Blog Católico. Relatos em forma de partilha de uma caminhada espiritual no seio da Santa Mãe Igreja.
28 de abril de 2015
24 de abril de 2015
Oração à Maria, Mãe de Deus, por um ente querido que está doente
Maria,
cheia de graça, Mãe espiritual dos necessitados, eu fervorosamente peço Vossa
intercessão celestial para (fale o nome da pessoa) que está enfermo e procura a
assistência milagrosa de Deus.
Tu que
velas pelos doentes e lhes oferece apoio compassivo em poderosos atos de cura,
permanecei ao lado de (fale o nome da pessoa) com a Vossa maternal proteção.
Consolai nossos corações ansiosos e permiti-nos que o nosso sofrimento físico e
emocional seja uma fonte de purificação e crescimento para a vida eterna.
Amém.
Permanecer no Senhor Jesus
Reunimo-nos
semanalmente neste grupo de oração com um único objetivo: ANUNCIAR JESUS. Esse
Jesus que na plenitude dos tempos veio ao mundo para nos libertar da escravidão
do pecado e da morte e nos dar uma vida nova, voltada não para as coisas
perecíveis e acontecimentos passageiros da existência, mas para as realidades
eternas. Esse Jesus que é o mesmo ontem, hoje e sempre, que cura, que liberta,
que consola, mas principalmente que NOS SALVA.
Ouvi
recentemente uma frase do missionário da Canção Nova Marcio Mendes que tocou
profundamente meu coração. Ele dizia: “Você veio aqui buscando cura,
libertação, prodígios e milagres, mas eu quero te dizer que você vai voltar
daqui levando SALVAÇÃO”! Meu Deus! Como a convicção com que foram ditas essas
palavras me tocaram! E eu quero dizer isso a você também: “Não importa o que
você pensa que te trouxe a esse grupo de oração hoje! Pode ter sido uma doença,
um casamento em crise, dívidas, decepções, tribulações... E muitas vezes o GO é
mesmo como que um ‘pronto-socorro espiritual’, mas eu tenho certeza de que tudo
isso foram ‘iscas’ que o Senhor usou para te atrair com um propósito: ter um
encontro pessoal contigo por meio da efusão do Espírito Santo! Amém?!”
Abra
sua Bíblia no eEvangelho de João, capítulo 15, versículos de 1 a 7:
“Eu
sou a videira verdadeira, e meu Pai é o agricultor. Todo ramo que não der fruto
em mim, ele o cortará; e podará todo o que der fruto, para que produza mais
fruto. Vós já estais puros pela palavra que vos tenho anunciado. Permanecei em
mim e eu permanecerei em vós. O ramo não pode dar fruto por si mesmo, se não
permanecer na videira. Assim também vós: não podeis tampouco dar fruto, se não
permanecerdes em mim. Eu sou a videira; vós, os ramos. Quem permanecer em mim e
eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer. Se alguém não
permanecer em mim será lançado fora, como o ramo. Ele secará e hão de ajuntá-lo
e lançá-lo ao fogo, e queimar-se-á. Se permanecerdes em mim, e as minhas
palavras permanecerem em vós, pedireis tudo o que quiserdes e vos será feito.”
Queridos
irmãos, sabemos que quando dois ou mais estão reunidos em nome de Jesus, Ele se
faz presente no meio deles (Mt 18, 20). Que Jesus está no meio de nós é fato,
podemos ter a certeza disso! Ele permanece no meio de nós conforme tinha
prometido: “Eis que estou convosco todos os dias, até o fim do mundo!” (Mt 28,
20) Ele está aqui, está conosco, permanece com cada um de nós e com a Igreja,
sua esposa. Mas e nós? Temos permanecido com o Senhor?
Pelo
sacramento do Batismo fomos enxertados nessa videira que é o Senhor e somos
verdadeiramente seus ramos. Você já viu um enxerto? Sabe como é feito? Corta-se
um pedaço da planta, pega-se o raminho a ser enxertado e amarra-se na planta
com um barbante, uma cordinha ou fita. Jesus é essa planta e nós fomos
enxertados nele, sem Ele, nada podemos fazer! Sem Ele não temos vida!
