10 de maio de 2016

No mês de Maria, um testemunho por dia: nº 10


Ensina tradição piedosa e antiquíssima da Igreja que cada Ave Maria que rezamos com fé é como uma rosa que entregamos com amor e reverência a Nossa Senhora. Não é à toa que chama-se Rosário a oração completa da contemplação dos mistérios do nascimento, vida, Paixão e Ressurreição de Nosso Senhor Jesus Cristo: ofertamos um verdadeiro buquê de rosas à Mãe Celeste quando o rezamos! 
Na minha juventude aprendi o costume das 5 pedrinhas como vivência de oração (Palavra, Eucaristia, Confissão, Jejum e Rosário) e fazia todo o possível para estar em dia com esses compromissos assumidos diante de Jesus e de Maria. Além disso, fazia faculdade e tinha 2 empregos. Além disso, participava de grupo jovem, ministério de dança, grupo de oração, catequese de adultos (fiz a Crisma tardiamente), Escola de formação Paulo Apóstolo (da RCC) e liturgia da minha comunidade. 
Ou seja, vivia em constante ativismo, saindo de casa antes das 6hs da manhã e muitas vezes só voltando próximo da meia noite durante a semana. Nos fins de semana na maioria das vezes era até mais corrido com encontros, apresentações do ministério de dança (ou ensaios e reuniões de oração), Missas, reuniões das equipes do grupo jovem, retiros, encontros da catequese, formações, missões, trabalhos e provas da faculdade... sem contar que tinha que marcar presença na família para não ter reclamações (justas reclamações) de tanta ausência. 
Para resumir a história, o que começou a ser prejudicado nessa confusão foi a vida de oração. As 5 pedrinhas viraram pó de areia! De todas as prescrições, a que mais doía não conseguir fazer era a oração do Terço! Sentia falta mesmo, me entristecia e me sentia meio traindo Nossa Senhora, pois era um combinado nosso, nosso momento juntas. 
Como fazia a Catequese de adultos na Paróquia Nossa Senhora do Rosário de Fátima decidi procurar o pároco, Pe. Jeová Elias, e ter uma espécie de direção espiritual com ele, reclamando da loucura que estava minha vida e de como eu estava abandonando as práticas de oração por causa da falta de tempo. Ele me ouviu com toda paciência sem intervir. Quando falei da parte de Nossa Senhora, aí que me "larguei" mesmo no desabafo. Disse que eu era uma pessoa de Rosário diário, às vezes até a devoção das Mil Ave Marias! Agora nem um Terço estava conseguindo rezar! 
Neste momento ele riu e me interrompeu, com aquela calma cearense que lhe é peculiar: "Minha filha! Se você rezasse uma única Ave Maria com amor, olhando nos olhos de Maria, já teria feito o suficiente e a teria deixado feliz! Mas por querer fazer tudo isso que nem Jesus nem Maria nunca te exigiram, querendo dar tudo a eles, acaba não dando nada."
Aquilo me marcou para sempre! Quantas e quantas vezes rezamos o terço como verdadeiras metralhadoras de rosas na face de Maria, apenas para cumprir uma "obrigação" de rezar o Terço ou Rosário, quando muitas vezes, uma única Ave Maria com amor, olhando nos olhos de Maria teria sido muito mais digno, profundo, genuíno e fiel. 
O Padre me aconselhou veementemente a cessar o ativismo. Dispensar muitos compromissos, aprender a dizer "não", filtrar as tarefas que surgissem e focar no essencial. E disse ainda que eu suplicasse ajuda a Maria, que ela ia me ajudar. E assim aconteceu. Fiz uma "limpa" na minha vida, fiquei só com o essencial e aprendi que os filhos e filhas de Maria vivem pacificados. É verdade que às vezes a vida nos impõe um ritmo acelerado, mas é preciso buscar com todas as forças peneirar tudo e preservar não o que é urgente, e sim o que é primordial. 
Este é um desafio diário, até os dias de hoje para mim, mas essa consciência nunca mais me faltou. Meu lema atual é "um terço por dia", pelo menos! Mas quando isso não é possível, uma Ave Maria com amor, uma rosa, apenas uma rosa com doçura, confiança e carinho: eis meu oferecimento a Mãe Celeste. E tenho plena certeza de que ela acolhe com amor e compreensão! 

