir-se clausula pétrea e
sempre haverá casos excepcionais, como já existe inclusive na atual legislação
sobre aborto. Para mim, no aborto, sempre alguém acaba morto, um ser humano, um
cidadão brasileiro, mas os favoráveis a flexibilização das leis ignoram esse
fato. Sou contra e continuo contra, discordamos irremediavelmente. Acho
absolutamente positivo que haja acompanhamento médico e psicológico para se
evitar que a mulher chegue ao ponto do aborto, mas isso não depende da mudança
da legislação.