Lembro-me
de uma partilha que ouvi de um rapaz que tinha visto em seu momento de oração
um galhinho de planta e nesse galho tinha uma folhinha que, embora estivesse lá
no galho, era a única que estava amarronzada e seca. Ele se aproximou para
tentar entender e viu que aquela folhinha não estava unida ao galho, mas estava
só perto dele, presa por meio de teias de aranha. Às vezes estamos perto do
Senhor, mas não ligados a Ele, não permanecendo Nele. E o resultado disso?
Secaremos e morreremos. Renegaremos a Salvação conquistada por Jesus por um
altíssimo preço. Perderemos a vida eterna, seremos lançados fora no fogo. Isso
é muito sério.
Pois
sem permanecer em Jesus, nada poderemos fazer, não teremos vida em nós! É de
Jesus que nos vem a vida! Sem a seiva da árvore, o ramo morre. Essa seiva são
os sacramentos (Confissão, Unção, Eucaristia, etc) e a experiência da Efusão do
Espírito Santo que nos dá a vida da graça, que suporta nossa existência. E esse
barbante que nos prende, nós enxertos, à videira Jesus, é a comunidade. Sem
esse barbante, como é difícil permanecer enxertado!! Ligados em Jesus! Por mais
que busquemos sozinhos, é muito difícil...
Eu
morei por quase um ano em Portugal e por diversos motivos, não consegui me
inserir em nenhum trabalho pastoral por lá. Continuava buscando o Senhor nas
Missas, na minha oração pessoal, mas como a falta da vivência em comunidade foi
me murchando, me secando, me desanimando! Como é bom fazer um trabalho
pastoral! Como é bom pertencer a uma comunidade, como isso alimenta nossa
espiritualidade, a nossa fé!
Precisamos
permanecer em Jesus! É esta a prova da nossa conversão: não em vivermos grandes
momentos de emoções, de sensibilidade pela presença do Espírito Santo, mas em
permanecermos Nele. Por isso alguns pregadores preferem usar a expressão “o
início da minha conversão” posto que é algo que se vive progressivamente. Não é
uma experiência de um dia, mas de toda uma vida em permanência insistente e
perseverante no Senhor que nos dá a vida e salvação. A VERDADEIRA CONVERSÃO É PERMANECER
NO SENHOR JESUS!
Conversão
não é não pecar nunca mais! Disso não seremos capazes nessa terra.
São João afirma que aquele que acha que não tem pecado se ilude e é mentiroso
(1 Jo 1, 8), mas se trata antes de lutar para não cair, se trata de PERMANECER
no Senhor, se arrependendo sempre, buscando a confissão com o firme propósito
de não cair mais naquela tentação. Na oração do Pai Nosso, Jesus não nos
ensinou a pedir “Pai, que não haja tentações na minha vida”, mas sim para que
nós não caíssemos em tentação. Há uma luta dentro de nós entre o espírito e a
carne e por causa disso não fazemos o bem que queremos mas sim o mal que não
queremos (Rm 7, 19). Mesmo pecadores e fracos, não podemos desanimar e
conscientemente fazer tudo ao nosso alcance para permanecermos no Senhor! O
Papa Francisco diz que Deus nunca se cansa de nos perdoar, nós é que cansamos
de pedir perdão. Devemos sempre nos arrepender, reconhecer nossos pecados na
certeza de que “Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e para nos
purificar de toda iniquidade” (1 Jo 1, 9).
E
tendo essa consciência, nada, NADA vai nos impedir de permanecer no Senhor.
Assim como os apóstolos nos primeiros anos da Igreja, devemos lutar até o
sangue, se for preciso, para permanecer no Senhor Jesus, pois é a nossa única
opção de vida e salvação! Quanto sofreram os apóstolos! Tantas pedradas,
açoites, calúnias, prisões, mortes violentas sofreram por amor a Jesus! Para
permanecerem em Jesus! Nada impediu que eles permanecessem no Senhor! ELES
PERMANECERAM NO SENHOR, não por causa dos prodígios e milagres que viam o
Senhor realizar por meio deles, mas por causa DO SENHOR! Em Atos 8, 14 e
seguintes vemos a história de Simão, o mago da Samaria que, maravilhado pelo
poder do Espírito de Deus, manifestado através dos apóstolos, ofereceu dinheiro
a eles em troca de receber esse poder. Mas Pedro e João, como permaneciam NO
SENHOR, recusaram e denunciaram tamanho equívoco! Não havia dinheiro nesse
mundo que valesse a pena perder a permanência em Jesus! E não há mesmo!