9 de maio de 2016

No mês de Maria, um testemunho por dia: nº 09


Assim como eu tive durante toda a minha infância o exemplo de minha mãe constantemente rezando o Terço em diferentes situações, também quis que meus filhos tivessem em mim esse modelo e essas memórias de nossos momentos de oração na infância deles.
Desde o ventre, cada uma das crianças provavelmente já estava habituada com a doce melodia das Ave-Marias, pois já há algum tempo a oração do terço é um compromisso meu com Nossa Senhora. "Um terço por dia", pelo menos, esse é meu lema. 
Na minha juventude, quando tinha mais tempo disponível, rezava o Rosário diariamente, mas com as exigências da criação dos filhos e a vida cada vez mai atarefada (são 4 irmãos) se tornou difícil, embora ainda possível de vez em quando. 
Assim, mesmo com essa dificuldade, naturalmente fui incluindo as crianças nesse propósito da oração do Terço. Muitas e muitas vezes é necessário alguns estratagemas, especialmente quando eles eram menores, mas ainda hoje também, para que eles "entrem na onda" da oração. Por exemplo, por várias vezes permiti que rezassem brincando. Eu ia rezando em voz alta enquanto eles, aos meus pés, rezavam de sua maneira, em meio a carrinhos, bonecas e lápis nas mãos. 
Outras vezes, para tentar variar um pouco e instigar-lhes o interesse, colocava um CD com a Oração do Terço, ou rezávamos com as Rádios ou TVs Católicas. Em outras ocasiões, procurava vídeos no YouTube com as contemplações dos mistérios onde eles podiam "assistir" também as imagens, o que ajuda bastante a entender o sentido da contemplação e prender a atenção deles. 
Rezar o Terço nas caminhadas, ou nos trajetos de carro, ou levá-los para ajudar nas vezes que rezamos em comunidade, ter uma capelinha em casa com velas e uma Cruz, ou imagem de Nossa Senhora... Tudo isso os atrai à oração.
Mas o que mais os motiva é, sem dúvida, o fato da oração do Terço ser uma rotina em família. Cada um tem seu tercinho e frequentemente, ganhar um terço novo e bonitinho, com as contas em formato de estrelas, corações, rosas, coloridos, etc, é a recompensa por algum bom comportamento, fato sempre desejado e festejado. 
Atualmente infelizmente não consigo rezar todos os dias o Terço com eles, mas separo alguns momentos do ano para fazer essa empreitada por um período de dias seguidos, como no Advento, Quaresma, ou no mês de Maio. E pelo menos frequentemente, alguns dias por semana, na medida do possível, estamos reunidos rezando o Terço. Os maiores já decoraram os mistérios, os pequenos são celebrados quando rezam direitinho. 
Enfim, meus filhos são educados para a oração, pois tudo nessa vida é aprendizado. Desde o ventre incutimos a devoção mariana na vida deles simplesmente por que não dá para escapar disso morando com a gente, vivendo aqui em casa. 
Rogo a Deus, nosso Senhor, que eles possam crescer neste costume, assimilando os ensinamentos que ele oferece, crescendo em estatura, sabedoria e graça, sob a proteção do manto sagrado da Mãe Celeste! É o que eu peço hoje, pelo nome santo de Jesus, por meio da intercessão da Imaculada Mãe e de seus anjinhos da guarda, amém! 

8 de maio de 2016

No mês de Maria, um testemunho por dia: nº 08


Hoje é Dia das Mães, então o Espírito me inspira a testemunhar como minha mãe Maria do Socorro é modelo da Mãe do Céu para mim. Sempre penso que, se minha mãe, que sei que é mulher "humana", ou seja, tem seus defeitos e qualidades, já me permite perceber a tamanho da bondade de Deus agindo pelo ser humano, imagine Maria Santíssima! Vou ilustrar, para que fique claro.
  1. Tudo o que eu coloco nas mãos da minha mãe Socorro ela me devolve muuuiitoo melhor do que eu entreguei! Por exemplo, há algum tempo atrás o liquidificador da minha mãe deu defeito e ela me pediu o meu emprestado. Na correria que é meu dia a dia, dei uma limpadinha superficial e deixei na casa dela. No dia seguinte ela me mandou o liquidificador de volta e eu até fiquei em dúvida se era mesmo o meu! Ela limpou tão bem "limpado" que o treco ficou até mais branco que quando novo (ele era meio bege originariamente)! Se eu deixo um cobertor lá ele volta mais macio e cheiroso do que quando comprei; se é uma panela de pressão, volta com borracha nova; se é um álbum de fotos, volta organizado com etiquetas; se são as crianças, eles voltam com as unhas cortadas, orelhas limpinhas, perfumados e sempre mais gordinhos! :) Isso me faz entender que, se com minha mãe é assim, também é com Maria Santíssima! Posso colocar o que quer que for em suas mãos, na confiança de que, no momento certo, ela me devolverá muuuuito melhor que eu entreguei! Precisamos aprender a confiar nossas "coisas" à Virgem Maria! Colocar tudo em suas mãos sem temer, ela sabe como providenciar o melhor para nós junto a Jesus! Entregue e se despreocupe: quando ela te devolver, você terá uma grande a agradável surpresa!
