7 de junho de 2013

O amor que nasce na Igreja



Esta foi uma "matéria-testemunho" que saiu no Jornal Informativo "MIGRANTE", da nossa Paróquia (Bom Jesus dos Migrantes, Qd. 04, Sobradinho-DF) do mês de Junho de 2013 para a qual eu e Juliano (meu marido) colaboramos. 

Nós, eu e meu marido Juliano, nos conhecemos dentro da Igreja, no Grupo Jovem Imago Dei, da Comunidade São Vicente. O Juliano participava primeiro, desde 1991 e eu passei a frequentar as reuniões a partir do 5º encontro, em 1996. Tivemos a oportunidade de trabalhar juntos em várias ocasiões, inclusive coordenando a equipe de Liturgia. Então, nos tornamos grandes amigos de fé, de caminhada na Igreja mas somente em 1998, começamos a perceber que os nossos sentimentos estavam passando da admiração mútua e simples amizade para algo diferente. Como nessa ocasião tanto um quanto o outro se encontrava em meio à experiência de discernimento vocacional, o que ocorreu foi que nos aproximamos ainda mais por partilharmos as dúvidas e as orações um pelo outro e nessa aproximação, o discernimento foi que o nosso chamado não era nem para a vida religiosa nem para o sacerdócio, mas para a vocação matrimonial. Conosco foi assim, o discernimento da nossa vocação ao matrimônio determinou nossa história de amor! Antes de iniciarmos nosso relacionamento houve muita reflexão, diálogo e oração. Só começamos a namorar meses depois, em 1999 e, pela graça de Deus, continuamos juntos até hoje.

A Igreja sempre nos incentivou, antes de mais nada, a tentarmos ser pessoas melhores individualmente e a buscarmos em todos os nossos relacionamentos seguir o “jeito de Jesus”. Obviamente que nem sempre conseguimos, mas dentro da comunidade de fé tivemos e temos essa formação para o diálogo, a tolerância e o perdão.  O contato com a Palavra de Deus e a vida sacramental nos fez perceber o que de fato importa nessa vida, incluindo o nosso relacionamento. Desde o tempo do namoro fomos aprendendo dentro da Igreja sobre nossa missão de formar uma família que fosse unida, amorosa, decente, de Deus. A Igreja também sempre nos alertou que tudo isso é uma caminhada e que nem tudo são flores, mas que devemos buscar força no amor de Deus e na proteção de Maria. Caminhando no Imago Dei e posteriormente na RCC, aprendemos sobre castidade, namoro santo, família, amor conjugal etc. Desde os tempos do nosso namoro a Igreja tem sido de fato “Mãe e Mestra” para nós, até os dias de hoje (completamos 11 anos de casados esse ano).

Acreditamos que o fato de um casal se formar dentro da Igreja pode ser vantajoso tanto para seu relacionamento particular quanto para a vida da comunidade.  No caso do casal, quando ambos já tem a mesma busca, os mesmos anseios e mesma visão da vida, são grandes as chances de permanecerem unidos e crescerem no relacionamento por partilharem objetivos similares. Quando inseridos e participantes das atividades da Igreja, tem grande possibilidade de crescerem juntos na fé, serem o apoio mútuo nas horas difíceis e empreenderem um futuro enraizados nos mesmos fundamentos. Para a comunidade é sempre importante poder contar com o testemunho e o serviço de casais realmente compromissados com a fé e o trabalho pastoral.

Quanto ao namoro nos dias de hoje, pelo que temos visto, muitos casais não tem aproveitado esse tempo especial para se conhecerem e fortalecerem aquela amizade sem a qual o verdadeiro amor não se sustenta. Muitas vezes os relacionamentos atingem um grau de intimidade na área sexual que não é acompanhado na mesma proporção de uma cumplicidade emocional e nem muito menos espiritual. Na nossa opinião, há um tempo para cada coisa (Ecle 3, 1) e namoro não é tempo mais oportuno para a relação sexual, mas para o diálogo, o conhecimento mútuo, o companheirismo, etc. Não há também uma perspectiva de continuidade em muitos relacionamentos, tudo parece transitório e muitas vezes superficial. É uma pena, mas temos visto muito individualismo e dificuldades de dialogar e buscar um entendimento nas relações, sejam os namorados jovens ou até mesmo os mais maduros. Felizmente, não podemos generalizar e afirmar que todos os casais sejam assim. Graças a Deus também conhecemos alguns casais de namorados que buscam juntos serem bons um para o outro e para a comunidade, sem se fecharem só em si mesmos, mas juntos fazendo a diferença na vida de muitas pessoas.

Nossa experiência em aconselhar jovens casais nessa área da vida afetiva é que antes de pedir um “José” ou uma “Maria” em sua vida, você deve orar para discernir sua vocação! Se o que o Senhor sonhou para você é a vocação do matrimônio, se a sua missão enquanto batizado for, em primeiro plano, no seio de uma família, Ele com certeza não o (a) deixará sem seu respectivo “José” ou “Maria”! Ore, peça o discernimento e peça a Ele que conduza sua vocação a termo! Estando já num relacionamento, nossa mensagem é que vale a pena ser um casal de Deus! Então busquem juntos conhecer a Palavra de Deus, participem da vida da Igreja, cresçam na fé, na tolerância, no diálogo e na oração em conjunto, para que o futuro de vocês seja construído na rocha que é Jesus pois, se assim for, quando vierem as chuvas, as enchentes e os ventos, os dois permaneçam inabaláveis! (Mt 7, 25) Deus é amor, permaneçamos Nele e Ele permanecerá em nós (1 Jo 4, 16), só assim nosso relacionamento será fecundo, um reflexo do amor da Trindade para o mundo!


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