Nada
vale a pena mais do que permanecer no Senhor! N-A-D-A!!! Nenhum dinheiro,
nenhum prazer passageiro, nenhum projeto pessoal que custe a nossa permanência,
a nossa união com Jesus vale a pena! Quando temos um encontro com o Senhor
Jesus, quando fazemos a experiência do Batismo no Espírito Santo, passamos a
ter a noção de que não nos pertencemos mais, SOMOS DELE! “Ou não sabeis que o
vosso corpo é templo do Espírito Santo, que habita em vós, o qual recebestes de
Deus e que, por isso mesmo, já não vos pertenceis? Porque fostes comprados por
um grande preço” (1 Cor 6, 19-20a). Somos Dele e nada pode nos separar mais.
“Quem
nos separará do amor de Cristo? A tribulação? A angústia? A perseguição? A
fome? A nudez? O perigo? A espada? estou persuadido de que nem
a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem o presente, nem o
futuro, nem as potestades, nem as alturas, nem os abismos, nem outra qualquer
criatura nos poderá apartar do amor que Deus nos testemunha em Cristo Jesus,
nosso Senhor” (Romanos 8, 35.38-39).
Deus,
em Jesus Cristo, jamais nos deixará, seu amor JAMAIS nos abandonará! Precisamos
também nós, livremente, POR AMOR, fazer a nossa parte para permanecermos Nele. Como o Pai me ama, assim também eu vos amo. Perseverai no meu amor (Jo 15, 9). Só com as nossas forças humanas seria impossível, mas com Ele tudo é possível. Sem Ele, nada posso fazer, mas com Ele, eu posso! Tudo posso Naquele que me fortalece!
22 de abril de 2015
A ESPIRITUALIDADE MISSIONÁRIA
A atividade
missionária exige uma espiritualidade específica, que diz respeito de modo
particular, a quantos Deus chamou a serem missionários.
Deixar-se conduzir
pelo Espírito
Tal espiritualidade
exprime-se, antes de mais, no viver em plena docilidade ao Espírito, e em
deixar-se plasmar interiormente por Ele, para se tornar cada vez mais
semelhante a Cristo. Não se pode testemunhar Cristo sem espelhar a Sua imagem,
que é gravada em nós por obra e graça do Espírito. A docilidade ao Espírito
permitirá acolher os dons da fortaleza e do discernimento, que são traços
essenciais da espiritualidade missionária.
Paradigmático é o
caso dos Apóstolos, que durante a vida pública do Mestre, apesar do seu amor
por Ele e da generosidade da resposta ao Seu chamamento, se mostram incapazes
de compreender as Suas palavras, e renitentes em segui-Lo pelo caminho do
sofrimento e da humilhação. O Espírito transformá-los-á em testemunhas
corajosas de Cristo e anunciadores esclarecidos da Sua Palavra: será o Espírito
que os conduzirá pelos caminhos árduos e novos da missão.
Hoje a missão
continua a ser difícil e complexa, como no passado, e requer igualmente a
coragem e a luz do Espírito: vivemos tantas vezes o drama da primitiva
comunidade cristã, que via forças descrentes e hostis “coligarem-se contra o
Senhor e contra o seu Cristo” (At 4, 26). Como então, hoje é necessário rezar
para que Deus nos conceda o entusiasmo para proclamar o Evangelho. Temos de perscrutar
os caminhos misteriosos do Espírito e, por Ele, nos deixarmos conduzir para a
verdade total (cf. Jo 16, 13).
Fonte: Carta Encíclica Redemptoris Missio, de São João Paulo II, § 87.
20 de abril de 2015
Desculpa tomar seu tempo, mas precisava te falar!
O
Papa Bento XVI um dia se desculpou numa entrevista em que os organizadores tinham
destinado a ele tão pouco tempo para falar naquela ocasião que ele iria optar
por falar das coisas "que são" em detrimento das coisas "que não
são". Então já inicio esse texto me desculpando:
Precisava
te falar sobre o bem, sobre fé, sobre o que realmente importa! Optemos sempre
por falar das coisas "que são": verdade, vida, caminho, amor, Jesus,
Jesus, Jesus!... Seja num vídeo, seja num twitter, seja no face ou no blog. Seja
na escola, na balada, no esporte/academia, no supermercado, no almoço da
família...