  2. Sempre que eu estou passando por alguma dificuldade pessoal, minha Mãe meio que "sente" e mesmo que eu não conte nada ou tente disfarçar, ela descobre. É incrível essa perspicácia e sensibilidade! Realmente tenho que crer que é algo espiritual, como um dom carismático específico da maternidade! É só ela olhar para mim que logo fala: "Você chorou! O que foi?" Ou "Fala logo, o que que tá pegando? Desembucha!" E não adianta falar "nada não, mãe! Eu, heim!?" que não cola. Ela já sacou tudo, já está vendo uma forma de ajudar ou pelo menos de rezar. Assim também é Nossa Senhora conosco. Muitas vezes nem é necessário fazer uma oração formal de súplica clamando sua intercessão que ela já "sacou tudo", já está "passando à frente, abrindo portas e portões", desatando os nós, pisando cabeças de serpentes e fazendo todo o possível para ajudar, intercedendo junto a Jesus, mediando todas as graças e bênção de que precisamos! Nem precisar falar nada, ela sabe.
  3. Em outros casos eu nem chego a ter consciência de que estou precisando de algo e minha mãe já se adiantou e organizou tudo para mim, sem que eu pedisse, de uma maneira muito melhor do que eu jamais teria feito. Por exemplo, numa ocasião nós estávamos muito sem dinheiro para fazer uma festinha de aniversário para meu filho João. Então compramos apenas um bolo, poucos salgados e uns refrigerantes só para não passar em branco. Combinamos apenas com avós e tios de cantar um "Parabéns" e pedi à minha mãe que a reunião fosse na casa dela. Isso aconteceu no mês de junho, num ano de Copa do mundo. Meus pais e irmãos sempre gostam de providenciar "adereços" verdes e amarelos para entrarem no clima do futebol, mas naquele ano o Brasil não foi muito pra frente na competição, de modo que sobrou muita coisa. Resultado: quando chegamos de tardinha, a sala estava toda verde e amarela, com balões, bandeirolas, cornetas, todo tipo de enfeite de futebol, bola, chuteira, etc que tinha sobrado da Copa. João, que já tinha sido avisado que seria só um bolo, quando viu tudo aquilo arregalou os olhos e ficou imensamente feliz pelo que a vovó tinha "aprontado"! E nós também! Foi uma festa pra lá de chique e animada, muito além das nossas expectativas, graças a vovó. Assim também age Nossa Senhora: o povo acha que vai ter uma festinha fajuta com um vinho mais ou menos e não fica sabendo que ele está para acabar! E ela já está reunindo os serviçais, separando as talhas, providenciando a água e "apressando" Jesus para realizar o milagre para nós! E o que esses dois organizam e empreendem é muito, muito superior do que poderia supor nosso alheamento e incapacidade! 
  4. Minha mãe é do tipo superprotetora, leoa com os filhotes. Ai de quem chegar perto de nós! Mas sempre soube nos corrigir para nossa evolução. Nunca nada passa em branco para ela: sempre me advertiu em meus erros, às vezes com firmeza, às vezes com jeitinho, às vezes com indiretas (ela adora essa modalidade! kkkkk), às vezes me deixando colher os frutos dos meus atos. Eu só sei de uma coisa: quando eu não escuto minha mãe, as chances de eu me arrepender são altíssimas! Além de amargar os prejuízos já posso me preparar para os inevitáveis "Mas eu avisei!", "Toma!", "Não ouve a mamãe... Olha aí!" É batata! Além de avisar, de corrigir, de orientar, de ser muitas vezes ignorada ela ainda tem que me colocar no colo depois que a lambança está feita e me consolar! Aí não é mole não, né? Mas eu posso estar tranquila pois ela mesmo assim nunca se omite e nunca me falta, com amor e (muitas vezes) com paciência! :) Da mesma forma acontece com Nossa Senhora, que é Mãe e Mestra. Aquela música tão linda da Irmã Kelly Patrícia canta: "Minha mãe é a Virgem Maria! É ela que agora vai me acolher, me abraçar, me perdoar, me compreender, me aclamar, me ensinar, me educar, me formar, me amar!" E é exatamente assim! Olha, conselho de amiga: não vale a pena descartar os ensinamentos e orientações nem de sua mãe quanto menos de Maria! Ela nos protege sempre mas como Mãe Celeste vai nos corrigir quando for preciso e precisamos estar atentos e ser obedientes! 
  5. Mais um último exemplo que queria destacar de semelhança entre minha mãe e Nossa Senhora para encerrar esta postagem (é preciso finalizar se não passaria uma eternidade aqui meditando nessas similaridades das duas!). Minha mãe sofre calada. Não reclama. Se doa por nós e não cobra nada para ela. De fato ela medita as coisas no coração e reza. Muitas vezes sente nossa falta, quer nossa presença, nossa companhia, mas fica na dela para não incomodar. Vez ou outra dá uma investidazinha, mas não força. Tentamos sempre corresponder, mas nem sempre conseguimos na correria do dia a dia atarefado! Sinto que estou sempre aquém do que ela merece em termos de carinho e de honra. Também com Nossa Senhora é assim: espera por nós, sente nossa falta, sente saudades, mas não força, não reclama, aguarda uma atitude nossa. Nos protege, nos livra, intercede constantemente por nós e sempre nos respeita. Que neste dia das Mães possamos receber do alto uma graça especial: a graça de sermos filhos melhores para nossas mães! Filhos melhores para Maria Santíssima! Que sejamos gratos e saibamos reconhecer os inúmeros sacrifícios que nossas mães fizeram e fazem por nós! Que empenhemos nossa vida e missão em retribuição ao imenso sacrifício de amor que Maria nos concedeu: a oferta de Seu amado Filho na Cruz para a remissão dos nossos pecados. Amém! 


