Esta foi uma "matéria-testemunho" que saiu no Jornal Informativo "MIGRANTE", da nossa Paróquia (Bom Jesus dos Migrantes, Qd. 04, Sobradinho-DF) do mês de Junho de 2013 para a qual eu e Juliano (meu marido) colaboramos.
Nós, eu e meu marido Juliano, nos conhecemos dentro da Igreja, no Grupo Jovem
Imago Dei, da Comunidade São Vicente. O Juliano participava primeiro, desde
1991 e eu passei a frequentar as reuniões a partir do 5º encontro, em
1996. Tivemos a oportunidade de trabalhar juntos em várias ocasiões, inclusive
coordenando a equipe de Liturgia. Então, nos tornamos grandes amigos de fé, de
caminhada na Igreja mas somente em 1998, começamos a perceber que os nossos
sentimentos estavam passando da admiração mútua e simples amizade para algo
diferente. Como nessa ocasião tanto um quanto o outro se encontrava em meio à
experiência de discernimento vocacional, o que ocorreu foi que nos aproximamos
ainda mais por partilharmos as dúvidas e as orações um pelo outro e nessa
aproximação, o discernimento foi que o nosso chamado não era nem para a vida
religiosa nem para o sacerdócio, mas para a vocação matrimonial. Conosco foi
assim, o discernimento da nossa vocação ao matrimônio determinou nossa história
de amor! Antes de iniciarmos nosso relacionamento houve muita reflexão, diálogo
e oração. Só começamos a namorar meses depois, em 1999 e, pela graça de Deus,
continuamos juntos até hoje.
A Igreja sempre nos
incentivou, antes de mais nada, a tentarmos ser pessoas melhores
individualmente e a buscarmos em todos os nossos relacionamentos seguir o
“jeito de Jesus”. Obviamente que nem sempre conseguimos, mas dentro da
comunidade de fé tivemos e temos essa formação para o diálogo, a tolerância e o
perdão. O contato com a Palavra de Deus
e a vida sacramental nos fez perceber o que de fato importa nessa vida,
incluindo o nosso relacionamento. Desde o tempo do namoro fomos aprendendo
dentro da Igreja sobre nossa missão de formar uma família que fosse unida,
amorosa, decente, de Deus. A Igreja também sempre nos alertou que tudo isso é
uma caminhada e que nem tudo são flores, mas que devemos buscar força no amor
de Deus e na proteção de Maria. Caminhando no Imago Dei e posteriormente na RCC, aprendemos sobre castidade, namoro santo, família, amor conjugal etc. Desde os tempos do nosso namoro a Igreja tem
sido de fato “Mãe e Mestra” para nós, até os dias de hoje (completamos 11 anos
de casados esse ano).
Acreditamos que o fato de um
casal se formar dentro da Igreja pode ser vantajoso tanto para seu
relacionamento particular quanto para a vida da comunidade. No caso do casal, quando ambos já tem a mesma
busca, os mesmos anseios e mesma visão da vida, são grandes as chances de
permanecerem unidos e crescerem no relacionamento por partilharem objetivos
similares. Quando inseridos e participantes das atividades da Igreja, tem grande
possibilidade de crescerem juntos na fé, serem o apoio mútuo nas horas difíceis
e empreenderem um futuro enraizados nos mesmos fundamentos. Para a comunidade é
sempre importante poder contar com o testemunho e o serviço de casais realmente
compromissados com a fé e o trabalho pastoral.
Quanto ao namoro nos dias de hoje, pelo que temos visto, muitos
casais não tem aproveitado esse tempo especial para se conhecerem e
fortalecerem aquela amizade sem a qual o verdadeiro amor não se sustenta.
Muitas vezes os relacionamentos atingem um grau de intimidade na área sexual
que não é acompanhado na mesma proporção de uma cumplicidade emocional e nem
muito menos espiritual. Na nossa opinião, há um tempo para cada coisa (Ecle 3, 1) e namoro não é tempo mais oportuno para a relação sexual, mas para o diálogo, o conhecimento mútuo, o companheirismo, etc. Não há também uma perspectiva de continuidade em muitos relacionamentos, tudo parece transitório e muitas vezes superficial. É uma
pena, mas temos visto muito individualismo e dificuldades de dialogar e buscar
um entendimento nas relações, sejam os namorados jovens ou até mesmo os mais
maduros. Felizmente, não podemos generalizar e afirmar que todos os casais
sejam assim. Graças a Deus também conhecemos alguns casais de namorados que
buscam juntos serem bons um para o outro e para a comunidade, sem se fecharem
só em si mesmos, mas juntos fazendo a diferença na vida de muitas pessoas.
Nossa experiência em
aconselhar jovens casais nessa área da vida afetiva é que antes de pedir um
“José” ou uma “Maria” em sua vida, você deve orar para discernir sua vocação!
Se o que o Senhor sonhou para você é a vocação do matrimônio, se a sua missão
enquanto batizado for, em primeiro plano, no seio de uma família, Ele com
certeza não o (a) deixará sem seu respectivo “José” ou “Maria”! Ore, peça o
discernimento e peça a Ele que conduza sua vocação a termo! Estando já num
relacionamento, nossa mensagem é que vale a pena ser um casal de Deus! Então
busquem juntos conhecer a Palavra de Deus, participem da vida da Igreja, cresçam
na fé, na tolerância, no diálogo e na oração em conjunto, para que o futuro de
vocês seja construído na rocha que é Jesus pois, se assim for, quando vierem as
chuvas, as enchentes e os ventos, os dois permaneçam inabaláveis! (Mt 7, 25)
Deus é amor, permaneçamos Nele e Ele permanecerá em nós (1 Jo 4, 16), só assim
nosso relacionamento será fecundo, um reflexo do amor da Trindade para o mundo!
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