São
Paulo afirmava aos Coríntios: Eu cri, por isto falei (2 Cor 4, 13).
Nós cremos? Jesus faz parte da nossa vida? Nós acreditamos, concordamos com o
que Ele propõe nos Evangelhos? Nós temos fé de que Ele não está morto mas vive
e voltará? Temos confiança de que Ele nos ama, cuida de nós e quer que todos se
salvem? Nossa vida está permeada do Evangelho? Então devemos falar, oportuna e
inoportunamente (2 Tim 4, 2), sempre com educação e paciência, simplesmente por
que isso faz parte de nossa vida, por que isso é essencial para nós.
Muitas
vezes, por respeito humano nos calamos, nos omitimos ou até disfarçamos nossas
convicções traindo a nós mesmos e também Aquele que cremos. O livro do
Eclesiástico nos traz muitos versículos preciosos sobre esse tema, dos quais
destaco os seguintes:
“Meu
filho, aproveita-te do tempo, evita o mal; para o bem de tua alma, não te
envergonhes de dizer a verdade, pois há uma vergonha que conduz ao pecado, e
uma vergonha que atrai glória e graça. Em teu próprio prejuízo não te mostres
parcial, não mintas em prejuízo de tua alma. Não tenhas complacência com as
fragilidade do próximo, não retenhas uma palavra que pode ser salutar, não
escondas tua sabedoria pela tua vaidade. Pois a sabedoria faz-se distinguir
pela língua; o bom senso, o saber e a doutrina, pela palavra do sábio; e a
firmeza, pelos atos de justiça. Não contradigas de nenhum modo a verdade.”
(Eclo 4, 23-30)
Precisamos
assumir que, pelo Batismo, temos o dever de anunciar e denunciar. Não é fácil
ser profeta, mas se não falarmos as pedras hão de falar! (Lc 19, 49). Sabemos
que o mundo e os que são do mundo não vão gostar, mas felizmente temos
liberdade religiosa e de expressão em nosso país e temos que aproveitar! As
trevas nos odiarão por falarmos de luz, mas não podemos calar. Uma amiga uma
vez me disse e disso eu nunca me esqueci: “o mundo não vai calar o pecado, não
vai calar a violência, não vai calar a promiscuidade... e nós é que temos que
silenciar?” De jeito nenhum. Me desculpa, mas eu precisava te falar de fé!
Não
podemos calar e temos que nos preparar para as consequências desse falar. O
discípulo não é maior o que o Senhor e se perseguiram Jesus, se o hostilizaram,
se o recriminaram, prenderam e mataram, precisamos saber o que nos espera. “Se
fôsseis do mundo, o mundo vos amaria como sendo seus. Como, porém, não sois do
mundo, mas do mundo vos escolhi, por isso o mundo vos odeia. Lembrai-vos da
palavra que vos disse: O servo não é maior do que o seu senhor. Se me
perseguiram, também vos hão de perseguir” (João 15, 19-20). “Sereis entregues
aos tormentos, matar-vos-ão e sereis por minha causa objeto de ódio para todas
as nações. Muitos sucumbirão, trair-se-ão mutuamente e mutuamente se odiarão.
Levantar-se-ão muitos falsos profetas e seduzirão a muitos. E, ante o progresso
crescente da iniqüidade, a caridade de muitos esfriará. Entretanto, aquele que perseverar
até o fim será salvo” (Mt 24, 9-13). Seremos considerados chatos,
inconvenientes, caretas, carolas, fanáticos, fundamentalistas, mas precisamos
falar, precisamos anunciar, precisamos postar, comentar, precisamos denunciar e
anunciar! Me desculpa, mas precisava te falar do que meu coração transborda (Mt
12, 34)!
No
livro do profeta Jeremias, capítulo 20, versículo 7, há uma poesia que,
descontextualizada, parece apenas uma grande declaração de amor ao Senhor: “Seduziste-me,
Senhor; e eu me deixei seduzir! Dominastes-me e obtiveste triunfo.” Que lindo!