7 de maio de 2016

No mês de Maria, um testemunho por dia: nº 07


Padre Paulo Ricardo, ancorado nos ensinamentos de São Luís de Monfort, afirmou com muita unção a frase da imagem acima: "Mas que sentido tem uma pessoa achar que a Lua vai tirar a glória do Sol? Do mesmo jeito... Que sentido tem uma pessoa achar que Maria vai tirar a glória de Deus? Toda luz que há na Lua vem do Sol! Toda Luz que há em Maria vem de Deus!"
Desde que me converti ao catolicismo na minha juventude, fui me formando e educando na Igreja sobre o que seria a verdadeira devoção à Maria  e passei a entender que todo preconceito e rejeição que se pode ter à pessoa da Virgem Santíssima vem da desinformação sobre a teologia e a doutrina acerca do culto que se deve a ela. As pessoas, assim como eu na época em que me desviei da Igreja para me aprofundar no espiritismo (história que conto neste post: http://eutenhodeusedeusmetem.blogspot.com.br/2016/05/no-mes-de-maria-um-testemunho-por-dia-n_4.html) têm medo de ofender Jesus amando e honrando tanto assim a Maria. 
É verdade que existem muitos abusos e exageros mas, repito, é por ignorância doutrinal e não por equívoco da Igreja. A Igreja jamais quis ofuscar a adoração a Deus, a Jesus com a veneração a Maria, isto é ponto inequívoco! Apenas quem não se aprofunda na formação do depósito da fé ignora esses conceitos! 
Mas felizmente eu tive a oportunidade de ouvir o que propõe da Igreja da "boca da Igreja", e não de quem não conhece nada de Magistério e ainda assim emite juízo de valor sobre matéria que desconhece. Com a caminhada na comunidade fui ouvindo pregações, palestras, participando de formações, lendo livros, documentos da Igreja e pelo aprendizado fui me descontaminando de discriminações plantadas na minha mente sobre Maria. 
Uma dessa fontes que muito me esclareceram foi o livro "Tratado da Verdadeira Devoção a Santíssima Virgem" de São Luís Maria Grignion de Monfort. Por indicação de uma serva muito especial da RCC, que aliás tinha sido minha professora na antiga 4ª série do fundamental, Maria Auxiliadora Dias Barbosa, eu conheci esse manual especialíssimo, pelo qual muitas dúvidas que tinha foram sendo esclarecidas e, de uma vez por todas, entendi não só a possibilidade da devoção mariana, mas a necessidade dela!
Este livro me marcou profundamente e desde a sua leitura e o seu estudo fiquei com essa noção de Maria como sendo essa Lua descrita pelo Pe. Paulo Ricardo. Linda Lua! Amada Lua! Sempre refletindo a luz, a grandeza, a bondade do Sol em sua energia e calor sem nunca pretender substituí-lo, antes gravitando ao seu redor submissa, a serviço, docemente. 
Desde que tive esse entendimento nunca mais olhei para a Lua da mesma maneira! Recordo-me que a nossa "Lua de Mel" (que também o Senhor providenciou para nós pois ganhamos a hospedagem no Hotel, um carro emprestado, o dinheiro da gasolina e de nos manter por lá, tudo!) eu meu marido Juliano já havíamos consagrado a Nossa Senhora e a vivemos como viagem plenamente espiritual e não apenas romântica.
Casamos com a Lua em quarto crescente e entendi isso como um sinal para nosso relacionamento que, santificado pela graça sacramental, ia a partir de então também crescer, amadurecer, dar frutos. Rezávamos o Rosário inteiro, diariamente e em especial em todos os dias de nossa viagem. Quando chegamos ao nosso destino (2 dias de viagem), encontramos por cenário uma linda praia com uma imensa Lua cheia, realmente enorme, amarela, sobre o mar e formando uma pintura maravilhosa entre os coqueiros da janela do nosso quarto toda noite, iluminando de maneira sobrenatural esse momento tão especial em nossas vidas! 
Entendemos como um símbolo extraordinário de mensagem divina: Jesus mais uma vez nos abençoava com Sua presença e a de Sua Mãe em nossa trajetória de amor. De dia o Sol brilhava forte e quente para nosso deleite, de noite essa Lua impressionante nos cativava e inspirava. Tivemos a certeza: nosso matrimônio se iniciava na Providência, iluminado pelo Sol e pela Lua! 


As imagens, sinais, símbolos são formas importantes para a comunicação não só humana, mas também espiritual. Aprendemos a estar atentos a esses detalhes em nossa vivência de fé para permitir que nutram nossa vida de oração, de espiritualidade, de adoração a Jesus e devoção a Maria. 
Seja sempre para nós, querida Mãe, essa mulher vestida de sol (Apo 12, 1) a iluminar as noites de nossa existência! Mulher que gera em nossas vidas o Filho e faz o Dragão se deter diante de si (Apo 12, 4-5).  Essa mulher que surge como a aurora, bela como a Lua, brilhante como o sol, temível como um exército em ordem de batalha (Cânticos 6, 10), que combate conosco nossos combates sob o comando do Filho! Amém! 

