20 de janeiro de 2013

A 'autoridade' de Maria




Da Meditação Diária "Falar com Deus", de Luiz Fernández Carvajal.
Em Caná, uma cidade a pouca distância de Nazaré, onde vivia a Mãe de Jesus, realizava-se uma festa de casamento. Por amizade ou parentesco, Maria encontrava-se presente, como também Jesus, que fora convidado a participar da festa com os seus primeiros discípulos.
Nessas ocasiões, era costume que as mulheres amigas da família se encarregassem de preparar tudo. Começou a festa e, por falta de previsão ou por uma afluência inesperada de convidados, começou a faltar vinho. A Virgem Maria, que presta a sua ajuda, percebe o que se passa. Mas Jesus, seu Filho e seu Deus, está ali; acaba de iniciar-se o seu ministério público. E Ela sabe melhor que ninguém que o seu Filho é o Messias. E dá-se então um diálogo cheio de ternura e simplicidade entre a Mãe e o Filho, que o Evangelho da Missa de hoje nos relata (Jo 2, 1-12):A Mãe de Jesus disse-lhe: Não têm vinho. Pede sem pedir, expondo uma necessidade. E desse modo nos ensina a pedir.
Jesus respondeu-lhe: Mulher, que nos importa isso a mim e a ti? Ainda não chegou a minha hora. Parece que Jesus vai negar à sua Mãe o que Ela lhe pede. Mas a Virgem, que conhece bem o coração do seu Filho, comporta-se como se tivesse sido atendida e pede aos servos: Fazei o que Ele vos disser.
Maria é uma Mãe atentíssima a todas as nossas necessidades, de uma solicitude que mãe alguma sobre a terra jamais teve ou terá. O milagre acontecerá porque Ela intercedeu; só por isso.
“Por que terão tamanha eficácia as súplicas de Maria diante de Deus? As orações dos santos são orações de servos, ao passo que as de Maria são orações de Mãe, e daí procedem a sua eficácia e o seu caráter de autoridade; e como Jesus ama entranhadamente a sua Mãe, não pode Ela suplicar sem ser atendida [...]. 

Em Caná, ninguém pede à Santíssima Virgem que interceda junto do seu Filho pelos consternados esposos. Mas o coração de Maria, que não pode deixar de se compadecer dos infelizes [...], impele-a a assumir por iniciativa própria o ofício de intercessora e a pedir ao Filho o milagre [...]. Se a Senhora procedeu assim sem que lhe tivessem dito nada, que teria feito se lhe tivessem pedido que interviesse?" (S. Afonso Maria de Ligório). Que não fará quando – tantas vezes ao longo do dia! – lhe dizemos “rogai por nós”? Que não iremos conseguir se recorremos a Ela?
Onipotência suplicante. Assim a chamou a piedade cristã, porque o seu Filho é Deus e não lhe pode negar nada (Beato João Paulo II). Maria está sempre atenta às nossas necessidades espirituais e materiais; deseja até, mais do que nós próprios, que não cessemos de implorar a sua intervenção diante de Deus em nosso favor. E nós somos tão remissos em pedir-lhe! Tão desconfiados e tão pouco pacientes quando o que lhe pedimos parece que tarda em chegar!
Não deveríamos suplicar o seu socorro com mais freqüência? Não deveríamos implorar-lhe com outra confiança, sabendo que Ela nos conseguirá o que nos é mais necessário? Se conseguiu do seu Filho o vinho, que era dispensável, não haverá de remediar tantas necessidades urgentes como as que temos? “Quero, Senhor, abandonar o cuidado de todas as minhas coisas nas tuas mãos generosas. A nossa Mãe – a tua Mãe! –, a estas horas, como em Caná, já fez soar aos teus ouvidos: – Não têm!..." (São Josemaría Escrivá).

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