A relação tão íntima do profeta com Deus! Mas se contextualizarmos esses
versículos, perceberemos que se trata antes de um lamento, de uma queixa cheia
de dor do profeta. Nos versículos seguintes, ele continua: “Cada vez que falo é
para proclamar a aproximação da violência e devastação. E dia a dia a palavra
do Senhor converte-se para mim em insultos e escárnios. E, a mim mesmo, eu
disse: Não mais o mencionarei e nem falarei em seu nome.” (Jr 20, 8-9a)
Muitas
vezes exercer o múnus de profeta é desgastante. Nadar contra a corrente pode
ser desanimador. Se lermos a história de Jeremias, por exemplo, vemos que seu
próprio povo, seus consanguíneos, seus amigos se irritaram com ele, o insultaram,
o prenderam, açoitaram, jogaram-no numa cisterna e ele sofreu muito, inclusive
prefigurando Jesus. Muitas vezes eu e você nos vemos nessa situação de sermos
excluídos em nossa própria família, sermos insultados na vizinhança, zombados
entre os amigos, perseguidos no trabalho. Gradativamente sofremos o martírio! O
martírio da ridicularização de que tanto falava Bento XVI. E, para alguns
irmãos, até mesmo o martírio vermelho mais cruel e violento como temos
acompanhado na África e Oriente Médio.
Mesmo
assim, vou insistir: Desculpa, precisava te falar de Deus! Que outra opção
tenho? Que outra opção temos a não ser insistir nesse “assunto”? Pois conhecemos
a Verdade! Conhecemos o Caminho! Conhecemos a Vida! Conhecemos a Luz! Nós vimos
o Senhor! Somos suas testemunhas! Sabemos que Ele é poder, que Ele é
misericórdia, que Ele é a única salvação! O Senhor vive em nós, queima em nós,
nos movimenta, nos incomoda, nos inspira, nos exorta: como não falar? E o
profeta Jeremias expressa isso muito bem: “Mas em meu seio havia um fogo
devorador que se me encerrara nos ossos. Esgotei-me em refreá-lo, e não o
consegui.” (Jr 20, 9b)
Por
isso, meu irmão e minha irmã, eu te incito: FALA. Aproveite as oportunidades que
Deus te dá e FALA. Aproveite os tempos e espaços que te são concedidos e leve o
Evangelho, leve a Palavra de Deus. Se for o whatsapp, aproveite. Se for o
twitter, então tuíte Deus mais que todo o resto! Se for a fila da padaria, na
viagem de ônibus, no post do facebook, com o microfone do seu grupo de oração, no
terço em família... FALA! ANUNCIA! Fale de Jesus, fale da Bíblia, fale da fé
que você vive!
Obviamente
é condição sine qua non para o anúncio a busca sincera em viver a Palavra, a
intimidade com a Sagrada Escritura, a vida de oração pessoal, o serviço na
comunidade, o testemunho de vida! O Santo Papa Francisco tuitou recentemente: “Podemos
levar o Evangelho aos outros, se ele permear profundamente a nossa vida.” Se
sua caminhada é instável, pelo amor de Deus: se cale. Procure primeiro viver
antes de querer falar qualquer coisa. Como afirma o mainstream e com toda razão
“as palavras convencem mas o testemunho arrasta”. São Francisco dizia: “Pregue
sempre o Evangelho, e quando for necessário, use palavras.” Com que moral
pretendemos ser profetas, alardeando os ciscos nos olhos dos outros e ignorando
as traves dos nossos? (Mt 7, 5)
Não se
trata de sermos perfeitos, disso não seremos capazes nessa terra. São João
afirma que aquele que acha que não tem pecado se ilude e é mentiroso (1 Jo 1,
8), mas se trata antes de lutar para não cair. Na oração do Pai Nosso, Jesus
não nos ensinou a pedir “Pai, que não haja tentações na minha vida”, mas sim
para que nós não caíssemos em tentação. Há uma luta dentro de nós entre o
espírito e a carne e por causa disso não fazemos o bem que queremos mas sim o
mal que não queremos (Rm 7, 19). Mesmo pecadores, devemos lutar para sermos
dignos de anunciar a Palavra! Devemos desejar e buscar sermos perfeitos como o
Pai Celeste é perfeito (Mt 5, 48). Devemos sempre nos arrepender, reconhecer nossos
pecados na certeza de que “Deus é fiel e justo para nos perdoar os pecados e
para nos purificar de toda iniquidade” (1 Jo 1, 9). Sim, eu sei, sou cheia de
defeitos, luto muito contra minhas más tendências e caio frequentemente, mas
desculpa: eu vou te falar de Céu, vou de falar de conversão, vou te falar de
PHN (por hoje não vou pecar)!