6 de maio de 2016

No mês de Maria, um testemunho por dia: nº 06


Minha relação com Nossa Senhora, assim como uma boa relação mãe e filha, é de intimidade, familiaridade, cumplicidade, confiança e muita simplicidade. Já viajamos só nós duas, temos nossas "coisinhas", nossos segredinhos, nossos costumes, nossas "piadas internas", nossas tradições particulares... coisas que só quem tem a graça de poder experimentar uma relação mãe e filha equilibrada e amorosa vai entender!  
Uma das particularidades dessa nossa convivência é a oração nos dedos. Já postei aqui nesse Blog a oração dos 5 dedos, muito ensinada pelo Papa Francisco (clique na imagem deste post: http://eutenhodeusedeusmetem.blogspot.com.br/2013/03/oito-dicas-para-ensinar-seus-filhos-ter.html) e nos meus momentos de oração, sozinha ou em família, numerosas vezes me utilizo dessa modalidade. Em várias circunstâncias é bom orar com o corpo, inclusive nos momentos de privacidade com Nossa Senhora! 
Desde pequenininha, como já testemunhei em outras postagens dessa empreitada de testemunhos nesse Mês Mariano, por influência de minha mãe Maria do Socorro, sempre estava muito em contato com Nossa Senhora. Lembro-me de que fazia muitas coisas na rua na companhia de minha mãe, resolvíamos coisas, pagamentos, compras, caminhávamos pra lá e pra cá nesta cidade de Sobradinho! E muitas vezes, ao final de tudo, voltávamos cansadas para casa, de mãos dadas, e minha mãe ia rezando o terço nos meus dedos. Eu amava aquilo! Achava carinhoso e fofo. E crescia a ternura por minha mãe Socorro e também pela minha Mãe do Céu, Maria!... 
Na juventude, conheci meu marido Juliano e a priori ficamos muito amigos. Uma das coisas que amava em nossa amizade era a religiosidade que estávamos descobrindo e construindo juntos! Frequentemente estávamos rezando o terço com os irmãos de caminhada e percebia que Juliano sempre rezava nos dedos. Eu disse para ele que tinha dificuldade de fazer aquilo, que sempre me perdia nas contas pequenas, que correspondem às Ave-Marias. Ele então me contou que tinha desenvolvido uma "técnica" especial para não se confundir: usava as falanges. Começava sempre pela ponta do dedo mindinho, até chegar na base: três Ave-Marias. Em seguida a ponta do anelar, até chegar na base: mais três Ave-Marias. E assim por diante, até chegar na ponta do indicador. Segundo ele, quando a gente formava o sinal de "OK", estava completa a nossa dezena: terceira dezena, "OK"! kkkkkk 
Achei muito engraçado, mas não é que a técnica é boa? Comecei a utilizar já naquela época e até hoje a utilizo, especialmente quando faço minhas caminhadas ou momentos em que não estou com o meu terço. Com ela nunca mais me perdi nas contas pequenas! Acabou se tornando como aqueles momentos da minha infância quando minha mãe Socorro usava meus dedos para rezar, mesmo sendo uma oração individual: estamos ali, eu e Maria, segurando minha mão! E quando eu e Juliano começamos a namorar, qual não foi minha surpresa quando em muitas vezes ele gostava de fazer como minha mãe fazia e também rezar o terço carinhosamente nos meus dedos! Ficou difícil não me apaixonar! 
O tempo foi passando e esse costume "familiar" se ampliou e passou a incluir os dedinhos dos nossos filhos também! Acabou sendo um hábito afetuoso da nossa privacidade com a Virgem Santíssima. É claro que inúmeras vezes nos utilizamos do Terço, cada um tem seu tercinho! Mas também em outras muitas vezes, quando nos unimos em volta de Nossa Senhora para rezar nossos terços, nos damos as mãos, e no aconchego da intimidade, passamos de Ave-Maria por Ave-Maria orando nos dedos uns dos outros. 
A devoção a Maria deve ser uma comunhão fraterna e afetiva. Não é tanto as exterioridades que contam mais, mas a vida escondida, as histórias de amor que vivemos com ela, individualmente ou em família, ou até mesmo em comunidade quando vivenciada com amor! Uma trajetória de devoção junto da Mãe Santíssima não se faz só de grandes milagres, mirabolantes livramentos, excepcionais experiências místicas, mas principalmente de cotidiano e de memórias, de uma verdadeira aproximação de Jesus por meio dela e na convivência com ela, de santificação real e conversão concreta. 
Não é assim que acontece com aqueles com quem vivemos bem de pertinho e que amamos mais?! Talvez 10% da coexistência são ocasiões extraordinárias. Os outros 90%, o que são? A vida, o dia a dia, as experiências ordinárias. Assim deve ser também nossa devoção mariana: talvez mais interior e menos exterior; talvez mais privacidade e menos "ostentação espiritual"; talvez mais profundidade e menos superficialidade; talvez mais orações nos dedos e menos blá blá blá...
Dá-nos a graça da desafetação em nosso relacionamento, Mãezinha do Céu! Dá-nos a bênção da descomplicação! Dá-nos a simplicidade em te amar, em conviver com a Senhora e com seu Santo Filho! Dá-nos uma autêntica relação filial, próxima, íntima, leve, de fato espiritual e familiar! Sejamos diante da Senhora e de Nosso Senhor Jesus como crianças, como filhinhos, pois assim Ele ensinou que deve ser no Reino Dele! Amém! 

5 de maio de 2016

No mês de Maria, um testemunho por dia: nº 05




O primeiro ministério pelo qual eu servi na Renovação Carismática Católica é o que se chama hoje em dia Ministério de Música e Artes, mas naquela época se denominava "Secretaria Davi". O nome do meu grupo era "Bailando no Espírito", fundado pela serva Marlúcia Lopes de Carvalho, hoje missionária da Comunidade Canção Nova e nossa área era, como sugere o nome do grupo, a dança. Desde 4 anos de idade eu dançava Balé e nesta época eu já trabalhava dando aulas. Surgiu então, por um convite desta irmã, a oportunidade de estar contribuindo neste trabalho missionário no qual passei 6 anos evangelizando através da arte da dança. 
Este serviço, posso afirmar sem medo, foi a minha escola de devoção mariana. Já a Marlúcia, que coordenou o grupo por muitos anos antes de seguir para a sua vocação, era muito devota de Maria e tinha com ela uma relação muito próxima e especial. Aquilo nos encantava, nos inspirava e motivava a seguir pelo mesmo caminho. Éramos jovens no início da caminhada na obra de Deus e nossa líder nos ensinou e incentivou a oração diária do Rosário, a oração do Ofício da Imaculada, a Consagração, enfim, todas as práticas devocionais a Virgem Maria que exercíamos com amor e piedade e conservamos até nos dias de hoje. 
Muitas e muitas vezes éramos convidadas a preparar alguma coreografia que homenageasse Maria Santíssima e era com muito amor que corríamos atrás de tudo o necessário para andar na condução do que o Espírito Santo havia inspirado em nossas orações. Com pouco dinheiro, mandamos fazer um figurino básico no qual íamos alterando os adereços; fazíamos objetos cenográficos (terços enormes, asas de anjos); íamos na Rádio Nova Aliança produzir as trilhas sonoras; ensaiávamos exaustivamente. 
Sempre recebíamos um retorno muito positivo de quem nos assistia. Inúmeras vezes éramos abordadas ao final dos eventos com testemunhos de pessoas emocionadas, tocadas, realmente evangelizadas e alcançadas pela mensagens transmitidas pela arte. De modo especialíssimo isso acontecia nas coreografias relacionadas a Maria! 
Dançando para a Mãe e com a Mãe, aprendíamos a ser mais devotas e mais filhas! Nosso amor por ela realmente crescia e amadurecia, nossa relação com ela se aproximava e cansamos de ver seu cuidado e providência em nossas performances. Com todo o sacrifício que eram essas missões aprendemos a dar sem esperar nada em troca, fazíamos mesmo tudo por amor a Jesus, a Maria e ao povo de Deus. 
Essa experiência com toda certeza enraizou nossa fé em Jesus por meio de Maria e nos capacitou para servir na RCC, na Igreja, na vida. Éramos um grupo de jovens mocinhas e até os dias de hoje conservamos a amizade nascida da fé, instensificada na arte, fundada na devoção a Nossa Senhora. Uma das minhas melhores amigas, a Karla Martins, foi desta experiência que brotou nossa amizade. Ainda hoje somos amigas e comadres. Minha cunhada, Tauana Rolim, casada com meu irmão Marcos, foi minha aluna de Balé e  companheira neste ministério. Além dessas muitas outras guardo no coração: Fabiana Ferreira Lima, Ana Paula Cosmo, Thaise Ribeiro... Todas devotíssimas de Maria! Foram viagens divertidas, aventuras em todo tipo de "palco", sangue nos dedos dos pés, risadas e lágrimas. Sem contar nos meninos que ocasionalmente nos auxiliavam dançando ou carregando muito material: meu marido Juliano, meus irmãos Marcos e Márcio Morais, Fabiano Joaquim, André Luiz Araújo... Quantas vezes minha mãe Maria do Socorro literalmente nos socorria com os figurinos e também meu pai Luiz com as caronas e "patrocínios"! As famílias inteiras se envolviam nas missões, intercediam, prestigiavam... Até o coordenador da RCC Brasília na época, hoje Padre Wilker Bandeira Claret nos auxiliava muito, orava conosco, nos ajudava no discernimento e sempre convidava para dançar nos grandes eventos da RCC como o Vem Louvar e Rebanhão.
Muitos momentos especiais! Parei apenas quando fiquei grávida da minha filha Clara. Aliás, a última vez que dancei pelo "Bailando" foi num dia 12 de Outubro, no palco da Missa da Solenidade em honra a Nossa Senhora Aparecida na Esplanada dos Ministérios em Brasília, ano de 2003, no momento da homenagem dos jovens a Mãe Aparecida. Estava grávida de 6 meses e dancei como Nossa Senhora de Nazaré, grávida do Menino Jesus. 
Sou muito grata a Deus por tudo que aprendi nesses anos na companhia da Virgem Maria e na de minhas companheiras e amigos nessa escola que a Divina Providência me brindou por este ministério! Obrigada, Mãe, por todos os momentos de fé, de dor, de sacrifício, de júbilo, de missão, de oração, de estudo, de disciplina! Obrigada por cada coração tocado, por cada identificação, por cada sensibilização dos teus filhos por meio deste singelo oferecimento nosso. Obrigada principalmente pelo que o Espírito Santo realizou em mim, por meio da sua intercessão, ó cheia de Graça! Obrigada, Mãe! 

4 de maio de 2016

No mês de Maria, um testemunho por dia: nº 04


Eu nasci católica, foi batizada e fui criada na tradição católica. Mas como é muito comum no Brasil, especialmente no estado de Goiás, simultaneamente era educada na doutrina espírita e frequentava seus rituais. Na adolescência, após ter feito a 1ª Comunhão, me afastei definitivamente da Igreja Católica e optei pelo Kardecismo, me aprofundando em seus ensinamentos e leituras e suas práticas e fui rejeitando mais e mais o catolicismo a ponto de não fazer a Crisma da época correta. Precisava ser coerente: se tinha tantos questionamentos ao catolicismo não fazia sentido "Confirmar" meu Batismo. 
Um desses questionamentos era a devoção mariana. Não entendia tanto amor, tanta veneração à Mãe de Jesus, me incomodava com os exageros do povo simples e a maneira como muitas vezes demonstrava suas piedades, pois muitas vezes me passava a impressão de ser supersticiosa e desproporcional essa relação com a Mãe de Jesus. Me deixei influenciar por argumentos protestantes e tomava as dores de Jesus, a quem sempre admirei mesmo no espiritismo. Respeitava Maria, mas achava que não era necessária tanta devoção, que os católicos abusavam. Pensava, na minha ignorância e falta de amor que tudo bem tratar com indiferenaça a Mãe de Jesus!
Aos 16 anos tive a oportunidade de fazer um encontro de Grupo Jovem e lentamente ir retornando para casa, numa conversão realmente mais gradual e consciente. Logo tive contato com a Renovação Carismática Católica e, neste contexto, me via constantemente em situações em que me defrontava com a devoção mariana, palestras e pregações sobre Maria, livros sobre a verdadeira devoção, Cenáculos, momentos marianos de todas as formas, como é costume da RCC. 
Fui assim tomando consciência de que o que mais pesava na minha aparente rejeição ao modo como os católicos tratavam Maria era o total desconhecimento ao que a Igreja orientava a esse respeito! Me prendia mais ao que as pessoas realizavam, muitas vezes em sua ignorância, sua simplicidade e baseados em costumes equivocados transmitidos por gerações do que na Voz da Igreja com respeito a doutrina sobre o papel de Maria na economia da salvação! Foi realmente uma redescoberta interessante e uma espécie de mal estar espiritual foi tomando conta de mim. Explico. A menininha que amava a Mãezinha do Céu na infância tinha chegado à adolescência rebelde e implicado com sua Mãe Celeste. Estava então, pelo menos da minha parte, um "climão" entre mim e Maria. Não da parte dela, certamente, que sempre me amou, protegeu, cuidou... Mas sabe quando você trata alguém que ama mal e depois fica todo sem graça para se desculpar e retomar a relação? Tipo isso... Eu estava sem graça com Maria por causa dos questionamentos que surgiam em minha cabeça por influência de pessoas que ignoravam a realidade completa da fé católica, julguei muita gente por amar Maria, falei muitas coisas constrangedoras dela, enfim... Eu estava sem graça com Maria.
Um dia, numa reunião de oração na casa de uns servos especiais do Grupo de Oração, Luciana e Haroldo (posteriormente meus padrinhos de casamento), estávamos clamando a efusão do Espírito Santo com seus carismas como é de praxe na orações da RCC. Eu estava bem no comecinho da caminhada, ainda muito imatura e insegura no uso dos carismas, mas no momento da oração o Espírito Santo me suscitou uma visualização de Maria com os braços estendidos para mim e, das suas mãos abertas surgia uma lindíssima rosa vermelha desabrochando. 
Recebi aquela visualização clamando pelo dom do discernimento dos espírito e implorando ao Senhor que me esclarecesse se era coisa humana ou celestial. Tinha muita dificuldade em aceitar que o Espírito se manifestava na minha pobreza e imaturidade. E como era uma visão de Maria... Vixeee!!! Aí é que complicou mais!! 
Depois do momento de silêncio as pessoas foram partilhando suas moções e nada de ninguém falar sobre rosa ou sobre Maria. Então decidi me calar. Mas Luciana insistiu perguntando se ninguém mais tinha recebido nenhuma outra inspiração. E eu, caladinha. Até que Luciana se voltou para mim, me olhou nos olhos e perguntou diretamente se eu não tinha recebido nenhuma visualização. Fiquei muda, sem querer partilhar e sem querer mentir! No que ela disparou: "Você não visualizou uma rosa vermelha não? Por que a visualização que eu tive foi de Maria indo na sua direção e te entregando uma rosa vermelha se desabrochando, para que não haja mais no seu coração nenhuma dúvida sobre o amor que ela tem por você!"
Misericórdia! Meu coração quase parou. Só fui capaz de dizer "confirmo!" e ainda levei uma bronca: "Pois quando o Espírito te mostrar algo, partilhe! Pois nem sempre Ele vai querer mostrar para outra pessoa para ela te cobrar a moção não!" Rapaaazzz... Depois dessa, foi como que um abraço de reconciliação entre mim e a Mãezinha do Céu! Diluiu-se imediatamente todo e qualquer mal estar e embaraço da minha parte, senti-me eleita e amada, e mais: PERDOADA por Maria! Realmente senti que devia pedir perdão a ela por tanto imaturidade e ignorância e pedi: "Perdão, Mãe! Eu aceito essa rosa, seu perdão e seu amor! Vamos recomeçar!"
Desde esse dia, nunca mais questionei a devoção mariana de ninguém: quer amar Maria: AME! Quer honrar a Mãe de Jesus: HONRE! Eu aqui do meu lado nunca mais economizei amor, honra, respeito, devoção, admiração, carinho, NADA para a Mãe do meu Senhor! Repito como Isabel: donde me vem a honra de que venha a mim a MÃE DE NOSSO SENHOR E SALVADOR?! 
Hoje sou católica convicta, praticante, eucarística, carismática e mariana! Me Crismei na catequese de adultos, me casei na Igreja, sirvo a Deus com meu marido e meus filhos e nossa família é propriedade de Jesus, pelas mãos de Maria! Procuro viver e propagar a verdadeira devoção a Santíssima Mãe de Deus, a começar na minha casa pelos meus filhos mas também nos meus trabalhos como pregadora e formadora da Renovação Carismática Católica! Sou feliz e realizada com minha fé, na companhia sempre doce e amorosa da Mãe Imaculada! Te amo, Maria!! LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO E SUA MÃE, MARIA SANTÍSSIMA! 