Nossa
fraqueza não pode ser desculpa para que nos omitamos da nossa obrigação de falar,
de denunciar as obras das trevas e anunciar a bondade de Deus. As pessoas
necessitam da Palavra! É como diz a música: “Tantas vidas a salvar, se não for
por mim, por quem será?”! Precisamos sim, fazer de tudo para que sejamos “irrepreensíveis
e inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e
maliciosa, onde devemos brilhar como luzeiros no mundo, a ostentar a Palavra da
vida” (Fl 2, 15-16), tendo consciência da nossa miséria e confiando que Deus
age em nossa fraqueza em favor de seus filhos dispersos e perdidos. Mas “como
crerão naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão falar, se não houver
quem pregue” (Rm 10, 14)? É preciso superar a timidez, o medo, as falsas
humildades e assumir com coragem o anúncio daquilo que cremos e falar,
escrever, teclar.
Pago
um preço alto por ser fiel aos meus princípios e não me omitir. Dói a rejeição
e a hostilidade, mas durmo em paz à noite. Eu sinto muitas vezes o temor de
polemizar, de desagradar, mas tento fazer um filtro (pensando em utilidade e
conveniência) e mesmo temendo ofender quem eu amo para ser autêntica e
coerente, falo assim mesmo muitas coisas. Eu amo muitas pessoas das quais
discordo e entendo que elas também tem o direito de discordar de mim e de
manifestar essa discordância como quiserem, seja cara a cara, seja
virtualmente. Não me ofendo e apenas espero reciprocidade... Vou pedindo
desculpas, vou pedindo licença e vou falando, agradando ou desagradando, não
posso me calar: ...“precisava te falar uma coisa!”...
Analiso
constantemente minha conduta, meu testemunho e realmente me vejo em meio a
grandes dilemas encarando minhas misérias e o quanto ainda sou indigna da
Palavra que muitas vezes me vejo a anunciar, mas simplesmente não posso me
calar e nem desistir, pois dentro de mim existe aquele fogo devorador de que “reclamava”
Jeremias, vivo, incômodo que não me deixa em paz! Existe no meu coração uma Voz
que não se cala e que me provoca quando vejo mentiras, injustiças, leviandades.
Existe na minha mente uma Luz que não se conforma em assistir pessoas se
destruindo no pecado, se desviando do Caminho que as fará verdadeiramente
felizes e indo em direção às trevas.
E no
mais, é nosso dever e salvação dá glórias e Deus e ser mensageiro de Sua
Vontade e não das minhas fugazes opiniões: “Anunciar o Evangelho não é glória
para mim; é uma obrigação que se me impõe. Ai de mim, se eu não anunciar o
Evangelho! Se o fizesse de minha iniciativa, mereceria recompensa. Se o faço
independentemente de minha vontade, é uma missão que me foi imposta (1 Cor 9,
16-17).
As
coisas que vivi com o Senhor me “obrigam” a anunciá-Lo. É uma obrigação de
amor, de gratidão, de consideração. Como não anunciar depois de tudo o que
vivemos juntos, depois de tudo o que Ele já fez em minha vida e na vida de
minha família? Como não anunciar a Palavra depois de tudo o que já vi o Senhor
realizar no meio do seu povo? Então eu falo, me desculpa, mas eu vou falar.
Perdoem-me os ouvintes, leitores, pessoas que convivem comigo. Preciso viver
minha fé, e preciso falar de Deus. Eu O amo! Eu sou Dele e Ele é meu. Preciso
falar e falarei.
15 de abril de 2015
Terço da Libertação
Na
oração do Terço da Libertação, clamamos como o cego de Jericó (Lc 18, 35-43)
para que o Senhor tenha piedade de cada um de nós e daqueles por quem
intercedemos.
Clamamos
como o leproso (Mc 1, 40-42) afirmado nossa fé de que Ele tem o poder de nos
curar e que por isso cremos e pedimos.
Clamamos
como os discípulos em meio às tempestades de nossas vidas: "Senhor,
salva-nos, pois estamos perecendo!" (Mt 8, 25)
Clamamos
que nos liberte pois cremos que Ele é Aquele que veio por em liberdade os
cativos (Lc 4, 18).
E
para os que não compreendem essa maneira de oração, explicamos que não se trata
de vãs repetições posto que são repetições amorosas, cheias de fé e de
insistência, obedecendo a Palavra que nos ensina orar sempre sem jamais deixar
de fazê-lo (Lc 18, 1); orar sem cessar (1 Tes 5, 17).
O
Livro Terço da Libertação de Regis e Maïsa Castro é recorde de vendas pela Ed.
Raboni e contém inúmeros testemunhos maravilhosos de graças alcançadas por meio
dessa prática devocional.
Passo a Passo do Terço da
Libertação
1º
Passo - Creio em Deus Pai
2º
Passo - Nas contas maiores, onde geralmente é o Pai Nosso:
Se Jesus me libertar, serei
verdadeiramente livre!
(Ou “Se Jesus nos libertar,
nós seremos verdadeiramente livres!” e ainda “Se a oração for para outra pessoa
diga: “Se Jesus libertar "nome da pessoa", ele/ela será
verdadeiramente livre!”).
3º
Passo - Nas contas menores, onde geralmente é a Ave Maria:
Jesus tem piedade de mim! Jesus
cura-me! Jesus salva-me! Jesus liberta-me!
(Ou “Jesus tem piedade de
nós! Jesus cura-nos! Jesus salva-nos! Jesus liberta-nos!” E ainda se a oração
for para outra pessoa diga o nome dela “Jesus tende piedade de "nome da
pessoa"!, etc).
4º
Passo - Finalize o terço com a oração Salve, Rainha.
7 de abril de 2015
Semana Santa com as Crianças
Aqui
em casa tentamos catequizar as crianças para o Ano Litúrgico vivendo-o no
dia-a-dia. Eles já sabem quando estamos no Advento pois enfeitamos a casa com luzes,
presépio, a Coroa do Advento, anjos e a Árvore de Natal e mais importante do que isso, por que os levamos todo final de semana às Missas. Eles percebem que está
perto do Natal por causa da novena que fazemos especialmente adaptada a eles.
Sabem
que está começando a Quaresma pois vamos sempre todos juntos à Missa de
Quarta-feira de Cinzas. Eles são crianças, mas já sabem que vamos fazer juntos
algum gesto concreto na Quaresma, que vamos rezar a Via Sacra nas
sextas-feiras, que vamos participar de mais Missas nesse período e que vamos
rezar mais terços, e ler mais a Bíblia, etc. Ficam atentos para aprender e
costumam gostar das músicas da Campanha da Fraternidade! Eles sabem que a
Semana Santa está chegando pois vamos sempre na Missa de Domingo de Ramos, participando
da procissão, de preferência.
E
enquanto nós mesmos, os pais, vamos vivendo a ciclicidade dos Tempos Litúrgicos e das
festas religiosas, vamos comentando, explicando, passando um filme, um vídeo,
lendo um livro, fazendo uma ou outra atividade de artes ou devoção relacionada à
época em questão. Ora, o que é fundamental para os pais é passado espontaneamente para os filhos. Não são só valores teóricos, crianças não absorvem nem assimilam discursos, e sim hábitos e comportamentos reais.
Ultimamente
os mais velhos tem podido também se aprofundar na catequese paroquial, na
evangelização infantil no Ministério para as Crianças no Grupo de Oração, ajudando
no serviço da Liturgia (fazendo leituras, preces, segurando a cestinha no
ofertório, entregando os folhetos da Missa e, eventualmente, ajudando no altar
como coroinha), participando conosco em retiros, encontros e formações.
Assim,
quando chega a Semana Maior da nossa fé, eles já estão “no clima” da vivência.
Fazemos de tudo para não viajarmos nesse período mas mesmo quando viajamos,
vivemos integralmente as celebrações onde quer que estejamos.
São
pequenas coisas, detalhes sutis que evidenciam a diferença do tempo que estamos
vivendo. Ovo de Páscoa e coelhos? Passam longe daqui de casa. Nada contra, nem
a favor, muito pelo contrário: indiferença. Estamos normalmente muito ocupados
com a vivência da riqueza que é a nossa fé para perder tempo com tradições
comerciais que pouco agregam nesse quesito.
Na
Quinta-feira Santa, na medida do possível, já colocamos mais músicas religiosas
ao invés de outras, rádios católicas, TVs católicas ao invés dos programas habituais
(mesmo os infantis). Fazemos sempre um esforço para levá-los todos à Missa do
Lava Pés e após ela, já iniciamos a custosa tarefa de silenciarmos mais a casa.