3 de maio de 2016

No mês de Maria, um testemunho por dia: nº 03


Não obstante as piadinhas machistas, devo admitir que, por seu mulher ou não, não sou a melhor motorista do mundo. Desde que tirei a carteira não escondo de ninguém que não curto muito dirigir e nem tenho essa habilidade toda no volante. Talvez exatamente por isso nunca-jamais-demodoalgum-never saio de carro sem me recomendar a Nossa Senhora, sem pedir sua bênção, sua proteção. Especialmente nos últimos anos em que sou a "mãetorista" dos meus filhos. 
Não é raro eu fazer alguma "barberagem" por aí pelo trânsito e já até ter me confessado por isso, mas fui orientada pelo sacerdote que ser ruim de roda não é um pecado, mas uma cruz, um espinho na carne. Realmente não é por maldade ou má fé, é uma mistura de incapacidade motora com distração em nível severo, medo, afobação, total falta de noção espaço-temporal e talvez um bocadinho de sangue goiano correndo pelas veias...
Foi no trânsito que, com a maior certeza, passei as maiores humilhações da minha vida e sei que se Nossa Senhora permitiu e permite, é para o meu bem, para a minha santificação, para que eu seja humilde, dependente da graça divina, calma e em constante treino de atenção e prudência.
A maior parte das vezes, acho que sigo as lições do alto, já que nunca me acidentei gravemente e Nossa Senhora sempre tem me livrado e protegido. Jamais dirigi embriagada (raramente eu bebo!), evito ao máximo mexer no celular no trânsito (paro sempre se for realmente necessário, mas normalmente desligo ou deixo a Clarinha, minha filha, como "co-pilota do celular"), sou a "chata do cinto de segurança" da minha família, mas se há uma ocasião onde eu tenho que pedir perdão, me retratar, abaixar a cabeça por meus erros... essa ocasião é no trânsito, atrás de um volante! Humilde e silenciosa, como Maria, pois quem erra tem que baixar a crista e simplesmente pedir perdão, pagar o prejuízo e tentar não cometer o mesmo erro de novo.
Todos nossos carros são sempre consagradíssimos a Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, benzidos constantemente com água benta, carregam o terço no retrovisor não por superstição, mas por serem constantemente locais de oração da família. Toda manhã, indo para a escola com as crianças, a oração da manhã já é agradável rotina com as vozinhas deles rezando e cantando: "Mãezinha do Céu", "Bom dia Maria de Deus", "Vem, vem, vem, Espírito Santo", "Eu sou a ovelhinha e Jesus é o pastor", que são as "mais pedidas"! A cada saída em outros horários fazemos o sinal da Cruz, "Chagas abertas", "Maria, passa na frente", etc. E muitas são as vezes em que vamos todos rezando o terço com as rádios católicas ou só a gente mesmo.
Com o trânsito cada vez mais inchado e louco de Brasília, clamo sempre carinhosamente por ela sob os íntimos títulos de Mãe, Rainha e Vencedora do Engarrafamento; Nossa Senhora das Vagas; Maria Mãe dos motoristas cansados, etc. 
Entendo que a devoção mariana não deve ser apenas na Igreja, mas sim na vida, no cotidiano, especialmente nas áreas onde mais somos frágeis e vulneráveis. A Mãe do Céu já me provou que sua presença em minha vida é constante, realmente como Mãe, e não só nas grandes necessidades da minha história. Ela está constantemente cuidando de mim, me protegendo, me livrando, me ensinando, a mim e à minha família. Obrigada, Nossa Senhora do Perpétuo Socorro, por estar constantemente sendo meu socorro, meu auxílio, minha Mãezinha! 

2 de maio de 2016

No mês de Maria, um testemunho por dia: nº 02


Continuando as partilhas testemunhais sobre minha relação com Nossa Senhora neste Mês Mariano, não posso deixar de mencionar a presença de Maria (e inevitavelmente de São José também) no meu matrimônio com meu esposo Juliano. Desde nossa amizade existe a marca da presença dos dois nas orações do terço, nas devoções, no trabalho pastoral...ihhh!! São muitas e muitas histórias...
Quando começamos de fato a namorar cada encontro nosso, fosse pessoalmente, fosse por telefone, sempre havia pelo menos uma pequena oração do Pai Nosso, Ave Maria e um "São José, rogai por nós"! Começamos a desenvolver o hábito da oração do terço em comum, da oração do ofício, da consagração, já encenamos Maria e José (ou Maria e Gabriel) tantas vezes durante o namoro que perdi as contas...
No noivado intensificamos a consagração e acredito que foi pela condução de Maria que fomos capazes de chegar ao altar em meio às crises e dúvidas tão comuns nesse período do relacionamento. Nossa Senhora da Divina Providência realmente providenciou tudo o necessário para nosso enlace, desde a compra de nossa primeira casinha, o vestido dos meus sonhos, a data, a decoração da Igreja e o buquê... cada detalhe tem uma história da mão de Maria providenciando tudo de maneira realmente sobrenatural, nos moldes das Bodas de Caná. O vinho novo e melhor surgiu para nós, por graça de Nosso Amado Jesus, por pedido amoroso da Mãe, não tenho dúvidas. 
A festa de casamento, que não teríamos condições de fazer, ganhamos dos familiares e da comunidade integralmente! Do bolo, ao salão, comidinhas, bebidas, lembrancinhas... E até uma daminha de honra que não havia conseguido antes, providencialmente veio da cidade de Jataí-GO com uma das minhas madrinhas, minha priminha Anna Clara com meus tios Aparecida e Ciro (de saudosa memória). 
Não houve nada que Nossa Senhora, junto com seu caro protetor José, deixou faltar para nós por ocasião de nosso casamento. Nosso relacionamento sempre foi colocado sob sua amorosa proteção e, assim como aquele casal em Caná, Maria cuidou de tudo, do começo até os dias de hoje, sempre clamando pela ação de Nosso Senhor Jesus por nós... E nada faltou: nem unção, nem vinho, nem festa, nem graça espiritual. Por que a Mãe é assim, cuida de todas as áreas. Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo que daCruz nos deu tao amorosa e cuidadosa Mãe! Bendita seja a Mãe de Deus e nossa, sempre tão atenta às nossas necessidades e anseios! Valei-nos sempre, São José, protetor das nossas famílias como foi da família de Nazaré! Jesus, Maria e José: minha família sempre foi, é e para sempre vossa será!

1 de maio de 2016

No mês de Maria, um testemunho por dia: nº 01



O Espírito Santo me inspirou, por ocasião do Mês Mariano, a partilhar por este Blog um testemunho por dia sobre minha relação com a Virgem Maria. Preciso iniciar mencionando que desde bebêzinha minha mãe biológica, que aliás se chama Maria do Socorro, já havia me consagrado a Nossa Senhora da Medalha Milagrosa. 
Desde a infância eu sempre achava em todos os cantos das minhas coisas (mochilas, malas, sacolas, gavetas, pastas, porta-trecos, escrivaninhas, livros, sapatilhas do balé, etc) muitas e muitas medalinhas e, embora não entendesse muita coisa, sabia que era a "Mãezinha do Céu" e que tinham sido colocadas por minha mãe Socorro. Em sua simplicidade, minha mãe pretendia consagrar todas as áreas da minha vida sob a proteção de Nossa Senhora. Ela sempre me dizia que assim como ela tinha protegido o menino Jesus ia sempre me proteger na minha vida, em meus passos, em meus caminhos...
Já na juventude e participando da Renovação Carismática Católica, uma grande serva de Deus (hoje missionária da Comunidade Canção Nova), outra "Socorrinha" em minha vida (Maria do Socorro Barbosa) em oração recebeu pelo dom carismático de ciência uma visualização de Nossa Senhora das Graças envolvendo minha vida de maneira extraordinária e excepcional, desde o ventre da minha mãe até aqueles dias. Confirmei partilhando essa particularidade da devoção da minha mãe com Nossa Senhora da Medalha Milagrosa desde a minha mais tenra infância.
De lá para cá, de fato as promessas de Nossa Senhora a Santa Catarina de Labouré de que as graças seriam abundantes na vida dos que empunhassem com fé o objeto de devoção tem se cumprido em minha vida, nas grandes e pequenas coisas. Assim pretendo partilhar com vocês durante esse mês um testemunho por dia, para manifestar como Deus em sua misericórdia dá a graça aos humildes (Tg 4, 6) àqueles que se confiam à Sua Mãe.