Na
Sexta-Feira Santa, tentamos levá-los (pelo menos os mais velhos) para a
meditação da Via Sacra com a comunidade. Esse ano participamos da encenação do
Grupo da nossa comunidade sempre explicando todas as dúvidas e perguntas que
surgiam, em clima de oração e com muita piedade. Impressionante o efeito do
teatro nas crianças! O visual tem muito impacto nelas e eu me comovi com a
emoção que foi brotando delas com o passar das estações.
A TV,
o rádio e a internet são desligados. Não tem passeios, não tem lazer, não tem sobremesa,
não tem carne e nem pratos elaborados com fartura de peixes e frutos do mar. O
cardápio quase sempre é o clássico e bom arroz-feijão-e-ovo, no máximo uma
salada ou sardinha. Sim, meus filhos fazem jejum e mortificações, e por que
não? E não há tantas crianças que o fazem cotidianamente em sua pobreza? Sempre
mencionamos e rezamos por tantas crianças que vivem assim sem confortos ou
luxos diariamente, oramos por elas e ajudamos concretamente sempre que possível e os
estimulamos a serem agradecidos por tudo o que tem.
Vamos
sempre todos juntos à Celebração da Paixão, nos recolhemos, assistimos a um
filme da história de Jesus e insistimos nos motivos de todas essas nossas
práticas. Tentamos ao máximo responder as dúvidas deles (e como eles tem
perguntas!). Rezamos o Terço, vamos dormir cedo, muita calma, muito silêncio...
realmente tenho a impressão que o Espírito Santo desce sobre nossa casa,
normalmente tão ruidosa e festiva e tudo fica sereno. Ou melhor, não tenho
impressão: eu creio nisso!
Sábado
continuamos em clima de oração. Já ligamos a TV, rádio, internet mas em coisas
religiosas. Evitamos atividades que possam nos fazer sair do clima de oração ao
máximo e participamos juntos da Vigília Pascal. É verdade que é uma Missa
longuíssima e super difícil para participar com crianças, mas mesmo assim,
participamos sempre juntos. Eu e meu marido amamos muito a Vigília Pascal e
sempre falamos com empolgação sobre ela, buscamos assim motivá-los a perceberem
como tudo nela é lindo. Conforme vamos vivendo a Celebração, vamos explicando e
mostrando para eles os detalhes da fogueira, do Círio Pascal, a beleza da
Igreja iluminada pelas velas, o “Super Glória” e o “Super Aleluia”, o altar
sendo enfeitado, as músicas, os sinos... A família que se encontra na Igreja (avós, tios,
primos), os amigos, os irmãos de comunidade... Com muito diálogo, paciência,
sempre dá certo e eles voltam pra casa cantando o glória ou o aleluia ou algum
refrão dos muitos salmos que eles mais tenham gostado.
Domingo
de Páscoa nunca foi um dia em que nos preocupássemos com chocolate ou falsas pegadas
de coelho espalhadas pela casa. Também não é um dia para passarmos a manhã toda na cozinha
preparando banquetes. Nos reunimos e fazemos um almoço de domingo com a família
sim, mas tudo simples, sem muito estresse. Meus filhos comem ovos de páscoa?
Sim, eles normalmente ganham de presente de amigos e familiares sempre com a
melhor das intenções e aos quais agradecemos sempre tanto carinho, mas jamais
isso será o foco para nós assim como os presentes debaixo da árvore não são e nunca serão o foco
dos nossos Natais.
Nosso
centro é Jesus, nosso foco é a Fé, nosso destaque é a vida religiosa na comunidade da Igreja! Para os pais passarem isso para os filhos
precisam antes crer e viver. Felizmente tenho um marido que crê e vive essas
Verdades Eternas comigo e sempre que é preciso, um anima e conduz o outro nessa
caminhada. Não é algo de fora pra dentro, mas de dentro pra fora. Ou melhor, é algo de cima para dentro, de Deus com Sua graça para nossos corações! É apenas um
continuar do que vivemos em nosso cotidiano, mas nesses momentos fortes da
nossa fé católica, com mais intensidade, atenção, consciência, piedade, ainda
mais amor. Assim as crianças são contagiadas: aprendem pelo exemplo, se
habituam a valorizar o sagrado posto que é simplesmente a vida que se vive corriqueiramente,
ano após ano, e ainda assim, de maneira sempre nova.
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